31 de julho de 2010

A PALAVRA ABRACADABRA


Existem fatos intrigantes sobre a palavra Abracadabra. Qual é o seu verdadeiro significado?

Alguns místicos do passado mencionaram esta palavra como parte integrante de uma Doutrina Secreta que vem se perpetuando no tempo, através do trabalho incansável das Ordens Iniciáticas, tanto no Oriente como no Ocidente.

Jean Riviere em sua obra “Amuletos, Talismãs e Pantáculos”, nos diz que a palavra ABRACADABRA vem do hebraico Abreq ad Abra (UBPU IÇ NBPÇ). Traduzidas do hebraico estas palavras são:

N BPÇ = estrela Sírius
I Ç = caudal das águas celestiais
B PU = pronúncia/som/verbo/luz

O sentido desta frase em hebraico respeitando a ordem é provavelmente "Senhor de Sírius, envia teu Verbo".

Alice Bailey , em diversas de suas obras faz interessantes revelações a respeito de Sírius.

Esta palavra é nitidamente uma antiga invocação.

Que as informações aqui já são suficientes para empreendermos as nossas próprias investigações. Para ajudar, envio abaixo dois arquivos com figuras de textos escaneados de Dicionários Hebraicos que me serviram para realizar a tradução que apresento.

A palavra ABRACADABRA foi escrita incorretamente em vários textos antigos que ao transliterarem a palavra para o hebraico, utilizaram um KAPH final ao invés de um QOPH final.

KAPH é K, e QOPH é Q.

A palavra ABREK, transliterada e traduzida do hebraico, significa estudante, enquanto que a palavra ABREQ significa Sírius.

A primeira lista (à esquerda) refere-se à consulta feita no Dicionário de Hebraico-Português de Rifka Berezin - Edusp-1995 – São Paulo/SP e a segunda coluna (à direita) refere-se à Pesquisa feita no Dicionário Hebraico-Português e Aramaico-Português, das Editoras Sinodal/Vozes-1989.

Obs: A pesquisa foi feita em dois dicionários porque nem todos trazem todas as palavras existentes no hebraico. A palavra "Sírius", por exemplo, só foi encontrada no Dicionário da Dra. Rifka Berezin, que é catedrática de Hebraico na Universidade de São Paulo.



Também, entre o primeiro século da Era Cristã, época provável da origem do Quadrado Sator, e 2 de julho de 1859, data da primeira publicação de um quadrado de palavras da língua inglesa, na revista acadêmica britânica "Notes and Queries" (Notas e Indagações), foram criadas três importantes formas geométricas compostas de palavras, aparentemente sem nenhuma relação com o Quadrado Sator.


A primeira delas foi o amuleto "abracadabra", que assim como o Quadrado Sator, têm uma origem misteriosa e foram utilizados com fins mágicos.

Muitos estudiosos acreditam ser uma palavra derivada de "Abraxas", termo usado por integrantes de uma seita gnóstica do século II para designar o Ser Supremo ("abraxas" também poderia ser um deus dos antigos egípcios ou um demônio que apresenta serpentes no lugar dos pés).


Escrita em grego, "abraxas" contém sete letras que, computadas numericamente, somam 365, o número de dias do ano e, segundo aqueles crentes, também o número de emanações do Ser Divino, cada uma delas representando uma virtude associada a um dia do ano. Por isso, era comum entre eles o uso de um amuleto no qual estava gravado o número 365.

Outra versão poderia ser de um acrônimo formado por palavras hebraicas relativas à Trindade: Ab (Pai), Ben (Filho) e Ruach Acadsch (Espírito Santo). Essas duas primeiras versões são as mais conceituadas.

Ou, então, a união das palavras hebraicas abreg, ad e habra, que significa "fulmine com seu raio".


Ou, ainda, a versão de uma designação formada pelas palavras celtas "Abra" ou "Abar", que significa "Deus" em celta, e "Cad", que significa "santo". O resultado: Santo Deus.

Ou o nome do deus supremo dos assírios no século II.

