25 de outubro de 2009

LILLITH


Lilith é vulgarmente tratada como um demônio da noite. Ela é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão. Pensa-se que o Relevo Burney, um relevo sumeriano, a represente.

Muitos acreditam que há uma relação entre Lilith e Inanna, deusa sumeriana da guerra e do prazer sexual. Inanna era a deusa (dingir) do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos sumérios, sendo associada ao planeta Vênus. Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumerianas.

Surge em praticamente todos os mitos, sobretudo pelo seu caráter de deusa do amor (embora seja sempre referida como a virgem Inanna); por exemplo, como se a deusa tivesse se apaixonado pelo jovem Dumuzi, tendo este morrido, a deusa desceu aos infernos para resgatá-lo dos mortos, para que este pudesse dar vida à humanidade, agora transformado em deus da agricultura e da vegetação.

É cognata das deusas semitas da Mesopotâmia (Ishtar) e de Canaã (Asterote e Anat), tanto em termos de mitologia como de significado.

O dia 2 de janeiro é tradicionalmente consagrado a Ishtar, a deusa dos acádios, herança dos seus antecessores sumérios, cognata da deusa Asterote dos filisteus, de Ísis dos egípcios. Mais tarde, ela foi assumida também na Mitologia Nórdica como Easter, a deusa da fertilidade e da primavera. Essa deusa era irmã gêmea de Shamash e filha do importante deus lua – Sin.


Considerados uma das maravilhas do mundo, os Portões de Ishtar, na Babilônia, foram transportados para um museu na Europa, o Museu de Berlim. Uma réplica se encontra no Iraque.

Astarte – (em grego Αστάρτη e em hebraico עשתרת) – personagem do panteão fenício e na tradição bíblico-hebraica conhecida como deusa dos Sidônios (I Reis 11:2). Era a mais importante deusa dos fenícios. Filha de Baal e irmã de Camos. Deusa da lua, da fertilidade, da sexualidade e da guerra, adorada principalmente em Sidom, Tiro e Biblos.

A deusa Astarte foi a mais importante das numerosas divindades fenícias e a única que permaneceu inamovível na sua rica mitologia, apesar das profundas e contínuas mudanças no culto que resultaram de diversas influências oriundas de toda a área do Mediterrâneo, recebidas por este povo de navegantes. A deusa era uma representação das forças da fecundidade e, como tal, foi adorada sob diversos aspectos. Todos eles tinham em comum a imagem de uma deusa amorosa, bela, fecunda e maternal. Chamaram-lhe Kubaba-Cibeles na Síria do Norte.


Esta e as outras divindades fenícias eram adoradas em santuários, mas o seu culto não carecia de esculturas religiosas, pelo que, muitas vezes, elas faltavam nos templos. A sua sede era uma simples pedra ou pilone no centro do lugar sagrado. A proteção divina na vida doméstica era invocada em estatuetas de material tosco, inacabadas, ou em amuletos de inspiração egípcia, como, por exemplo, o célebre escaravelho solar das pinturas faraônicas.

Tem muitos atributos relacionados com Afrodite, a deusa grega do amor, do sexo, da regeneração e da beleza corporal. De acordo com o mito mais aceito, nasceu quando Urano (pai dos Titãs) foi castrado por seu filho Cronos, que atirou os genitais cortados de Urano no oceano, e este começou a ferver e espumar. De aphros (”espuma do mar”), ergueu-se Afrodite e o mar a carregou para Chipre. Por isso, um de seus epítetos é Kypris. Assim, Afrodite é de uma geração mais antiga que a maioria dos outros deuses olímpicos.

Afrodite (em grego, Αφροδίτη) era a deusa grega da beleza e da paixão sexual. O seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Foi identificada como Vênus pelos romanos.

Suas festas eram chamadas de afrodisíacas e eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto. Suas sacerdotisas eram prostitutas sagradas, que representavam a deusa, e o sexo com elas era considerado um meio de adoração e contato com a deusa. Seus símbolos incluem a murta, o golfinho, o pombo, o cisne, a romã e a limeira. Entre seus protegidos, contam-se os marinheiros e artesãos.

Com o passar do tempo, e com a substituição da religiosidade matrifocal pela patriarcal, Afrodite passou a ser vista como uma deusa frívola e promíscua, como resultado de sua sexualidade liberal. Parte dessa condenação a seu comportamento veio do medo humano frente à natureza incontrolável dos aspectos regidos pela deusa do amor.


Contam algumas histórias que Lilith é também chamada de “A mulher escarlate”, um demônio que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Outros aspectos e nomes de Lilith, além dos já citados, são:

Aino (finlandesa, Deusa da Beleza); Amaterasu (japonesa, Deusa do Sol, liderança); Axo Mama (peruana, Deusa da Fertilidade); Cibele (asiana menor, Deusa da Fertilidade); Hathor (egípcia, Deusa do Amor); Freya (norueguesa, Deusa do Amor e da Cura); Hécate (grega, Deusa da Magia e da Morte); Itchita (siberiana, A Grande Mãe); Oxum (africana, Deusa da Fertilidade e do Amor); Kaly (hindu, a face escura da Grande Mãe).

Na origem de todos os povos do mundo sempre existiu a tradição de um casal fundador da raça humana. A maioria é formada por casais-deuses, exceto nas religiões patriarcais, como a judaico-cristã-islâmica, em que um único Deus masculino formou todas as coisas e seres.

Entretanto, ao estudar a espiritualidade hebraica, por meio da Cabala, aprendemos que o grande deus monoteísta não é do sexo masculino, ele é completo em si mesmo; o que existem são divisões de gênero, inclusive é uma insolência lhe dar aspecto humano, pois sua essência é luz pura. E desde quando luz tem sexo?

Ao se estudar Carl Jung, descobriremos que dentro de cada homem há uma mulher (anima) e em cada mulher há o princípio masculino (animus). Esse eterno jogo de yin-yang se ajusta e se completa. Portanto, nenhum indivíduo é inteiramente masculino ou inteiramente feminino.

Cada um de nós é composto dos dois elementos e esses dois constituintes estão freqüentemente em conflito. O princípio feminino ou “Eros” é universalmente representado pela Lua e o princípio masculino ou “Logos”, pelo Sol. O mito da criação no Gênesis afirma: Deus criou duas luzes, a luz maior para reger o dia e a luz menor para reger a noite. O Sol como princípio masculino é o soberano do dia, da consciência, do trabalho e da realização, do entendimento e da discriminação conscientes, o Logos.

A Lua, o princípio feminino, é a soberana da noite, do inconsciente. É a deusa do amor, controladora das forças misteriosas que fogem à compreensão humana, atraindo os seres humanos irresistivelmente um para o outro, ou separando-os inexplicavelmente. Ela é o Eros, poderoso, fatídico e totalmente incompreensível.
Na natureza, o princípio feminino ou a deusa feminina mostra-se como uma força cega, fecunda, cruel, criativa, acariciadora e destruidora. É a fêmea das espécies mais mortal que o macho, feroz em seu amor como também com seu ódio.

Esse é o princípio feminino na forma demoníaca. O medo quase universal que os homens têm de cair sob o domínio ou a fascinação de uma mulher. A atração que esta mesma servidão tem para eles são evidências de que o efeito que uma mulher produz num homem é, em geral, realmente de caráter demoníaco.

Texto do irmão Wagner Veneziani Costa, publicado no Blog da Madras.

(continua)

O ANO EM QUE PERDEREMOS CONTATO


Em setembro de 1994 foram detectadas fortes perturbações no campo magnético terrestre, com alterações importantes como a orientação migratória das aves e cetáceos e inclusive o funcionamento da aviação.

Em 1996, a sonda espacial Soho descobre que o Sol não apresenta vários, mas somente um campo magnético homogeneizado. Em 1997 aconteceram violentas tempestades magnéticas no Sol e em 1998 a NASA detectou a emissão de um potente fluxo de energia vindo do centro da galáxia; onda que ninguém soube explicar.

No dia 15 de agosto de 1999 aconteceu uma misteriosa explosão vindo do espaço e por causa disso algumas estrelas ficaram em eclipse durante horas. As radiações das ondas de radio, raios gama e raios X multiplicaram sua intensidade em 120%. Os astrônomos Richard Berendzen e Bob Hjellming, do Observatório Radio-astronômico do Novo México (EUA), qualificaram esse fenômeno como um enigma "digno de uma investigação minuciosa".

No dia 20 de janeiro de 2005, uma surpreendente tempestade solar alcançou a Terra com sua máxima radiação 15 minutos após as explosões. Normalmente, demorariam 2 horas para chegar aqui. Segundo Richard Mewaldt, do Califórnia Institute of Technology, foi a mais violenta e mais misteriosa dos últimos 50 anos.

Os cientistas acreditavam que as tempestades se formavam na coroa solar pelas ondas de choque associadas a erupções do plasma. Entretanto, neste caso parece ter-se originado estranhamente no interior do astro-Rei, segundo afirmou o professor Robert Lin, da Universidade da Califórnia.

Os astrônomos ficaram perplexos. O professor Lin – principal pesquisador do satélite Reuven Ramaty High Energy Solar Spectroscopic Imager (RHESSI) – expressou sua conclusão com uma frase muito simples: "Isso significa que realmente não sabemos como o Sol funciona".

Resumindo: O inusitado fenômeno de 20 de janeiro de 2005 acabou com os modelos de estudos da nossa ciência sobre o assunto.

E porque o Sol produziu uma atividade tão intensa e anômala neste momento? O pico máximo de atividade da nossa estrela - no seu ciclo principal de 11 anos - aconteceu no ano 2000. Em 2004 os físicos solares observaram uma ausência total das manchas, onde isso sempre anuncia a proximidade de alguma atividade no Sol. Essa atividade mínima só deveria ocorrer em 2006 (como ocorreu), alguns anos antes da máxima, prevista para 2010 ou 2012.

