25 de novembro de 2015

SIMBOLOGIA IV

Os símbolos geométricos têm, como dissemos antes, uma relação simbólica precisa com as cifras matemáticas. Como se verá, a cada número corresponde exatamente uma ou mais figuras da Geometria; poderíamos dizer que estas são a representação espacial das mesmas energias que os números também expressam à sua maneira.

Como todos os números podem ser reduzidos aos nove primeiros (por exemplo, o número 8765 = 8 + 7 + 6 + 5 = 26 = 2 + 6 = 8, e desse modo poderíamos proceder com qualquer número maior que nove), limitar-nos-emos por agora a descrever sucintamente o simbolismo dos nove primeiros números, mais o zero.

1 – O número um, e seu correspondente o ponto geométrico, representando aparentemente o menor, contém em potência, no entanto, todos os demais números e figuras. Sem ele nenhum outro poderia ter existência alguma. Todo número está constituído pelo anterior mais um, bem como toda figura geométrica nasce a partir de um primeiro ponto; ou seja, que este gera todas as demais.

O Um simboliza a Origem e o Princípio único do qual derivam os princípios universais, e também o Destino comum ao qual todos os seres têm que retornar. É, segundo a máxima Hermética, "o Todo que está em Tudo", ou seja, o Ser Total.

Ainda que o ponto e o um sejam uma primeira afirmação (proveniente de uma página em branco ou do zero, ou do Não-Ser), normalmente se os descreve melhor em termos negativos, posto que representam o indivisível, o imutável, ou seja, o motor imóvel, pai de todo movimento e manifestação.

A meta primeira dos trabalhos iniciáticos é atingir a consciência de Unidade.

2 – O número dois simboliza o primeiro casal, que se dividindo Unidade opõe seus dois termos entre si, ao mesmo tempo em que os complementa.

Diz-se que constitui o primeiro movimento do Um, que consiste no ato de se conhecer a Si Mesmo, produzindo uma aparente polarização: o sujeito que conhece (princípio ativo, masculino, positivo) e o objeto conhecido (passivo ou receptivo, feminino e negativo).

Desde a perspectiva da Unidade esta polarização ou dualidade não existe, pois o ativo e o passivo (yang e yin no extremo Oriente) contêm uma energia comum (Tao) que os neutraliza, complementa, sintetiza e une (já se vislumbra aqui o três).

Mas desde o ponto de vista do ser manifestado, esta dualidade está presente em toda a criação: noite e dia, céu e terra, vida e morte, luz e obscuridade, macho e fêmea, bem e mal e se encontram na própria gênese do ato criacional, e a partir dali, toda manifestação é necessariamente sexuada.


O dois é representado geometricamente com a linha reta: 


3 – Mas como dissemos, para que a dualidade se produza tem de ter sempre um ponto central do qual nasce a polarização: 


O três se corresponde com o triângulo eqüilátero (símbolo da triunidade dos princípios e representa à Unidade enquanto ela conjuga todo par de opostos. As três colunas da Árvore, suas tríades e os três princípios da Alquimia de que falamos assim o testemunham; e podemos também encontrar esta lei ternária nas três cores primárias (azul, amarelo e vermelho) de cuja combinação nascem todas as demais; nas três primeiras pessoas da gramática (eu, tu, ele); nas três faces do tempo (passado, presente e futuro); nas três notas musicais que compõem um acorde (dó, mi, sol, por exemplo); e nos três reinos da natureza (mineral, vegetal e animal), etc.: 


4 – Se o ponto não é dimensionável, a reta expressa uma primeira dimensão e o triângulo é de duas dimensões (é a primeira figura plana), o número quatro é o símbolo da manifestação tridimensional, como se vê na geometria no poliedro mais simples (nascido do triângulo com um ponto central), o tetraedro regular de quatro faces triangulares: 


Diz-se que os três primeiros números expressam o imanifestado e incriado e que o quatro é o número que assinala toda a criação. Por isso, divide-se o espaço em quatro pontos cardeais, que ordenam toda a medida da terra (geo = terra, metria = medida), e se divide todo ciclo temporal em quatro fases ou estações, como vimos.