Outro significado atribuído a "abracadabra" é "eu criarei aquilo de que falo", que faz lembrar o poder atribuído tradicionalmente pela magia à fala humana. Já a tradição Wicca, modismo atual entre os jovens norte-americanos, prefere a tradução "não me fira", que remete à função protetora do amuleto.

Apesar das divergências quanto à origem e ao sentido da palavra "abracadabra", existe uma certeza: a primeira ocorrência registrada do termo encontra-se na obra Res Reconditae (Coisa Secreta), de Quintus Serenus Sammonicus, médico do imperador romano Sétimo Severo. Quintus faleceu em 212.

Também há consenso quanto ao uso do objeto. Os mais freqüentes referem-se à proteção contra doenças e à cura de febres. No período medieval, usado como amuleto(talismã com funções defensivas, ao qual se atribui o poder de evitar doenças e desgraças), além de afastar o azar e os demônios. É certo que a palavra se incorporou à tradição mística da Cabala judaica.

A esse respeito, o número 9 tinha uma função mágica essencial: em hebraico, "abracadabra" é escrita com 9 letras; a letra aleph aparece 9 nove vezes no lado esquerdo do triângulo; e, freqüentemente, o amuleto era usado por 9 dias ao pescoço e depois jogado num rio.

A palavra "talismã" vem do grego telesma, que significa "mistério". Um talismã pode ser constituído de um pedaço de papel escrito, uma pedra ou metal com palavras ou símbolos gravados, ou mesmo uma forma geométrica ou figura feita de pedra ou metal.

Seu poder adviria da capacidade de estabelecer contato com forças ou influências sobrenaturais, usando-as em benefício do possuidor na satisfação de desejos e aspirações.

São três as formas geométricas conhecidas de disposição das letras da palavra "abracadabra", todas com objetivos mágicos.

A primeira, mostrada acima, forma um triângulo invertido, com a ponta para baixo, indicando a concentração de forças celestes ou sobrenaturais na direção da Terra.

A segunda, forma um triângulo retângulo pela eliminação da última letra de cada linha, até que sobre apenas uma delas, sugerindo, segundo princípios da magia imitativa, que também o problema se extinguirá progressivamente:


Essa forma é transcrita no terceiro volume da famosa obra "Da Filosofia Oculta", de autoria do mago Henrich Cornelius Agrippa (1486-1535) e publicada em 1510. A terceira disposição assume a forma de um losango ¾ mostrada abaixo, ao lado da forma triangular.

Esta última (a triangular) possuía um caráter tridimensional, assemelhando-se a um funil: os poderes do mal seriam capturados por ele e, num movimento de redemoinho, desceriam até a ponta, onde se perderiam num abismo sem fundo:


Eliphas Levi (1810-1875), considerado o maior ocultista do século XIX, referia-se ao "abracadabra" como "o triângulo mágico".

O romancista brasileiro Joaquim Manuel de Macedo, autor de "A Moreninha", mencionou o amuleto numa cena do conto "A Luneta Mágica". Nela, é descrito o aposento de um misterioso armênio que prometera ao protagonista Simplício, míope em alto grau, uma luneta mágica para livrá-lo desse problema:

"Sobre o altar maldito descansavam os instrumentos da magia e, entre outros, a vara mágica, a espada, a taça e a lâmpada; a um lado, no chão, estava a trípode. Globos, triângulos, a figura do diabo, a estrela de seis raios, o abracadabra, as combinações do triângulo, e uma infinidade de símbolos enchiam a mesa e o gabinete".

Para os jogos de palavras, a importância do amuleto "abracadabra" reside na engenhosidade da distribuição das letras: a forma triangular permite que a palavra "abracadabra" seja lida até de 1024 maneiras diferentes; na forma em diamante, são contadas 252 ocorrências de "abracadabra".

Modernamente, a palavra "abracadabra", já dissociada de sua representação geométrica, é usada principalmente por mágicos durante números de palco, quando fingem evocar poderes sobrenaturais supostamente responsáveis pelo efeito da ilusão.

Também aparece no sentido figurado, assumindo conotação negativa, quando se quer designar uma solução pretensamente mágica, mas superficial e ilusória. Talvez um fim um tanto inglório para aquela que foi a mais famosa de todas as palavras da magia.

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