Entre o final de agosto e os primeiros dias de setembro de 1859, grandes auroras boreais puderam ser vistas no céu de vários pontos do planeta. O belo espetáculo de luzes esverdeadas foi documentado nos EUA, em partes da Europa, Japão, Austrália e até mesmo no México (!). E o telégrafo deixou de funcionar em vários desses lugares.

Não se sabia o que era, mas descobriram logo: era uma imensa tempestade solar - a maior já documentada. Foi quando se descobriu que elas podem ser belíssimas, mas comprometem os sistemas elétricos.

Em março de 1989, uma tempestade solar intensa afetou os canadenses da região de Quebec. A rede elétrica foi a pico e entrou em colapso. O blecaute durou nove horas e deixou sem energia mais de 6 milhões de pessoas. Na Bolsa de Valores de Toronto, quatro discos rígidos de computador pararam de funcionar um após o outro. O pregão congelou - nem o backup continuava de pé - enquanto a equipe de suporte técnico tentava em vão localizar o causador do mistério. Mais de 6 mil satélites saíram de suas órbitas.

O fato é que várias tentativas de prever com exatidão as tempestades solares falharam. Mas há um indício inegável: as manchas solares desaparecem da superfície do Sol alguns anos antes do acontecimento: é a tal calmaria antes da tempestade. E isso aconteceu em 2006. Mausumi Dikpati, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), prevê uma tempestade ainda maior do que a de 1989 (só perderá pra de 1859). E a data, segundo ele, é 2012.

O primeiro equipamento a ser afetado será o sistema de GPS. Atravessar o Oceano Atlântico de veleiro, nessa época, não será uma boa idéia. Principalmente no hemisfério norte, é bem possível que a rede elétrica pare de funcionar aqui e ali.

Esta será a primeira tempestade solar intensa que viveremos em plena era da Internet, das redes sem fio WiFi, do GPS de uso vasto. Somos totalmente eletrônicos, digitais. Mas, diferentemente da tecnologia do século 15, a do século 21 é susceptível aos humores da estrela mais próxima. HDs vão deixar de funcionar de uma hora para a outra sem que seus donos compreendam o motivo.

A tempestade começa na superfície do Sol, com um vento solar. É um vento rápido, forte, carregado de prótons e elétrons que são lançados no espaço. A carga afeta os vários planetas do Sistema Solar de forma diferente. O campo eletromagnético da Terra nos protege na maioria das vezes da radiação - mas, nos picos da tempestade, não há jeito que nos salve. Ela vem.

O primeiro resultado é o aquecimento da atmosfera. O ar esquenta, a atmosfera se dilata e abocanha um naco que antes pertencia ao espaço. O resultado prático é que satélites de órbita baixa, repentinamente, não estão mais em órbita e sim na atmosfera. Se bobear, alguns caem.

A radiação de prótons e íons que entram no planeta afeta os microchips. Eles param de funcionar. Sim, existem chips resistentes a este tipo de radiação - fundamentais para satélites ou naves espaciais. Mas aqueles encontrados dentro de nossos computadores não são assim.

Outra conseqüência da tempestade solar é que ela induz corrente - sim, surge energia elétrica do nada. Em Quebec, o que ocorreu foi isso. Ao encontrar as linhas elétricas, os elétrons se concentraram ali. Deu sobrecarga, o sistema parou. Naquela primeira vez em que uma tempestade assim foi documentada, em 1859, enquanto vários telégrafos paravam de funcionar, ao menos dois operadores descobriram, estupefatos, que podiam continuar sua conversa normalmente mesmo após desligarem suas baterias. A linha estava eletrificada.

Há uma saída, claro: fazer suas casas como uma Gaiola de Faraday (pondo fios do telhado até o chão, enterrando-se metros abaixo da superfície). Serve para desviar a eletricidade estática e proteger seu interior. Não custa dizer que a idéia é simples, eficiente, mas é bom contratar um engenheiro para desenhá-la.
(fonte: milenium1618.com)

O POPOL VUH


O Popol Vuh ou Popol Wuj (O nome quiché traduzir-se-ia como: "Livro do Conselho" ou "Livro da Comunidade"), é uma recopilação de várias lendas do k'iche's, um reino da civilização Maia ao sul de Guatemala; mais que um sentido histórico tem valor e importância no plano religioso. De fato tem sido chamado o Livro Sagrado ou a Bíblia dos maias k'iche's.

É uma narração que trata de explicar ou contar de alguma maneira a origem do mundo, a civilização e os diversos fenômenos que ocorrem na natureza.

Desconhece-se a existência de uma versão original do Popol Vuh, segundo Delia Goetz:
"Deveríamos supor que seria um livro de pinturas com jeroglíficos que os sacerdotes interpretavam ao povo para manter vivo o conhecimento da origem de sua raça e os mistérios de sua religião."

Segundo Fray Francisco Ximénez a primeira versão escrita foi elaborada em língua Quiché utilizando caracteres do alfabeto latino em meados do século XVI. Segundo ele dita versão permaneceu oculta até 1701, quando os maias quiché da comunidade de Santo Tomás Chuilá (hoje Chichicastenango, Guatemala) lhe mostraram a recopilação de suas histórias e mitologia.


Conteúdo do Popol Vuh:

I. Criação referida

1. Os deuses criam o mundo.
2. Os deuses criam aos animais e os condenam a se comer uns a outros.
3. Os deuses criam aos seres de barro, os quais são frágeis e instáveis.
4. Os deuses criam aos primeiros seres humanos de madeira, estes são imperfeitos e carentes de sentimentos.
5. Os deuses destroem os primeiros seres humanos, os quais se convertem em macacos.
6. Os deuses Gêmeos Hunahpú e Ixbalanqué destroem ao arrogante ser Vucub-Caquix, e depois a seus filhos Zipacná e Cabracán.

II. Histórias de Hunahpú e Ixbalanqué

1. Xpiyacoc e Xmucane engendram dois irmãos.
2. HunHunahpú e Xbaquiyalo engendram aos "gêmeos graciosos" HunBatz e HunChouen.
3. Xibalbá mata aos irmãos HunHunahpú e VucubHunahpú, pendurando a cabeça de HunHunahpú em uma árvore.
4. HunHunahpú e Xquic engendram aos "heróis gêmeos" Hunahpú e Ixbalanqué
5. Nascem os heróis gémeos e vivem com sua mãe e sua avó paterna Xmucane, competindo com seus meio irmãos HunBatz e HunChouen.
6. Os "Heróis Gêmeos" derrotam a Xibalbá, casa da penumbra, as facas, o frio, o jaguar, o fogo e os morcegos.

III. Creación de los hombres de Maíz. Descrição de comunidades.

1. Os primeiros quatro homens reais são criados: Balam-Quitzé,o segundo Balam-Acab, o terceiro Mahucutah e o quarto Iqui-Balam.
2. As primeiras quatro mulheres são criadas.
3. Tribos descendentes. Falam a mesma linguagem e viajam a TulanZuiva.
4. A linguagem das tribos confunde-se e estas se dispersam.
5. Tohil é reconhecido como um deus e exige sacrifios humanos.

IV. Listagem de gerações

1. Tohil convence aos senhores da terra através de seus sacerdortes mas seu domínio destrói o Quiché.

AS DIFERENÇAS NA CRUZ

Como já vimos em texto anterior, a cruz é, sem dúvidas, um dos símbolos mais conhecidos e respeitados da história.

É possível detectar a presença da cruz, seja de forma religiosa, mística ou esotérica, na história de povos distintos (e distantes) como os egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e índios americanos.

Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.

É a união dessas forças antagônicas que exprime um dos principais significado da cruz, que é o do choque de universos diferentes e seu crescimento a partir de então, traduzindo-a como um símbolo de expansão.

De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus.

Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um ponto de intersecção e atingem a iluminação.

Cruz simples: Em sua forma básica a cruz é o símbolo perfeito da união dos opostos, mantendo seus quatro "braços" com proporções iguais. Alguns estudiosos denominam esta como Cruz Grega.

Cruz de Santo André: Símbolo da humildade e do sofrimento, recebe esse nome por c ausa de Santo André, que implorou a seus algozes para não ser crucificado como seu Senhor por considerar-se indigno. Acredita-se que o santo foi martirizado em uma cruz com essa forma.

Cruz de Santo Antonio (Tau): Recebeu esse nome por reproduzir a letra grega Tau. É considerada por muitos, como a cruz da profecia e do Antigo Testamento. Dentre suas muitas representações estão o martelo de duas cabeças, como sinal daquele que faz cumprir a lei divina, encontrado na cultura egípcia, e a representação da haste utilizada por Moisés para levantar a serpente no deserto.


Cruz Cristã: Definitivamente o mais conhecido símbolo cristão, que também recebe o nome de Cruz Latina. Os romanos a utilizavam para executar criminosos. Por conta disso, ela nos remete ao sacrifício que Jesus Cristo ofereceu pelos pecados das pessoas. Além da crucificação, ela representa a ressurreição e a vida eterna.

Cruz de Anu: Utilizada tanto por assírios como caldeus para representar seu deus Anu, esse sím bolo sugere a irradiação da divindade em todas as direções do espaço.

Cruz Ansata: Um dos mais importantes símbolos da cultura egípcia. A Cruz Ansata consistia em um hieróglifo representando a regeneração e a vida eterna. A idéia expressa em sua simbologia é a do círculo da vida sobre a superfície da matéria inerte. Existe também a interpretação que faz uma analogia de seu formato ao homem, onde o círculo representa sua cabeça, o eixo horizontal os braços e o vertical o resto do corpo.

Cruz Gamada (Suástica): A suástica representa a energia do cosmo em movimento, o que lhe confere dois sentidos distintos: o destrógiro, onde seus "braços" movem-se para a direita e representam o movimento evolutivo do universo, e o sinistrógiro, onde ao mover-se para a esquerda nos remete a uma dinâmica involutiva. No século passado, essa cruz adquiriu má reputação ao ser associada ao movimento político-ideológico do nazismo.

Cruz Patriarcal: Também conhecida como Cruz de Lorena e Cruz de Caravaca possui um "braço" menor que representa a inscrição colocada pelos romanos na cruz de Jesus. Foi muito utilizada por bispos e príncipes da igreja cristã antiga e por jesuítas nas missões no sul do Brasil.