A representação estática do quaternário é o quadrado e seu aspecto dinâmico está expresso no símbolo universal da cruz: 


Queremos lembrar aqui o que mencionamos referente aos quatro mundos da Árvore Cabalística e aos quatro elementos alquímicos e apontar que estes se relacionam na tradição judaica com as quatro letras do Tetragramaton ou nome divino (YHVH).
Também apontar de passagem que, segundo a chamada lei da tetraktys que estudavam os pitagóricos, o quatro, como a criação inteira, reduz-se finalmente na unidade:  
4 = 1 + 2 + 3 + 4 = 10 = 1 + 0 = 1 


5 – O cinco, que é o central na série dos nove primeiros números, na geometria aparece quando a unidade se faz patente no centro do quadrado e da cruz: 


Este ponto médio representa o que em Alquimia se denomina a quintessência, o éter, o quinto elemento que contém e sintetiza os outros quatro e que simboliza o vazio, a realidade espiritual que penetra em cada ser unindo tudo dentro de si.

No símbolo tão conhecido da pirâmide de base esquadrejada, esse ponto central se coloca em seu vértice, mostrando assim que essa unidade se encontra em outro nível ao que conflui o quaternário da manifestação: 


O número cinco –que se representa também geometricamente com o pentágono– é relacionado com o homem ou microcosmo, já que este tem cinco sentidos, cinco dedos nas mãos e nos pés, e cinco extremidades (contando a cabeça), pelo que se pode vê-lo inscrito numa estrela de cinco pontas.

6 – A tríade primordial se reflete na criação como num espelho, o que se representa com a Estrela de David ou Selo salomônico, e também com o hexágono:


Se vimos as três cores primárias (azul, amarelo e vermelho) no primeiro triângulo, as três secundárias, que completam as seis do arco íris, nascidas da combinação daquelas (verde, laranja e violeta) colocam-se no segundo triângulo invertido.

Na geometria espacial é o cubo aquele que representa ao senário, já que este tem seis faces –como se observa no símbolo do dado, de origem sagrada–, das quais três são visíveis e três invisíveis. A esfera (como o círculo) simboliza o céu, e o cubo (como o quadrado), a terra:


Por outra parte, se pomos as faces do cubo no plano, produz-se o símbolo da cruz cristã, que se relaciona também por esse motivo com o seis:


Outro modo de representar geometricamente o seis é por meio da cruz tridimensional, ou de seis braços, que marcam seis direções no espaço: encima e embaixo, adiante e atrás, direita e esquerda:


7 – O sete, como o quatro, representa a unidade em outro plano, já que pode se reduzir ao um da mesma forma:
7 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28 = 2 + 8 = 10 = 1 + 0 = 1 


Na geometria, o setenário pode ser representado com o heptágono e com a estrela de sete pontas, mas, sobretudo, é visto quando se agrega às figuras que simbolizam o seis seu ponto central ou unidade primordial (observe-se que as duas faces opostas de um dado sempre somam sete):


São variadíssimas as manifestações do número sete no simbolismo esotérico. Mencionaremos de passagem as mais conhecidas: são sete os dias da criação (seis mais o de descanso) em correspondência com os dias da semana, os planetas e os metais como já vimos.

Este número representa uma escala de sete degraus –relacionada com as sete notas da escala musical e com os sete chakras do Kundalini Yoga–, bem como com os sete arcanjos e os sete céus em correspondência com sete estados da consciência:


Diz-se que este número se produz pela soma dos três princípios mais os quatro elementos, aos que também podemos vincular com as sete artes liberais da Tradição Hermética, constituídas pela soma do trivium (gramática, lógica e retórica) e do quadrivium (matemática, geometria, música e astronomia).

8 – Se na geometria plana, como apontamos, o círculo é símbolo do céu e o quadrado da terra, o octógono vem ser a figura intermédia entre um e outro através da qual se consegue a misteriosa circulatura do quadrado e a quadratura do círculo, que nos fala da união indissolúvel do espírito e da matéria.

O oito, diz-se, é símbolo da morte iniciática e da passagem de um mundo a outro. Por isso o encontramos no simbolismo cristão, tanto nas pias batismais (na passagem entre o mundo profano e a realidade sacra) e na divisão octogonal da cúpula (que separa simbolicamente a manifestação e o imanifestado) bem como no símbolo da rosa dos ventos, idêntico ao timão das embarcações:




9 – Considera-se o nove como um número circular, já que é o único que tem a particularidade de que todos seus múltiplos se reduzem finalmente a ele mesmo (ex.: 473 x 9 = 4257 = 4 + 2 + 5 + 7 = 18 = 1 + 8 = 9).