Cruz de Jerusalém: Formada por um conjunto de cruzes, possui uma cruz principal ao centro, representando a lei do Antigo Testamento, e quatro menores dispostas em cantos distintos, representando o cumprimento desta lei no evangelho de Cristo. Tal cruz foi adotada pelos cruzados graças a Godofredo de Bulhão, primeiro rei cristão a pisar em Jerusalém, representando a expansão do evangelho pelos quatro cantos da terra.

Cruz da Páscoa: Chamada por alguns de Cruz Eslava, possui um "braço" superior representando a inscrição INRI, colocada durante a crucificação de Cristo, e outro inferior e inclinado, que traz um significado dúbio, dos quais se destaca a crença de que um terremoto ocorrido durante a crucificação causou sua inclinação.

Cruz do Calvário: Firmada sobre três degraus que representam a subida de Jesus ao calvário, essa cruz exalta a fé, a esperança e o amor em sua simbologia.

Cruz Rosa-Cruz: Os membros da Rosa Cruz costumam explicar seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada no centro da cruz a rosa representa um ponto de unidade.

Cruz de Malta: Emblema dos Cavaleiros de São João, que foram levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de suas oito pontas, que expressam as forças centrípetas do espírito e a regeneração. Até hoje a Cruz de Malta é muito utilizada em condecorações militares.

O CALENDÁRIO MAIA



O calendário Maia consiste em duas diferente contas de tempo que transcorrem simultaneamente: O sagrado, Tzolkin, de 260 dias, e o Civil, Haab, de 365 dias e o Conta Larga.

É um calendário cíclico, porque se repete a cada 52 anos maias. O de conta larga começa em 13 de agosto de 3114 a.c., e segundo as profecias maias, particularmente a sétima, indica que na data de 21 de dezembro de 2012 d.c., dará lugar a um novo ciclo.

A casta sacerdotal maia chamada Ah Kin, era possuidora de conhecimentos matemáticos e astronômicos que interpretavam de acordo com sua cosmovisão religiosa, os anos que se iniciavam, os vindouros e o destino do homem.

O calendário Tzolkin, que tem 20 dias (kins) combinados com treze numerais (algarismo), se combina com o calendário Haab de 18 meses (uinais) de 20 dias (kins) cada um e cinco dias adicionais, para formarem um ciclo sincronizado que durava 52 tuns ou Haabs, 18.980 kins (dias).

No calendário de conta larga, o sistema utilizado é basicamente o sistema vigesimal (base 20), e cada unidade representa um múltiplo de 20, dependendo de sua posição da direita a esquerda no número. Com excessão da segunda posição que representa 18 x 20, ou 360 dias.

Algumas inscrições maias do conta larga estão suplementadas pelo que se chama "Serie Lunar".

Outra forma de medir os tempos era medir os ciclos solares como equinócios e solstícios, ciclos venusianos que dão seguimentos as aparições e conjurações de Vênus no inicio da manhã e da noite. Muitos eventos neste ciclo eram considerados adversos e malígnos.

Os ciclos se relacionam com diferentes deuses e eventos cósmicos; o Quinto Sol representa o final do ciclo estelar associado a lua e o inicio do periodo conhecido como o Sexto Sol, associado ao regresso de Quetzalcoatl como novo Messias.

Os maias fundiram o calendário Haab com o Tzolkin em um ciclo superior chamado de "Roda Calendárica". A formação dessa roda se compõe de três círculos dá por resultado ciclos de 18.980 dias, então, um dos 260 dias do Tzolkin coincide com outro dos 365 dias do Haab.

O círculo menor está composto por 13 números, o círculo mediano pelos 20 signos dos vinte dias maias do calendário Tzolkin, e o círculo maior pelo calendário Haab com seus 365 dias.

Cada ciclo de 18.980 dias equivale a 52 voltas do Haab e a 73 voltas do Tzolkin. E ao término deste ciclo ambos voltam para o mesmo ponto. A cada 52 voltas do Haab se celebra a cerimônia do fogo novo ou "um século maia".

HIPERBÓREA


De acordo com a tradição da mitologia grega, os Hiperbóreos eram um povo mítico vivendo no extremo norte da Grécia, próximo aos Montes Urálicos. Sua terra, chamada de Hiperbória traduzido como "além do bóreas" (bóreas, o vento norte), era perfeita, com o sol resplandecente 24 horas por dia.

Os gregos pensavam que Bóreas, o deus do vento norte, vivia na Trácia. A Hiperbórea, portanto, era uma nação desconhecida, localizada na parte norte da Europa e da Ásia. Exclusivamente entre os Olímpios, apenas Apolo era venerado pelos hiperbóreos: o deus passava os invernos junto a esse povo.

Esses últimos enviavam presentes misteriosos, embalados em palha, que primeiro chegavam a Dodona e depois eram passados de povo em povo até chegar ao tempo de Apolo em Delos (cf. Pausânias). Teseu e Perseu também visitaram os hiperbóreos.

Devemos referir-nos brevemente à possível etimologia do termo "paraíso'', em sua acepção relacionada com uma terra maravilhosa na qual moravam pessoas privilegiadas.

Segundo indicam alguns especialistas, teria sido utilizado pela primeira vez para designar o reino perdido do extremo oriente, o Agartha, cujo nome em sânscrito era "Paradesha", a "Comarca Suprema", onde haviam sido preservados conhecimentos de enorme antiguidade provenientes de outras humanidades desaparecidas. De tal denominação derivou "paradiso" e "paraíso" como centro espiritual à margem de nossa realidade.

Por outro lado, nas mitologias dos povos nórdicos encontramos uma significativa crença em Tula ou Thule, cidade que regia os destinos de Hiperbórea, mais primitiva ainda que "Paradesha".

Em todo o mundo conhecemos muitos lugares para os quais está sendo utilizada esta palavra e que derivam dela como Toulon, Tulle, Tolosa e inclusive a cidade mexicana de Tula, fundada como se diz pelos toltecas sobreviventes do suposto continente que desapareceu engolido pelas águas do Atlântico.

Há vários milhares de anos aconteceu um cataclismo de proporções gigantescas ao qual se referem as mitologias dos povos mais diversos. A "Grande Inundação", o "Dilúvio", destruiu boa parte da humanidade civilizada e houve outras que dispersaram os sobreviventes. No entanto, as regiões setentrionais não foram demasiadamente afetadas e os povos nórdicos salvos deste cataclismo iniciaram urna evolução cultural muito rica, criando o que a tradição denominou Hiperbórea, o continente paradisíaco dos ários.

Após várias transformações operadas no tipo biológico, por efeito do clima, dos costumes e dos cruzamentos, os Hiperbóreos conseguiram estabelecer os elementos etnográficos essenciais e definitivos do homem branco, de estatura alta, cabelos ruivos, olhos azuis, feições delicadas.

Nessa época, o continente começou a sofrer um processo de intenso resfriamento, que tornou toda a região, inóspita, hostil à vida humana. Por essa razão, os Hiperbóreos foram obrigados a emigrar em massa para o sul, invadindo o centro do planalto europeu, através de florestas iluminadas por auroras boreais, acompanhados de cães e impulsionados por mulheres videntes

Segundo a lenda, este paraíso, construído com pedras de cristal rodeado por altas muralhas de gelo, qual imenso iceberg, é localizado na Groenlândia, a "Terra Verde" dos povos do norte. E claro que o conceito em nada se assemelha à realidade atual.

Se este lugar existiu em algum tempo, desapareceu por completo, e se foi um estímulo arquetípico, cumpriu perfeitamente sua função. E constante a relação de Hiperbórea com o frio, a incrível brancura de seus inacessíveis prédios e a presença dos misteriosos ário.

Algumas zonas geográficas bem longínquas desta tradição conservam recordações sobre a mesma e deste modo encontramos que na índia se conhecia a região dos "bem-aventurados" como "Shwetadwipa", a "Ilha Branca", localizada no grande norte, que nos leva a identificá-la como a Tule hiperbórea.

Em tal lugar, elevava-se a "Montanha Branca" ou "Montanha Polar", coincidente com a Ursa Maior, morada simbólica dos sete sábios, cujo número é tradicionalmente venerado em muitas iniciações esotéricas.

Certas obras consideradas por seu conteúdo como reveladoras de grandes mistérios, mencionam a existência de tal região. O "Livro de Enoch", que se diz descoberto na Abissínia por um pesquisador escocês, Jacques Bruce, no século XVIII, é uma obra profética que narra a história das sucessivas raças humanas e sua relação com os seres divinos, tudo isso acompanhado por um bom número de referências astronômicas e cósmicas muito estranhas.

Principalmente, vemos com assombro a relação mantida entre os chamados "anjos" enviados do Senhor, procedentes do Cosmos, e os seres humanos. Aqueles contemplam com satisfação a beleza das mulheres, o que lhos impulsiona a coabitar, gerando a raça dos gigantes, e assim os descreve no capítulo XII.

O ZODÍACO DE DENDERA


O Zodíaco de Dendera é um conhecido Baixo-Relevo (uma forma escultórica utilizada na decoração de vários elementos arquitectónicos) do antigo Egito esculpido no teto da "pronaos" (entrada) de uma câmara dedicada a Osíris no templo de Hathor de Dendera, no Egito. E está exposto no Museu do Lovre em Paris.

O Zodíaco de Dendera contém imagens que parecem corresponder às constelações de Touro e Libra. Esta câmara está datada do final do período ptolemaico e seu pronaos foi adicionado durante o reinado do imperador Tibério que ordenou a Jean-François Champollion a datar o relevo corretamente no período greco-romano, porém muitos de seus contemporâneos afirmam que datava o novo império.

A data mais aceita atualmente é que foi esculpido até o ano 50 a.c., pois mostra estrelas e planetas da maneira que estes eram observados nessa época. Existem teses que afirmam que o relevo do Zodíaco serviu de base para a criação de sistemas astronômicos posteriores.

Durante a era napoleônica no Egito, Vivant Denon desenhou o zodíaco circular e os retangulares. Em 1802, depois da expedição napolônica, Denon publicou várias gravuras do teto do templo em "Voyage dans la Basse et la Haute Egypte".

Essas gravutas geraram grandes controvérsias em relação a data exata do zodíaco, e se era o planisfério ou uma representação astrológica. Louis Charles Antoine Desaix, também mebro da expedição, decidiu enviar o relevo a França e em 1821 a peça chegou a Paris e no ano seguinte foi instalada na Biblioteca Real por Luis XVIII. E em 1964 foi levado ao Museo do Lovre.

O zodíaco é um planisfério ou mapa das estrelas, mostrando as 12 constelações zodiacais e os planetas.

Sua representação em forma circular é único na arte do antigo Egito, onde é mais normal as representações zodiacias de maneira retangular, como as que decoram a pronaos do mesmo templo ou os tetos astronômicos de uma das tumbas do Vale dos Reis.

A esfera celeste está representada por um circulo sustentado por quatro pilares em forma de mulheres. E no primeiro anel, 36 seres simbolizam os 360 dias do ano egípcio.

No círculo interior se encontram as constelações, mostrando os 12 signos do zodíaco. Algumas desses estão representados em sua forma habitual, como por exemplo Áries, Touro, Escorpião e Capricórnio, enquato outros se mostram como são conhecidos no Egito, como por exemplo Aquário, que está representado pelo deus das inundações Hapy, sustentando dois vasos que derramam água.

Segundo Albert Slosman (professor de matemática e membro da equipe da NASA encarregada das sondas Pioneer), uma característica importante em torno do Zodíaco de Dendera é a releção que o zodíaco estabelece com o nascimento da civilização egípcia a partir do êxodo dos Atlantes.

Sua teoria se baseia nas gravuras das pedra de Dendera, onde se descreve os detalhes deste êxodo que condiz com a história de Platão que havia estabelecido que origem da civilização egípcia se deu a partir do êxodo dos atlantes.

Em 1976, Slosmam publicou o livro "O grande cataclisma", que descreve com provas a veracidade deste êxodo há 12500 anos, data que aparece no zodíaco de Denderam representada pela constelação de Leão que, sobre um barco, parece guiar todo o conjunto.

OPHIUCHUS - A 13ª Constelação


Ophiuchus (o portador da serpente) é uma das 88 constelações modernas, e era uma das 48 listadas por Ptolomeo. Pode ver-se em ambos hemisférios entre os meses de abril a outubro por estar situada sobre o equador celeste.

Na mitología grega Ophiuchus corresponde com Asclepio, filho do deus Apolo e a humana Corónide. Este desenvolveu tal habilidade em medicina, que se dizia que era capaz inclusive de ressuscitar aos mortos. Muito ofendido por isso, Hades pediu a Zeus que o matasse por violar a ordem natural das coisas, ao que Zeus acedeu. No entanto, como homenagem a sua valia, decidiu situar no céu rodeado pela serpente, símbolo da vida renovada.

Ophiuchus é tido como o décimo terceiro signo do zodíaco devido a que durante a preceção dos equinócios se foi introduzindo entre Sagitário e Escorpião, de maneira que durante a primeira quinzena de dezembro o Sol entra neste suposto signo, não sendo até então reconhecida como constelação pelos mais reconhecidos astrólogos.

Como não há nenhum organismo regulador, ao tratar de uma crença muito antiga, suas regras não contemplam as mudanças que tem sofrido a astronomia ao longo do tempo, como a descoberta dos planetas exteriores do Sistema Solar (Urano e Netuno), a preceção, os novos objetos (cúmulos, púlsares, quásares, etc.), ou os supostos novos signos como Ophiuchus e Cetus (Baleia Marinha).

Supostamente, a aceitação de um novo signo do zodíaco como o décimo terceiro alteraria as divisões do mesmo, já que cabalísticamente se dividem em signos Ativos (Masculinos) e Pasivos (Femininos) (6 em cada grupo); de Água, Terra, Ar e Fogo (3 em cada grupo); Fixos, Mutaveis e Cardinais (4 em cada grupo) em proporções idênticas e simétricas. Estas divisões não fariam sentido ao dividir entre 13, um número primo e que além do mais é considerado como um mau presságio.

Estes são os signos zodiacais verdadeiros, segundo a posição real do Sol entre as constelações zodiacais.

Note que começam a contar desde Peixes, pois esta é a constelação zodiacal onde se encontra o Ponto 0, o lugar onde se intersectan as linhas da Eclíptica e do Equador Celeste. O Sol passa por ali durante o equinócio de Março.

I. Peixes - de 12 de março a 18 de abril

II. Áries - de 19 de abril a 13 de maio

III. Touro - de 14 de maio a 19 de junho

IV. Gêmeos - de 20 de junho a 20 de julho

V. Câncer - de 21 de julho a 9 de agosto

VI. Leão - de 10 de agosto a 15 de setembro

VII. Virgem - de 16 de setembro a 30 de outubro

VIII. Libra - de 31 de Outubro a 22 de novembro

IX. Escorpião - de 23 a 29 de novembro

X. Ophiuchus - de 30 de novembro a 17 de dezembro

XI. Sargitário - de 18 de dezembro a 18 de janeiro

XII. Capricórnio - de 19 janeiro a 23 de fevereiro

XIII. Aquário - de 24 de fevereiro a 11 de março

A DIVINA PROPORÇÃO

Desde os primórdios que a humanidade vive uma incansável e desafiadora busca por conhecimento e talvez por instinto busque por padrões em tudo que vemos. E a matemática está diretamente relacionada a isso.

Tudo começou na escola Grega de Pitágoras, onde se começou a estudar e pesquisar modelos matemáticos existentes na estética, beleza, harmonia e natureza. Depois de muito estudo, cálculo, chegou-se no "PHI" (1,618) A proporção áurea ou número de ouro ou número áureo ou ainda proporção dourada. Não confunda com Pi, que é a razão entre o perímetro e o diâmetro de qualquer círculo.


O PHI está relacionado com a natureza do crescimento, e pode ser encontrado em conchas, seres humanos, até na relação dos machos e fêmeas de qualquer colméia do mundo, e em inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem do crescimento.

Por estar envolvido ao crescimento este número se torna tão freqüente. E justamente por haver essa freqüência, o número de ouro ganhou um status de "quase mágico", sendo alvo de pesquisadores, artistas e escritores. Apesar desse status, o número de ouro é apenas o que é devido aos contextos em que está inserido: está envolvido em crescimentos biológicos, por exemplo. O fato de ser encontrado através de desenvolvimento matemático é que o torna fascinante.

Quer exemplos claros? Então:

* A proporção em que aumenta o diâmetro das espirais de sementes de um girassol é a razão áurea.
* A proporção em que diminuem as folhas de uma árvore à medida que subimos de altura.
* A proporção entre abelhas fêmeas e machos em qualquer colméia. No mundo.
* A altura do corpo humano e a medida do umbigo até o chão.
* A medida da cintura até a cabeça e o tamanho do tórax.
* A medida do ombro à ponta do dedo e a medida do cotovelo à ponta do dedo.
* O tamanho dos dedos e a medida da dobra central até a ponta.
* A medida do seu quadril ao chão e a medida do seu joelho até ao chão.

Leonardo Da Vinci também expressou a perfeição do PHI em muitas de suas obras, dentre as mais conhecidas, Monalisa e o Homem Vitruviano (ver foto).
O Nascimento de Vênus, quadro de Botticelli, em que Afrodite está na proporção áurea. Esta proporção estaria ali aplicada pelo motivo do autor representar a perfeição da beleza.

O Sacramento da Última Ceia de Salvador Dalí, as dimensões do quadro (aproximadamente 270 cm × 167 cm) estão numa Razão Áurea entre si.

Na literatura o número de ouro encontra sua aplicação mais notável no poema épico grego Ilíada, de Homero, que narra os acontecimentos dos último dias da Guerra de Tróia. Quem o ler notará que a proporção entre as estrofes maiores e as menores.

O diretor russo Sergei Eisenstein se utilizou do número \varphi no filme O Encouraçado Potemkin para marcar os inícios de cenas importantes da trama, medindo a razão pelo tamanho das fitas de película.

Mas até onde esse número tão fascinante está envolvido na natureza humana, e qual a explicação?

Os estudos sobre o PHI e seus inúmeros “por quês” continuam.

13 de outubro de 2009

MANIFESTAÇÃO DA REALIDADE



Técnica Lunar de Manifestação, do livro AGENDA PLEIADIANA, de Barbara Hand Clow:

1) Faça uma lista de sete coisas que deseja em sua realidade. Se quiser que isto funcione, seja razoável e escolha coisas que realmente deseja, não que pensa que deseja.

2) Trabalhe com cada um dos pontos da lista. Tome o primeiro item, como um rádio, por exemplo e diga a si mesmo em voz alta: “desejo um determinado rádio, de um determinado preço, dentro de um determinado período de tempo”. Descreva o rádio, estipule a quantia e o prazo e não pense em como vai consegui-lo. Jamais pense em uma pessoa ou grupo específico para fazer alguma coisa para você, porque isso seria manipulação.

3) Pergunte a si mesmo se realmente desejaria o rádio caso o tivesse. Pense nisso profundamente, pois está acostumado a atravancar a mente com coisas que pensa desejar, mas que na verdade não deseja. Seja cuidadoso sobre isso. Se realmente não desejar alguma coisa, esqueça-a.

4) Crie três cenas com o rádio entrando em sua realidade; visualize essas cenas na frente de sua testa, acima dos olhos, depois tome cada cena e imprima-a em sua medula oblonga (o lugar onde a espinha penetra o crânio). Lembre-se não visualize uma pessoa ou lugar específico ajudando-o a conseguir o que quer. Não manipule a realidade de outras pessoas.A não ser que o que deseja é uma liberação de um documento importante, que depende da assinatura de alguém para ser liberado, ou coisa do tipo.