Este número (que é o quadrado de três) representa-se na geometria com a circunferência, a que se assinalam 360 graus (3 + 6 + 0 = 9) e que se subdivide em duas partes de 180º (1 + 8 + 0 = 9), em quatro de 90º (9 + 0 = 9) e em 8 de 45º (4 + 5 = 9).

No entanto, a circunferência não poderia ter existência alguma se não fosse pelo ponto central do qual seus indefinidos pontos periféricos não são senão os múltiplos reflexos ilusórios a que esse ponto dá lugar.

Se adicionarmos à circunferência seu centro, obteremos o círculo (9 + 1 = 10) com o que se fecha o ciclo dos números naturais.


(Baseado em textos de Federico Gonzalez - CONTINUA)

MEMÓRIAS E PROFECIAS DE UM “deus”

“O passado das civilizações nada mais é que a história dos empréstimos que elas fizeram umas às outras ao longo dos séculos…” – FERNAND BRAUDEL

1. Da “corrida ao ouro bíblico” à nova historicidade das sagradas escrituras.

… Tais descobertas deram início a uma espécie de “corrida ao ouro bíblico” que propunha evidenciar arqueologicamente as sagradas escrituras. Outras ruínas então, como as de Uruk, Ur (a cidade natal do patriarca bíblico Abraão) e Nipur, começaram ser escavadas e revelaram mais inscrições sobre o passado do Oriente Próximo.

(Os trabalhos de escavação em Nipur)

O trabalho de decifração destas tábuas foi realizado por vários pesquisadores, mas coube ao arqueólogo britânico George Smith, a primeira tradução contendo um trecho da Epopéia de Gilgamesh: o relato do dilúvio. Em 1872, Smith anuncia sua descoberta1 em um encontro da Sociedade de Arqueologia Bíblica causando um “forte impacto na Europa (…) por apresentar um texto pagão aparentemente antecipando a Arca de Noé”.(CORREA, 200-, p. 2).

Estas descobertas abalaram toda a comunidade científica e religiosa do século XIX, laicizando muitos dos objetivos iniciais, modificando métodos dos pesquisadores, e abrindo precedentes para o questionamento da veracidade dos textos bíblicos. Nas últimas quatro décadas, diferentes estudos estão sendo realizados sobre os temas levantados no século XIX, tanto pela comunidade científica como em grande parte pela comunidade religiosa, fazendo com que sejam discutidos os elementos mitológicos presentes na confecção dos livros que compõe o Pentateuco2, que vão desde a formação do mundo à existência histórica dos seus patriarcas.

A esquerda a Tábua IX que conta a Epopeia do Dilúvio bíblico

Há uma tentativa, nos dias atuais, por parte de arqueólogos e historiadores de remontar a bíblia separando o que é história do que são mitos e lendas.

“Apesar das paixões suscitadas por este tema, nós acreditamos que uma reavaliação dos achados das escavações mais antigas e as contínuas descobertas feitas pelas novas escavações deixaram claro que os estudiosos devem agora abordar os problemas das origens bíblicas e da antiga sociedade israelita de uma nova perspectiva, completamente diferente da anterior. (…) A história do antigo Israel e o nascimento de suas escrituras sagradas a partir de uma nova perspectiva, uma perspectiva arqueológica.” (FINKELSTEIN; SILBERMAN, 2001, pp. V-VI, p. 1).

Paralelamente às discussões bíblicas, as descobertas feitas pelas escavações remontam os três milênios que antecedem à Cristo, onde a região entre os rio Tigre e Eufrates viu a ascensão e queda de grandes civilizações como os sumérios, acádios, assírios e babilônicos.

Dos textos traduzidos, vários deles incompletos devido ao estado de conservação dos mesmos, pôde-se extrair muito da filosofia e da mitologia mesopotâmicas, onde podemos observar que “o Oriente antigo, antes da Bíblia, e mesmo abstraindo-se dela, não desconhecia a reflexão sobre o homem. (…) As questões fundamentais da existência, da felicidade e da infelicidade, da relação com as potências cósmicas e com o domínio misterioso dos deuses, do sentido da vida e das incertezas do destino, já tinham neles um lugar de grande importância”.(GRELOT, 1980, p. 13).