5) Repita esse processo até ter criado uma lista de sete coisas que realmente deseja. Depois, esqueça-a e coloque a lista em um lugar seguro. Verifique-a periodicamente e logo começará a notar que as coisas que nela escreveu realmente se manifestam.

Todas as vezes que algo se manifestar, deverá ser riscado da lista; pense então em algo mais que deseja acrescentar. Mantenha sempre essa lista de sete desejos.

Jamais se esqueça de agradecer ao Cósmico cada vez que um desejo for realizado.

HIEROS GAMOS E A MAGIA SEXUAL - II

Paralelamente aos ritos egípcios, existiam rituais sexuais ligeiramente diferentes na Índia, mas baseados nos mesmos princípios de união dos chakras para despertar a kundalini.

A palavra tantra vem do védico e pode significar “teia” ou “libertação da escuridão” ou ainda “aquilo que amplia o conhecimento”. Eu não vou dar detalhes sobre a origem do Tantra, porque me estenderia por muitas páginas, mas, se desejar, você pode ler um resumo no site http://www.kheper.net/topics/Tantra/history.htm.

Basicamente, o tantra possui uma filosofia de amor. Amor ao semelhante, à natureza, à vida, ao sexo, ao despertar. O ato sexual mágico dentro do tantra é apenas uma das manifestações desta filosofia maravilhosa (o tantra é uma maneira de se viver, que inclui vegetarianismo, cultivo ao corpo, mente e espírito, respeito pelas coisas vivas, paz, harmonia com o cósmico, à devoção ao feminino, ao estudo da poesia, música, etc.).

O homem tântrico está mais preocupado em tratar bem sua(s) amante(s), apreciar um bom vinho ou fazer uma boa massagem em uma amiga do que pegar em armas e ir até um país distante chacinar seus inimigos numa guerra qualquer. Então, quando os Arianos tomaram a Índia, lá por 2.000 AC, eles tornaram esta religião proibida (de onde veio o significado de “libertação da escuridão”, pois o movimento acabou caindo na escuridão/clandestinidade).

O principal ritual de sexo tântrico é chamado de Maithuna. Neste ponto, existem 3 vertentes do Tantra: o Caminho da mão esquerda, que prega a realização destes rituais com estranhos, para atingir um máximo de erotização, voltado para o prazer e que deu origem a livros e textos como o Kama-Sutra, o Caminho da mão direita, que prega que o Maithuna deve ser feito apenas com sua companheira, o que gera uma intimidade maior e uma energia muito maior no ritual e finalmente o Caminho do Meio (meu favorito) que prega um meio termo: rituais sexuais para serem desenvolvidos com uma parceira, mas não excluindo a participação de amigas ou conhecidas no processo.
Durante o ato sexual, o homem assume o papel de Shiva e a mulher de Shakti.

O papel da mulher é sempre o de uma deusa a ser venerada e existe todo um ritual antes do sexo: ela depila todo o corpo, prepara um banho com ervas e perfumes e se arruma ritualisticamente, o homem prepara os incensos, música e o ambiente. Uma relação de Maithuna demora no mínimo 4 horas, mas há relatos de rituais que chegam a demorar 21.

O Maithuna é programado segundo o ciclo dos signos e as fases da lua (na lua cheia Shakti tem mais potência sexual e na lua crescente Shiva está mais viril. Na lua nova, ambos estão relativamente sexuais e na minguante a energia pode não estar muito propícia). A preocupação com os exercícios para desenvolver os chakras, a vestimentas (nada sintético ou que bloqueie os chakras), a alimentação, a meditação e concentração, os incensos… TUDO é importante neste tipo de ritual.

Ao contrário da ritualística egípcia, que é extremamente rígida em relação a escolha dos parceiros, as festas tântricas eram basicamente hedonistas (voltadas para o desenvolvimento do ser humano através do prazer e felicidade), podendo haver troca de parceiros (caminhos central e da mão esquerda somente), mais de uma parceira/parceiro em uma vez, etc. As palavras chaves nestas festas são o respeito entre todos os participantes e a consensualidade. Pode-se dizer que estes grupos mantiveram-se sempre de maneira secreta em praticamente todas as sociedades.

Hoje muito do conceito destas festas foi distorcido, embora dentro deste universo existam ainda grupos que agem como verdadeiras Sociedades Secretas, com regras de conduta muito rígidas e mantém as idéias originais das festas hedonistas com o respeito e a seriedade que elas deveriam ter.


O culto a Ísis e Osíris migrou do Antigo Egito para a Grécia, onde Toth tornou-se Hermes e os mistérios de Osíris tornaram-se o culto a Dionísio (Dyonisus).

Dionísio era nascido de Zeus e Perséfone, Dionísio atraiu a fúria de Hera, que enviou os titãs para matá-lo. Zeus o protegeu enviando raios e trovões para despedaçar os titãs, mas quando conseguiu derrotá-los, sobrou apenas o coração de Dionísio. Zeus colocou seu coração no ventre de Semele, uma de suas sacerdotisas, que se tornou sua segunda mãe… portanto Dionísio era conhecido como o “nascido duas vezes”. Curioso não? Novamente temos o culto à morte e ressurreição de Osíris na iniciação e os rituais que demonstravam claramente a vida após a morte. Interessante notar que Semele era uma sacerdotisa do culto a Zeus, e, portanto uma virgem vestal.

Vocês perceberão que ao longo da história, muitos iniciados nasceram de “virgens” (cujo termo possuía o significado real de “espiritualmente pura”). A título de curiosidade, Hórus, Rá, Zoroastro, Krishna, Platão, Apolônio, Pitágoras, Esculápio e aquele outro cara famoso na Bíblia também nasceram de “virgens”.

Os cultos de Dionísio também eram conhecidos pelo nome de culto ao Deus Baco (Bacchus) e suas sacerdotisas iniciadas nos cultos lunares eram conhecidas como Menades ou Bacantes. O poeta Homero escreveu que elas “iam para as montanhas e realizavam estranhos rituais”. O culto começou na Grécia, mas sua popularidade cresceu a ponto de se tornar conhecida em Roma a partir de 200 AC.

Registros famosos destes rituais de Bacchanalia foram escritos por uma sacerdotisa e poetisa chamada Sappho, cujo templo de Mytilene ficava na Ilha de Lesbos, por volta de 600 AC. Estes textos retrataram alguns dos rituais envolvendo sexo mágico entre as iniciadas e uma série de poemas narrando o amor entre mulheres. Da perseguição religiosa, surgiram as palavras Safada (no sentido depreciativo para a mulher) e Lésbica.

Os cultos solares eram mais populares em cidades como Esparta, cujos exércitos voltados para o aperfeiçoamento do corpo e da mente usavam os treinamentos físicos desenvolvidos pelos Guardiões do Templo, incluindo muitos ritos de iniciação (especialmente um dos mais importantes, que é mostrado no filme/HQ “300 de Esparta”, quando Leônidas precisa, quando jovem, enfrentar um período de tempo no deserto/montanha e matar um lobo com as próprias mãos, trazendo sua pele para comprovar o feito de coragem).

Nos cultos de Dionísio, o Hieros Gamos também assumia a forma de relações sexuais entre os deuses, para a realização de diversas comemorações ou rituais. Vamos ao chamado “panteão Olímpico”: Zeus, Hera, Poseidon, Afrodite, Ares, Atenas, Hermes, Hefesto, Apolo, Ártemis, Demeter e Hestia. Exatamente 6 homens e 6 mulheres.
Completando com Dionísio como sumo-sacerdote, estava preparado o Círculo Completo para o Hieros Gamos (como curiosidade, cada deus desses estava relacionado a um signo do zodíaco). Também relacionando com as Linhas de Ley, o Monte Olimpo fica “coincidentemente” em um destes cruzamentos energéticos do planeta.

As reuniões destes grupos recebiam o nome de Orgion (palavra em grego que significa “ritual secreto”) e eram presididas pelo Orgiophanta. Da latinização surgiu a palavra Orgia, e nem preciso dizer o que aconteceu com o significado desta palavra.

Em 180 AC, o senado editou o “Senatus consultum de Bacchanalibus” estabelecendo regras claras para a realização destas festividades e ritos. Desnecessário dizer que os cultos secretos continuaram, apenas caíram na clandestinidade dentro das Ordens Secretas. Os Hieros Gamos continuaram ocorrendo, com a latinização dos deuses envolvidos.

As principais festas aconteciam nos Solstícios e Equinócios, especialmente o Sol Invictus (quem assistiu aquele filme “de Olhos bem fechados” pode ver um ritual de Hieros Gamos moderno, ocorrendo justamente no Natal/Dies Natalis Solis Invicti… quer dizer, uma pequena parte dele).

O culto Solar ganhou muita força em Roma, através do culto a Mithra, o Deus-Sol, El Gabal, Sol Invictus. O exército romano usava todos os símbolos do Templo Solar, inclusive a famosa “saudação a Mithra”, que mais tarde foi usada pelos exércitos de Hitler, um dos maiores ocultistas do século XX, como a saudação tradicional nazista, e também usada por Francis Bellamy para a saudação à bandeira americana (que foi substituída em 1942).


Além dos cultos solar e lunar, existiam também as Vestais (sacerdos vestalis) que eram as sacerdotisas da deusa Vesta e encarregadas de manter aceso o Fogo Sagrado de Vesta. Este fogo era o santuário mais importante de cada cidade romana e deixar uma chama destas apagar era passível de pena de morte. Caso uma chama se apagasse, os sacerdotes precisavam acender uma tocha em um templo vestal em uma cidade próxima e trazer este fogo sagrado até o altar.

Se você pensou em “tocha olímpica”, acertou… é a origem da tocha. Agora algo que você não sabia: A origem sagrada deste fogo remonta ao fogo que Prometeu roubou dos deuses e que lhe custou o castigo eterno.

Outra das coisas que provavelmente você não saiba é que Prometeu é citado pelo poeta Ascilus e Hesíodo como “o Portador da Luz”, cujo nome em grego é Phosporos. Talvez você não reconheça o nome dele em grego, mas em latim eu tenho certeza que você conhece: “Lúcifer – A Estrela da Manhã, o Portador da Luz”.

Surpresos? Bem, hoje vocês aprenderam que aquele bando de esportistas carregando aquelas tochas na olimpíada e toda aquela festa serve para manter viva a chama de Lúcifer. Bacana, não?

As Vestais tinham de ser virgens, pois a energia e os chakras delas vibram e podem ser trabalhados de maneira diferente. Os ocultistas chamam isto de Chastitas, de onde vem a palavra castidade. Na rosacruz chamam estas meninas de columbas e elas são responsáveis por algumas das partes mais bonitas da ritualística.

A Chastitas não precisa envolver a falta de amor. Aliás, ele desenvolve nas sacerdotisas/sacerdotes que escolhem este caminho a virtude do Ágape, ou amor pela humanidade. O iniciado Platão foi um dos que mais estudou este tipo de ritualística, de onde se originou o termo “amor platônico”.

Sócrates estudou este processo e desenvolveu o chamado Chastitas Pederastia, que é uma relação de amor casto entre um jovem e um adulto do mesmo sexo (normalmente um guerreiro mais velho e o aprendiz de soldado, especialmente nos exércitos gregos).
Mas este “amor” a que ele estava se referindo não era o amor homoerótico (que incluía sexo), mas sim o amor fraternal de um Mestre de Guilda para com o Aprendiz.
A Igreja deturpou a palavra “pederasta” como sinônimo pejorativo para homossexual.

Disto seguem aquelas lendas absurdas que os soldados gregos eram gays. Também foi uma das acusações mentirosas que a Inquisição usou contra os Templários, já que esta tradição da pederastia se estendeu para o conceito de Cavaleiro/escudeiro ou Mestre/aprendiz.

A Castidade funciona através de uma alquimia diferente, transformando o que seria o desejo carnal e sexual em uma energia espiritual através do desenvolvimento dos chakras superiores e do controle dos chakras inferiores. Exemplos deste tipo de iluminação incluem os monges budistas, monges shaolins, os padres da Igreja, algumas santas e outros eremitas da literatura religiosa e ocultista.

A Igreja Católica tentou copiar estes preceitos de monges nos padres, mas esqueceu de avisá-los que isso precisa ser treinado. O resultado disto são pessoas que “fazem votos de castidade”, mas não sabem exatamente o que estão fazendo e não acreditam em chakras e com isso ficam todos complexados e cheios de necessidades carnais, naturais de todos os homens.
(Marcelo Del Debbio)

SIMBOLISMO DO QUADRADO


Além do circulo, o quadrado também é encontrado nos desenhos das mandalas, e é importante que possamos compreender um pouco sobre o seu significado. O quadrado, segundo alguns pesquisadores, é um dos símbolos mais usados, por ter uma representação precisa e uma significação arquetípica. O quadrado é uma forma rica em arestas, pode ser associado ao domínio da racionalidade, da impessoalidade e da neutralidade.

Por sua figura angulosa e contrastante é a forma mais ligada ao mundo tridimensional, ao plano objetivo. O quadrado agrega significados como firmeza, organização, solidez, sobriedade, repouso, passividade, estrutura, estabilidade, ordem, etc. O quadrado associa-se ao pensamento cartesiano, analítico. Indica frieza, precisão, cálculo, perfeição matemática.

Muitas pessoas se identificam com essas características. Quando uma pessoa é excessivamente formal e conservadora, dizemos que ela é “quadrada”.

Este é considerado o símbolo primitivo do objeto, da proteção, da propriedade, da moradia, do que está delimitado no espaço, daquilo que guarda e retém, do espaço fechado. Pode ser relacionado com aspectos da masculinidade. Enquanto que o circulo é a imagem do tempo, por significar movimento, o espaço é a imagem do quadrado, por representar inércia, limite e o mundo físico.Enquanto a cruz representa a forma dotada de vida e atividade, como o corpo físico com uma alma ou ânima (aquilo que anima), o quadrado representa a forma inerte, fechada em si mesma, sem vida e espacial em sua essência.

Quadrado simboliza uma interrupção do movimento, ou interrupções sucessivas. Seus quatro ângulos indicam uma descontinuidade no fluxo. A fluidez livre e sem interrupções está associada ao circulo, e o contrário é atribuído ao quadrado.

Enquanto o circulo está associado ao incorpóreo e ao imaterial, o quadrado está estreitamente ligado ao corpóreo e ao material. Altares, templos, cidades, ruas são exemplos de estruturas que tem utilidade para o ser humano.

É o símbolo da terra (quadrado) em oposição ao céu (círculo). É o universo criado, manifestado. Enquanto o céu simboliza o incriado, o imanifesto.

Platão considerava o quadrado e o círculo, por serem figuras universais ligadas ao mundo das idéias perfeitas, como contendo o belo por si mesmos. De acordo com o pensamento de Platão, o quaternário relaciona-se com a materialização das idéias. A materialização exprime a criação dos fenômenos do mundo que ocorrem no espaço. Ele está associado à matéria e a criação de formas imperfeitas, condicionadas ao mundo material, diferente das Formas Perfeitas, da qual o quadrado é uma expressão física.

Algumas Ordens esotéricas têm no quadrado um simbolismo que se relaciona com a atuação no mundo sensório-físico. Por isso, dentro do templo sagrado dessas organizações, os adeptos devem caminhar sempre seguindo em ângulos de 90o, que é a angulação constitucional do quadrado. O motivo deste rito é expressar a ordem que devemos buscar no trato com o mundo.
(Texto: Hugo Lapa)

O PODER CÓSMICO DE RA


A força criativa cósmica primitiva no antigo Egito era chamada de Rá. Essa força primordial é masculina e ativa, sendo a responsável pela ativação da potência vibratória que se expandiu por toda a manifestação. Sendo a energia de Rá uma força ativa, ela se complementa a partir da interação com uma outra força cósmica, também participante do ato de manifestação do Universo. Essa outra potência cósmica primitiva, passiva e feminina, é Ma.

A energia de Rá é representada nas tradições esotéricas como uma reta na vertical. Essa reta seria descendente, o que indica a expressão de uma energia superior, fonte da energia de vida, rebaixando-se ao nível da manifestação, que se encontra num plano inferior, o plano manifesto. Daí a crença de que o prefixo Ra tenha originado a palavra “raio” em português.

No antigo Egito, a energia solar era considerada uma das manifestações da energia primordial de Rá. Alguns estudiosos confundem Rá com o sol ou seus raios, mas na filosofia egípcia é reconhecido que Ra está além da manifestação visível, não podendo se resumir a um aspecto dessa manifestação.

Ainda dentro da tradição egípcia, existem 75 formas ou aspectos de Ra. Os neteru (ou deuses no antigo egito) seriam aspectos de Ra e teriam participado do processo da Criação Universal através da potência energética de Ra. Tanto que a palavra Ra é incorporada ao nome desses neteru ou deuses no Egito antigo. São exemplos Amem-Ra, Ra-Atum, Ra-Harakhte, etc.

No mito egípicio de Ra e Ísis está expressa a seguinte passagem: “Tenho múltiplos nomes e múltiplas formas”.

Além disto, Ra é frequentemente representado como um grande escaravelho preto, sentado no barco solar, girando um grande disco solar.O nome egípcio para Escaravelho em egípicio é Khepri, uma palavra que significa “aquele que cria”.


José Laércio faz referências sobre a interação de Ra sobre Ma em relação ao “instante” cósmico de criação:

“No momento em que a ação de RA (= consciência) se fez sentir no seio de MA houve o princípio, o primeiro evento da creação, então a primeira LUZ (= vibração) surgiu, embora nesta etapa ela ainda fosse indetectável. Ocorreu, assim, o primeiro ponto de creação que por isto pode ser representado por um ponto dentro de um círculo.

Naquela etapa já existia algo embora imanifesto. Existia porque a ação de RA sobre MA já se fizera sentir, embora nada pudesse ser ainda detectado, por carência de polaridade (Era a fase um do evento). Graficamente a representação do “um” é um ponto dentro de um círculo. Este símbolo representa o “UM”, quer em nível de Transcendência (Ser com dois atributos Ra e Ma) ou a sua manifestação na Creação como origem potencial de tudo quanto há (Ação de Purucha sobre Prakriti – termos baseados da doutrina védica).”

Para completar nossa compreensão, cabe falar sobre o simbolismo do “Centro”, que é considerado por alguns estudiosos como um dos quatro símbolos fundamentais, juntamente com o círculo, o triângulo e o quadrado. Símbolo clássico da tradição espiritual de todos os tempos, a idéia de centro evoca um significado de muito valor do ponto de vista arquetípico.

O centro é, antes de tudo, o início, a origem, o ponto de partida de todas as coisas. Um ponto sem forma, dimensões, invisível e imóvel. A única imagem da Unidade Primordial. Diz-se que todo o Universo veio de um ponto. Encontramos também na noção moderna do Big Bang da Física, a idéia de um centro concentrado de energia potencial de onde o Universo teria sido originado a partir de uma explosão. A sabedoria Hermética proclama que:

“Deus é uma esfera cujo centro está em toda parte e a circunferência em parte alguma.”

Significa que a divindade encontra-se no centro invisível do ser, além de abranger todas as coisas. Os antigos explicavam que da Unidade Primordial representada como o centro de tudo é de onde nascem todos os “números”, que neste caso possuem um sentido não apenas quantitativo, mas qualitativo, no sentido da expansão da própria natureza divina.

O centro produz a emanação da divindade, criando o conjunto de todos os seres e de todos os estados de existência que constituem a manifestação universal. É a passagem do imanifesto para o manifesto, do infinito para o finito, do invisível para o visível.

O centro não está encerrado apenas no espaço, não se prende a este, mas é uma medida além que evoca a própria condição íntima do ser, para onde tudo converge e tudo se expande.
(Texto:HUGO LAPA)

ASTROLOGIA: A LUA



A LUA está relacionada ao frio, à umidade e à intuição.