Neste universo de descobertas, os sumérios e os acadianos revelam-se fornecedores de costumes, rituais e modelos literários a todos os povos do Oriente Médio...Não diferente desta regra, os israelitas inovaram ao excluir todo um panteão, centralizando sua fé num deusúnico, propondo uma desmitização do universo transformando as forças cósmicas ao que de fato são. A situação do homem diante de Deus modifica-se totalmente, “embora, na prática, a adaptação da mentalidade corrente dos israelitas a essa mudança radical se tenha processado lentamente e com dificuldade” (GRELOT, 1980, p. 15), mantendo grande parte do antigo modo de expressar religioso herdado dos sumérios e acádios.

Tanto peritos como teólogos reconhecem na atualidade que os relatos bíblicos do Gênesis, de Adão e Eva, do Jardim do Éden, do Dilúvio ou da Torre de Babel se apoiaram em textos escritos milênios antes na Mesopotâmia, em especial escritos pelos antigos sumérios. E estes, por sua vez, afirmavam com toda claridade que obtiveram seus conhecimentos a respeito dos fatos acontecidos no passado (muitos deles de uma época anterior ao começo das civilizações, inclusive anterior ao nascimento da Humanidade ATUAL) dos escritos dos Anunnaki (“Aqueles Que do Céu à Terra Vieram”), os “deuses” da Antiguidade.

Como resultado de um século e meio de descobrimentos arqueológicos nas ruínas das civilizações da Antiguidade, especialmente no Oriente Médio, descobriu-se um grande número destes primitivos textos; os achados revelaram-se em um grande número de textos desaparecidos – chamando-os de livros perdidos – que, ou se mencionavam nos textos descobertos, ou se inferiam à partir deles, ou era conhecida sua existência devido ao fato que tinham sido catalogados nas bibliotecas reais ou dos templos.

No “The Lost Book of Enki – O Livro Perdido de Enki“, podemos ver uma perspectiva diferente através deste relato autobiográfico ricamente concebido pelo Senhor Enki, um deus Anunnaki de Nibiru, que conta a história da chegada desses extraterrestres na Terra a partir do planeta Nibiru. O objeto de interesse para a colonização da Terra: o precioso minério ouro necessário para reabastecer a moribunda atmosfera de seu planeta natal, NIBIRU. A busca por este precioso metal resultará na criação Anunnaki do homo sapiens – da nossa raça humana – para trabalhar como escravos na extração deste importante recurso mineral para os Anunnaki.

(Placas com inscrições sumérias, contendo um diário de ENKI, traduzido por Zecharia Sitchin e publicado com o título “O Livro Perdido de ENKI”. Nessas crônicas Enki revela que durante o conselho no qual foi decidido que ele deveria criar um trabalhador híbrido terrestre-alienígena através de engenharia genética, seu irmão ENLIL protestou duramente, argumentando que os Anunnaki tinham vindo à Terra para mineração e não para “brincar de Deus”)

Faz cerca de 435.000 anos que astronautas de outro planeta e sistema solar chegaram à Terra em busca de ouro. Depois de aterrissar nos dos mares da Terra, desembarcaram e fundaram Eridú, “Lar na Lonjura”. Com o tempo, o assentamento inicial se estendeu até converter-se na flamejante Missão Terra, com um Centro de Controle de Missões, um espaçoporto, operações de mineração e, inclusive, uma estação orbital em Marte.

Escassos de mão de obra, os astronautas utilizaram a engenharia genética para dar forma aos Trabalhadores Primitivos – o Homo sapiens. Mais tarde (n.T. Em 10.986 a.C.), o Dilúvio varreu a Terra em uma imensa catástrofe que fez necessário um novo começo; os astronautas se converteram em deuses e concederam autonomia à Humanidade, transmitindo o começo da civilização através do culto e da religião (um sistema de controle) …

Em algumas ocasiões, os “segredos dos deuses” se revelaram em parte em relatos épicos, como na Epopeia de Gilgamesh, que desvelam o debate que teve lugar entre os deuses e que levou à decisão de que a Humanidade perecesse no Dilúvio, ou em um texto intitulado Atra Hasis, que recorda o motim dos Anunnaki que trabalhavam nas minas de ouro no sul da África (já descobertas) e que levou à criação dos Trabalhadores Primitivos – os Terrestres, ao homem de barro, o Adão.