Em boa parte dos livros sobre o assunto, informa-se que as vibrações lunares tornam a mente sensitiva e receptiva; excitam a imaginação, as sensações e as emoções. Parece-nos - e nisto vai algo a merecer uma reflexão - que o mais importante está na possibilidade de a Lua proporcionar sonhos interessantes, às vezes proféticos.

Determinam uma natureza romântica, sentimental, afetiva e emotiva; dão amor pelas aventuras mas, ao mesmo tempo, fazem o nativo apegar-se ao lar e à família.

Relacionemos isto ao mito da deusa grega da Lua, Seléne. Devemos pensar nas reais ou possíveis motivações que levaram os gregos antigos à construção de tal mito. A astrologia nada mais é que uma chave - muito pequena, aliás -, para abrir portas de outros estudos.

Se possível, aceite a sugestão de pesquisar mais sobre Seléne e olhar (com cuidado) o texto aqui. Veja lá, bem ao final, algumas frases que parecem enigmáticas, sobre aquilo que um adivinho deve aceitar fazer se quiser ir muito, muito adiante. Pode não ser o seu caso, naturalmente, mas nunca é demais refletir a respeito.

O mito de Seléne esconde, por trás das cortinas do palco, o mito que, de fato, interessa saber: o de Endímion, jovem por quem a deusa apaixonou-se perdidamente.
Não há como entender Endímion, sem refletir sobre Seléne; assim como não há meio de reverenciar a deusa, sem pensar em seu amante Endímion.

Portanto, a Lua determina uma natureza romântica, sentimental, afetiva e emotiva; logo, ela favorece sentimentos pelas aventuras mas, ao mesmo tempo (num horóscopo negativo), faz do nativo apegado ao lar e à família.

Ocupando o Ascendente, a Lua pressagia uma vida movimentada e dá ao nativo uma natureza inquieta e curiosa; confere inclinação para as mudanças e viagens, para o constante câmbio de profissão ou emprego e para as atividades que exigem muitas viagens e deslocamentos; oferece possibilidade de riqueza e popularidade, mas o indivíduo terá que mover-se nas várias camadas sociais, principalmente nas camadas médias, que são as mais influenciadas pela Lua; nas classes elevadas, suas possibilidades serão menores.

Como vimos, a natureza feminina da Lua é crucial. Mas, a pergunta aqui é a seguinte: por que “natureza feminina”? Note a Tábua de Domicílios e Exílios, para responder.


Observe que a Lua tem seu domicílio em Cancer e seu exílio em Capricornus. Além do mais, a Lua pertence aos signos da Água, ao passo que Taurus, Virgo e Capricornus pertencem aos signos da Terra. Se a Terra é feminina, isto é, no sentido de que acolhe as sementes, então a água é o que lhe dá vida. Por isso a Lua é fria-úmida, plástica, emocional e fecunda.

Vamos ver:
1) A Lua em Cancer (começamos por Cancer, porque aqui é o domicílio da Lua, local onde ela tem sua maior influência):

Aplique o que você leu acima sobre a Lua e verá como é possível extrair dali algumas suposições.

Em Cancer, a Lua faz o nativo sobressair-se sobre os demais, ele terá muita sensibilidade e, é claro, inclina-se para estudos esotéricos ou que exijam profundidade de pensamento. Daí sai que o nativo também pode vir a ser destaque em música, literatura e outras artes, mas, sobretudo, gozará de admiração de todos (ou quase todos).

2) A Lua em Scorpio (que é um dos signos da Água - pois, primeiro, veremos estes signos da água; em seguida os da Terra, que é onde está o exílio da Lua). Para tirar dúvidas, veja a figura abaixo:

Como você já deve saber, Cancer, Scorpio e Pisces são os signos da Água; ao passo que Capricornus, Taurus e Virgo são os da Terra - Olhe bem a figura. Estamos estudando a posição da Lua nos signos da Água (onde ela tem influência positiva), e depois estudaremos os signos da Terra (onde a Lua, passa por maus bocados…), restando, enfim, os demais seis (como fizemos com o Sol).

Seguindo… a Lua em Scorpio: Está “deprimida” aqui, mas trata-se de uma “depressão” um tanto paradoxal. Isto é: aqui em Scorpio, ela promete fortuna, harmonia, paz e generosidade. Veja, portanto, que a palavra “depressão” tem a ver com a idéia daquele nativo que, de certa maneira, aparenta ser um solitário, que mais pensa no bem estar do outro, que atua sem “aparecer” nem buscar honrarias.

Eu, pessoalmente (e devo estar errado), penso que Scorpio “retira” da Lua (e do nativo) aquele aparecer social que lhe confere honrarias e admiração, de sorte que ele possa transitar mais à vontade para levar harmonia aos ambientes. Traduzido em miúdos, eu preferiria a Lua em Scorpio!

3) A Lua em Pisces : Dá ao nativo muita bondade e um dom apreciável: aquele de fazer do nativo um ser gregário. Por conseqüência, alguém assim sempre será afeto às artes, à beleza e às criações humanas que se voltam para o bem de todos.

Vamos, agora para o signo do exílio da Lua, isto é, Capricornus (e seus amigos da Terra, que são Virgo e Taurus).

4) A Lua em Capricornus:
Este é o exílio da Lua. Ela, aqui, está enfraquecida. Vamos “inverter” o que se diz da Lua em Cancer (no domicílio). Veja só:

Em Cancer
Em Cancer, a Lua faz o nativo sobressair sobre os demais, ele terá muita sensibilidade e, é claro, inclina-se para estudos esotéricos ou que exijam profundidade de pensamento. Daí sai que o nativo também pode vir a ser destaque em música, literatura e outras artes, mas, sobretudo, gozará de admiração de todos (ou quase todos).

Se lá, em Cancer, o nativo se sobressai aos demais, aqui não. Se lá ele tem habilidade com as pessoas, aqui não. E assim, por diante.

5) e 6) A Lua em Taurus e Virgo:
Proceda como fizemos acima e você terá uma boa idéia do que ocorrerá com a Lua nessas posições.

Falta, portanto, analisar a Lua em seis outros signos, que são os do Fogo e do Ar. Use o “truque” de fazer a análise de anteriores e posteriores: UM SIGNO ANTES e UM APÓS. Tome, por exemplo, a análise para Câncer e subtraia um signo e você terá Gemini. Aqui, “retire” um pouco do que Câncer confere à Lua. Tome, também, por exemplo, a análise para Câncer e some um signo, e você terá Leo. Aqui, “adicione” um pouco do que Câncer confere à Lua.

Faça o mesmo para a Lua em Scorpio (tire um e veja o que ocorrerá em Libra - some um e veja o que ocorrerá em Sagitarius). Faça a mesma coisa para a Lua em Pisces (tire um e veja em Aquarius - some um e veja em Áries). Com isto, você terá analisado a Lua nos 12 signos.

É claro que você precisará pensar um pouco para entender isto; “brincar” com o zodíaco, girá-lo para todos os lados, olhar a figura acima, pensar e pensar. Mas, afinal de contas, qual é o problema nisso?

Lembre-se: nem de longe estas análises são completas; lembre-se mais ainda: você está apenas começando e, neste sentido, nada como o básico. Se você quiser mesmo melhorar, leia mais. Mas uma coisa é certa, volto a dizer: a “genialidade” do astrólogo depende da sutileza, de saber “retirar” e “adicionar” qualidades e aspectos negativos em cada situação. Portanto, só depende de você.

AFRODITE E EOSTRE


De acordo com a Teogonia, de Hesíodo, Afrodite nasceu quando Urano (pai dos titãs) foi castrado por seu filho Cronos/Saturno, que atirou os genitais cortados de Urano ao mar, que começou a ferver e a espumar, esse efeito foi a fecundação que ocorreu em Tálassa, deusa primordial do mar. De aphros (”espuma do mar”), ergueu-se Afrodite e o mar a carregou para Chipre. Assim, Afrodite é de uma geração mais antiga que a maioria dos outros deuses olímpicos.

Após destronar Cronos, Zeus ficou ressentido pois tão grande era o poder sedutor de Afrodite que ele e os demais deuses estavam brigando o tempo todo pelos encantos dela, enquanto esta os desprezava a todos. Como vingança e punição, Zeus fê-la casar-se com Hefesto, que usou toda sua perícia para cobri-la com as melhores jóias do mundo, inclusive um cinto mágico do mais fino ouro, entrelaçado com filigranas mágicas.

Segundo Homero, Afrodite e Hefesto se amavam mas, pela falta de atenção deste, que estava sempre envolvido com os trabalhos encomendados pelos deuses, Afrodite começou a trair o marido com Ares.

Suas festas eram chamadas de “Festas Afrodisíacas” e eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto.

Suas sacerdotisas eram consideradas prostitutas sagradas, que representavam a própria Afrodite, e o sexo com elas era considerado um meio de adoração e contato com a Deusa.

Com o passar do tempo, e com a substituição da religiosidade matriarcal pela patriarcal, Afrodite passou a ser vista cada vez mais como uma Deusa frívola e promíscua, como resultado de sua sexualidade liberal.

Afrodite/Vênus representa as paixões incontroladas, o espírito deixado levar pelo sentimento, as forças primordiais do SENTIR, incontroláveis. Vênus simboliza a emoção pura. O desejo, ciúmes, amizade, amor, ódio, luxúria, a arte, inspiração, etc… todos os sentimentos que não podem ser controlados pela Razão são de domínio de Vênus.

Tudo o que não pode ser contabilizado, quantificado ou racionalizado pertence à Esfera de Vênus… a esfera de Netzach.

Eostre ou Ostera é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados.

A lebre (e NÃO um coelho) era seu símbolo. Suas sacerdotisas eram capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada (claro que a versão “coelhinho da páscoa, que trazes pra mim?” é bem mais comercialmente interessante do que “Lebre de Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?”, que é a versão original desta rima.


A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia (vide desenho neste post) e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade.

De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs.

Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora” (ou novamente, o planeta Vênus).

É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento chamado de Ostara.

A Árvore da Vida representa um mapa dos estados de consciência humanos. Vamos falar mais detalhadamente sobre isso futuramente, mas vou fazer a referência agora e vocês podem retornar e ler novamente este texto mais tarde, ok?

Em razão de sua ligação com o amor incondicional e com as emoções, Vênus está associado na Kabbalah à sétima esfera (sephira), chamada Netzach (Vitória). Netzach representa a emoção pura, o amor, desejo, luxúria, as águas torrentes das paixões. Enquanto Hod, sua contraparte racional, é simbolizada pelos ventos frios do deserto, Netzach é associada ao elemento Água e ao lado feminino de nossos pensamentos.
(Marcelo Del Debbio)

CONSCIÊNCIA E MEIOS DE COMUNICAÇÃO IV



Está escrito no Atos dos Apóstolos que quando o Espírito Santo desceu sobre os Doze, cada indivíduo que estava presente na numerosa assembléia podia ouvir falar em sua própria língua. Para a pessoa que não entende assuntos como estes tratados neste artigo a história pareceria incrível. Porém não o é.

O pensamento dos Apóstolos causou em cada ouvinte uma mudança mental, reproduzindo-se na mente de cada um; esta mudança se tornou o pensamento de cada pessoa, e alcançou seu cérebro físico do modo costumeiro; lá revestiu-se de palavras, as palavras em que cada um estava inconscientemente acostumado a traduzir seus próprios pensamentos. A pessoa pensou que ouvira os Apóstolos falar em sua própria língua, ao passo que eles falaram em pensamento e cada um traduziu isso em seu próprio idioma.

Similarmente, se um trabalhador no plano astral não consegue se comunicar através da linguagem comum com alguém que deseja auxiliar, ele pode - se tiver aprendido a usar seu corpo mental - transmitir o pensamento à mente de seu amigo, deixando que ele traduza a imagem mental em sua própria língua. É o amigo quem faz a tradução, mas ele pensaria que foi seu auxiliar que lhe falou, porém ele teria apenas recebido dele uma impressão mental que traduzira ele mesmo da forma a que estava acostumado.

Esta costumeira interação entre mente e cérebro, a tradução usual de uma imagem mental em palavras, é usada por aqueles que trabalham nos planos superiores como um meio conveniente de comunicação com aqueles que estão nos planos inferiores ao seu. Assim um Mestre oriental, não conhecendo inglês, falaria "em inglês" a um discípulo ocidental. Ele pode até escrever, bastando retirar do cérebro do discípulo as palavras que necessita.

Existe ainda outra possibilidade que não deve ser omitida: a simulação de um Irmão da Luz por um Irmão da Sombra, ou de um discípulo de um pelo discípulo de outro. Pode acontecer que com o engano de alguém que tenha larga influência, e com o conseqüente mal que pode ser produzido por tal pessoa enganada, um Irmão da Sombra possa personificar um Irmão Branco e dar alguma ordem ou orientação nefasta.

Em tal caso tudo depende primeiro da intuição daquele a quem se busca enganar, e então o assunto passa ao julgamento e intuição de outros. Se tal possibilidade acontecer na Sociedade, cada membro deve formar sua própria opinião sobre a veracidade e confiabilidade da comunicação, depois de ponderar todas as circunstâncias do caso, o conhecimento e caráter da suposta vítima, o efeito da comunicação no bem da Sociedade, e todos os efeitos colaterais.

Às vezes a questão só pode ser finalmente decidida após transcorrer um considerável lapso de tempo; assim, no caso da dissidência de Judge, o tempo falou pela continuidade e crescimento da Sociedade original - compare-se sua produção de literatura, sua crescente vitalidade e poder, com o desmantelamento da dissidência em diversos grupos menores, a diminuição de seus seguidores, a pobreza de literatura e a pequena influência sobre o público.

O tempo prova todas as coisas, e seu veredicto não é passível de apelação. O mesmo vai acontecer com a controvérsia suscitada pelas manifestações de Adyar. Mantenham-se pacientes e no controle de si mesmos, e depois de empregarem sua melhor capacidade de julgamento, esperem pelo veredicto. O fogo do tempo prova todas as coisas, ele queima a escória e deixa o ouro purificado e resplendente. O Senhor do Fogo lança todas as coisas terrenas em Sua fogueira; esperemos pelo resultado sem medo, desejando que nossa escória seja consumida e esperando que no fim possa restar algum ouro puro.

Será evidente, para aqueles que consideram estes vários meios de comunicação, que é praticamente impossível, para pessoas à distância do lugar onde a comunicação foi feita, definirem a forma que ela pode ter tomado, a menos que disponham de meios ocultos de investigação.

A natureza das manifestações que tiveram lugar em Adyar no inverno de 1906-1907 não poderia ser decidida pelo membro comum da Sociedade, não versado em fenômenos ocultos. Ele seria forçado a ou confiar na boa-fé e exatidão daqueles que estavam presentes durante sua ocorrência, ou ser capaz de estudá-los ocultamente, ou suspender seu julgamento. Os dados eram insuficientes para uma decisão independente no assunto. E a maioria dos fenômenos que ocorreram na história da Sociedade está na mesma situação.

A menos que possamos aceitar a boa-fé e competência das testemunhas, ou tenhamos o poder de investigar por nós mesmos o passado, devemos forçosamente suspender nosso julgamento. A credulidade irracional e a incredulidade irracional são ambas sinais de uma mente desequilibrada, e onde falta evidência suficiente para nos satisfazer, é claro que o certo é nos abstermos tanto da afirmação quanto da negação. É claro que em tais assuntos cada um deve decidir por si mesmo, e que ninguém tem o direito de ditar como qualquer outro membro deve pensar.

Uma pessoa que tem um conhecimento definido pode afirmar que tais e tais coisas aconteceram, mas ela não pode reivindicar autoridade para impor sobre os outros seu conhecimento como uma prova suficiente do ocorrido, nem deve culpá-los se eles rejeitarem sua competência como testemunha. É necessária completa liberdade para cada membro exercitar seu próprio raciocínio nestes assuntos, pelo bem da segurança e progresso da Sociedade.

A escassez de comunicações que se permitiu vir a público durante muitos anos foi uma prova da falta de equilíbrio, julgamento, bom-senso e calma na Sociedade em geral. As pessoas passaram a considerar as comunicações dos Mestres com dúvida, suspeita e medo, e, por conseguinte, já que elas causavam tanta agitação, foram ocultas, salvo quando absolutamente necessário. Nos primeiros tempos elas eram comuns porque o fato de a porta estar aberta era largamente aceito. Agora se tornaram raras por causa do tumulto que causam.

Mas se acreditamos no que a maioria de nós aceita em teoria, que estamos vivendo em três mundos todo o tempo, e que estamos relacionados àqueles mundos através da presença de sua matéria em nossos corpos, então deveríamos considerar natural, e não antinatural, que devamos receber através de nossa matéria apropriada os impactos de cada um dos três mundos. Nosso conhecimento deles e nossa comunicação com eles dependem de nossa receptividade a eles, e não destes mundos exteriores por si mesmos.

Cada membro deve ser deixado livre para aceitar ou rejeitar, sob sua própria responsabilidade, aquilo que é afirmado por qualquer outro. Se, no exercício desta discriminação, um membro rejeita o que é verdadeiro, a perda é sua, e é bem melhor que ele perca do que a Sociedade seja privada da liberdade que mantém aberto caminho do progresso. Se a maioria da Sociedade rejeitasse uma comunicação importante e verídica, então a Sociedade como uma organização pereceria, e a minoria seria incumbida de levar adiante o trabalho. Este foi o perigo que a Sociedade enfrentou logo depois das manifestações em Adyar, e da expressão da vontade do Mestre ao Coronel Olcott sobre a nomeação do seu sucessor. Mas a grande maioria da Sociedade obedeceu ao desejo do Mestre, e o perigo foi evitado.

Um perigo semelhante pode novamente surgir, mas não devemos garantir segurança contra ele restringindo a liberdade dos membros de pensarem por si mesmos. Todo membro deve ser deixado livre para crer ou descrer. Como disse uma vez um Mestre, quando foi acusado de proferir uma ameaça porque Ele havia declarado o que sucederia em determinada linha de ação, "Uma advertência não é uma ameaça". Estudantes antigos podem ver um perigo onde estudantes novatos não vêem, e às vezes eles são obrigados a colocar seu conhecimento a serviço do mais jovem; mas o jovem deve ser deixado livre para aceitar ou rejeitar o aviso, e, neste caso, adquirir sua própria experiência a custo do sofrimento que teria sido evitado se utilizasse a experiência dos mais velhos.

As leis da Natureza não mudam porque as desconhecemos, e se cometemos um erro, mesmo que de boa-fé, devemos sofrer por termos andado contra a lei. A decisão consciente fortalecerá nosso caráter, e nosso conhecimento aumentará com a experiência. Aqueles que já conseguiram este conhecimento podem com acerto oferecê-lo aos seus companheiros - embora não possam impô-lo - pois, poderiam se tornar passíveis da condenação:
"Vocês sabiam que ignorantes estávamos correndo em direção ao perigo; por que não nos avisaram?"

A Raça Vindoura deve encorajar a variedade de opinião dentro de seu âmbito, a fim de que possa reunir em si todas as sementes da verdade, mesmo que estejam ocultas nas cascas do erro. A casca se desprenderá e a semente permanecerá e crescerá. A Sociedade jamais será destruída pela variedade de pensamento, basta praticar a tolerância perfeita e não colocar barreiras no caminho da liberdade de expressão. Mas não encorajemos negações desencorajando afirmações, pois senão cresceremos em direção à sombra em vez de em direção à luz.

Enquanto guardamos a liberdade de pensamento e expressão e encorajamos a mais ampla discussão das diferenças, não esqueçamos a cortesia e a gentileza, senão a diferença de pensamento decairá em vituperação daqueles que pensam diferentemente de nós. O amor é tão vital como o conhecimento para a construção do futuro, e o conhecimento sem amor é inútil para os Mestres-Construtores da Raça Futura.
(Annie Besant)