De quando em quando, os mesmos líderes dos astronautas foram os que criaram a composição dos textos; às vezes, ditando o texto à um escriba, como no texto intitulado “A Epopeia de Ra”, no qual um dos dois deuses que desencadearam a catástrofe nuclear tentou culpar a seu adversário; às vezes, escrevendo os fatos, como ocorre com o “Livro dos Segredos do Thoth” (o deus egípcio do conhecimento), que o mesmo deus tinha oculto em uma câmara subterrânea. Segundo a Bíblia, quando o senhor deus Yahveh deu os Mandamentos a seu povo eleito, inscreveu-os em um princípio por sua própria mão em duas pranchas de pedra que entregou ao Moisés no Monte Sinai.

Mas, depois que Moisés arrojou e quebrou estas pranchas como resposta ao incidente do bezerro de ouro efetuado pelo “povo eleito”, as novas pranchas as inscreveu o mesmo Moisés, por ambos os lados, enquanto permaneceu no monte durante quarenta dias e quarenta noites, tomando o ditado às palavras do Senhor. Se não tivesse sido por um relato escrito em um papiro da época do faraó egípcio Khufu (Keops) concernente ao Livro dos Segredos do Thoth, não se teria chegado a conhecer a existência desse livro. Se não tivesse sido pelas narrações bíblicas do Êxodo e do Deuteronômio, nunca teríamos sabido nada das pranchas divinas nem de seu conteúdo; tudo isto se teria convertido em parte da enigmática coleção dos “livros perdidos” cuja existência nunca teria saído à luz.

E não resulta tão doloroso o fato de que, em alguns casos, saibamos que tenham existido determinados textos, que seu conteúdo permaneça na escuridão. Este é o caso do Livro das Guerras de Yahveh e do “Livro do Jasher” (o “Livro do Justo” - abaixo), que mencionam-se especificamente na Bíblia. Em ao menos dois casos, pode-se inferir a existência de livros antigos (textos primitivos conhecidos pelo narrador bíblico). O capítulo 5 do Gênese começa com a afirmação “Este é o livro do Toledoth do Adão”, traduzindo-se normalmente o termo Toledoth como “gerações”, mas seu significado mais preciso é “registro histórico ou genealógico (de Adão, a raça humana)”.

De fato, ao longo de milênios, sobreviveram versões parciais de um livro que se conheceu como o Livro do Adão e Eva em armênio, eslavo, siríaco e etíope; e o Livro de Henoc (um dos chamados livros apócrifos que não se incluíram na Bíblia canônica) contém fragmentos que, segundo os peritos, pertenceram a um livro muito mais antigo, o Livro de Noé. Um exemplo que se menciona com freqüência sobre o grande número de livros antigos perdidos é o da famosa Biblioteca da Alexandria, no Egito. Fundada pelo general Ptolomeu depois da morte de Alexandre em 323 a.C. diz-se que continha mais de meio milhão de “volumes”, de livros inscritos em diversos materiais (argila, pedra, papiro, pergaminho) de diferentes culturas e línguas.

Aquela grande biblioteca, onde os eruditos se reuniam para estudar o conhecimento acumulado, queimou-se e foi destruída nas guerras que se desenvolveram entre 48 a.C. e a conquista árabe, em 642 d.C. O que ficou de seus tesouros é uma tradução do grego dos cinco primeiros livros da Bíblia hebraica, e fragmentos que se conservaram nos escritos de alguns dos eruditos residentes da biblioteca. E é assim como sabemos que o segundo rei Ptolomeu comissionou, por volta de 270 a.C. à um sacerdote egípcio que os gregos chamaram Manethon para que recolhesse a história e a pré-história do Egito.

Em princípio, escreveu Maneton, só os deuses reinaram ali; logo, os semideuses e, finalmente, por volta do 3100 a.C. começaram as dinastias faraônicas.

Escreveu que os reinados divinos começaram dez mil anos antes do Dilúvio (em 10.986 a.C.) e que se prolongaram durante milhares de anos, presenciando-se no último período batalha e guerras entre os deuses (extraterrestres). Nos domínios asiáticos de Alexandre, onde o cetro caiu em mãos do general Seleuco e de seus sucessores, também teve lugar um empenho similar por proporcionar aos sábios gregos um registro dos acontecimentos do passado.


Um sacerdote do deus babilônico Marduk (Baal, Lúcifer), Berosus, com acesso às bibliotecas de tabuletas de argila, cujo centro era a biblioteca do templo de Jarán (agora no sudeste da Turquia), escreveu uma história de deuses e homens em três volumes que começava em 432.000 anos antes do Dilúvio, quando os deuses chegaram à Terra dos céus.

Em uma lista em que figuravam os nomes e a duração dos reinados dos dez primeiros comandantes divinos, Berosus dizia que o primeiro líder, vestido como um peixe, chegou à costa desde mar.

Era o deus que daria a civilização à Humanidade, e seu nome, passado para o grego, era Oannes. Encaixando muitos detalhes, ambos os sacerdotes fizeram entrega de relatos de deuses do céu que haviam vindo à Terra, de um tempo em que só os deuses reinavam na Terra e do catastrófico Dilúvio. Nas partes e nos fragmentos conservados (em outros escritos contemporâneos) dos três volumes, Berosus dava conta especificamente da existência de escritos anteriores à Grande Inundação – tabuletas de pedra que se ocultaram para as proteger em uma antiga cidade chamada Sippar, uma das cidades originais que fundaram os antigos deuses.

Embora Sippar fosse arrasada pelo Dilúvio, igual ao resto das cidades antediluvianas dos deuses, apareceu uma referência aos escritos antediluvianos nos anais do rei assírio Assurbanipal (668- 633 a.C. - imagem). Quando, em meados do século XIX, os arqueólogos descobriram a antiga capital de Nínive (até então, conhecida só pela narração do Antigo Testamento), acharam nas ruínas do palácio de Assurbanipal uma biblioteca com restos de cerca de 25.000 tabuletas de argila inscritas em escrita cuneiforme. Colecionador assíduo de “textos antigos”, Assurbanipal fazia alarde em seus anais:

“O deus dos escribas me concedeu o dom do conhecimento de sua arte; fui iniciado nos segredos da escritura; inclusive posso ler as intrincadas tabuletas em sumério; entendo as palavras enigmáticas cinzeladas na pedra dos dias anteriores à grande Inundação”.

Sabemos agora que a civilização suméria floresceu (entre os rios Tigre e Eufrates) no que é agora o Iraque quase um milênio antes dos inícios da época faraônica no Egito, e que ambas seriam seguidas posteriormente pela civilização do Vale do Rio Indo, no subcontinente Índico. Também sabemos agora que os sumérios foram os primeiros em registrar, por escrito, os anais e os relatos de deuses e homens, dos quais todos outros povos, incluídos os hebreus, obtiveram os relatos da Criação, de Adão e Eva, Caim e Abel, o Dilúvio e a Torre de Babel; e das guerras e dos amores dos deuses, como se refletiram nas escritas e as lembranças dos gregos, os hititas, os cananeus, os persas e os indo-europeus.

Como testemunham todos estes antigos escritos, suas fontes foram ainda mais antigas; algumas descobertas, muitas perdidas. O volume destes primitivos escritos é assombroso; não milhares, a não ser dezenas de milhares de tabuletas de argila descobertas nas ruínas do Oriente Médio na Antiguidade. Muitas tratam ou registram sobre aspectos da vida cotidiana, como acordos comerciais ou os salários dos trabalhadores, ou registros matrimoniais.

Outros, descobertos principalmente nas bibliotecas palacianas, conformam os Anais Reais; outros mais, descobertos nas ruínas das bibliotecas dos templos ou nas escolas de escribas, conformam um grupo de textos canônicos, de literaturas sagradas, que se escreveram em língua suméria e se traduziram depois ao acádio (a primeira língua semita) e, mais tarde, a outras línguas da Antiguidade.

Inclusive, nestes escritos primitivos, que se remontam a cerca de seis mil anos, encontramos referências a “livros” (textos inscritos em tabuletas de pedra) perdidos. Entre os achados incríveis (pois, dizer “afortunados” não transmitiria plenamente a ideia de milagre) realizados nas ruínas das cidades da Antiguidade e em suas bibliotecas, encontram-se prismas de argila onde aparece informação dos dez soberanos antediluvianos e de seus 432.000 anos de reinado, uma informação a que já aludia Berosus. Conhecidas como as Listas dos Reis dos Suma - imagem acima - (e exibidas no Museu Ashmolean de Oxford, Inglaterra), suas distintas versões não deixam lugar a dúvida de que os compiladores sumérios tiveram acesso a certo material comum ou canônico de textos muito primitivos.

Junto com outros textos, igualmente antiquíssimos, descobertos em diversos estados de conservação, estes textos sugerem rotundamente que o cronista original da Chegada dos deuses, assim como dos acontecimentos que a precederam e a seguiram, tinha sido um daqueles líderes, um participante -chave, uma testemunha presencial. Essa testemunha presencial dos acontecimentos e participante-chave era o líder que havia aterrissado com o primeiro grupo de astronautas extraterrestre. Naquele momento, seu nome-epíteto era E.A.-ENKI, “Aquele Cujo Lar É a Água”, e sofreu a amarga decepção de que o mando da Missão Terra desse a seu meio-irmão e rival EN.LIL (“Senhor do Mandato”), uma humilhação que não ficaria suficientemente mitigada com a concessão do título de EN.KI, “O Senhor da Terra”.

Relegado das cidades dos deuses e de seu espaçoporto no E.DIN (na Mesopotâmia, o “Éden”) para fiscalizar a extração de ouro no AB.ZU (África do Sul), Ea/Enki foi, além de um grande cientista, que descobriu que hominídios habitavam aquelas zonas. E, deste modo, quando os annunakis que mineravam ouro se amotinaram nas minas e disseram “Já basta!”, foi ele quem pensou que a mão de obra que necessitavam se podia conseguir acelerando a evolução daqueles hominídeos por meio da engenharia genética; e assim apareceu o primeiro Adão (literalmente, “o da Terra”, o Terrestre). Como híbrido que era, o Adão não podia procriar; mas os acontecimentos dos que se ecoa o relato bíblico do Adão e Eva no Jardim do Éden dão conta da segunda manipulação genética de Enki, que acrescentou os gens cromosômicos extras necessários para a procriação.

E quando a Humanidade, ao proliferar por sua própria conta e risco, resultou que não obedeceu ao “roteiro” que os deuses tinham estabelecido para os seus novos “escravos”, foi ele, Enki, que desobedeceu ao plano de seu irmão Enlil de deixar que a Humanidade perecesse no Dilúvio, os acontecimentos em que o herói humano que se salva recebeu o nome de Noé na Bíblia, e Ziusudra no texto sumério original, mais antigo e diferentes e vários outros nomes em outras culturas antigas espalhadas pelo globo. Ea/Enki era o primogênito de Anu, soberano de Nibiru, e como tal estava versado no passado de seu planeta (Nibiru) e de seus habitantes.

Cientista competente, Enki legou os aspectos mais importantes dos avançados conhecimentos dos Anunnaki a seus dois filhos, Marduk e Ningishzidda (que, como deuses egípcios, eram conhecidos ali como Ra e Thoth, respectivamente - imagem abaixo). Mas também jogou um papel fundamental ao compartilhar com a Humanidade certos aspectos de tão avançados conhecimentos, ensinando a indivíduos selecionados os “segredos dos deuses”. Em ao menos duas ocasiões, estes iniciados plasmaram por escrito (tal como se os indicou que fizessem) àqueles ensinos divinos como legado da Humanidade. Um deles, chamado Adapa, e provavelmente filho de Enki com uma fêmea humana, é conhecido por ter escrito um livro intitulado “Escritos referentes ao Tempo” – um dos livros perdidos mais antigos.

O outro, chamado Enmeduranki, foi com toda probabilidade o protótipo do sábio Henoc bíblico, aquele que foi elevado ao céu depois de confiar a seus filhos o livro dos segredos divinos, e do qual possivelmente tenha sobrevivido uma versão no apócrifo Livro de Henoc. Apesar de ser o primogênito de Anu, Enki não estava destinado a ser o sucessor de seu pai no trono de Nibiru. Algumas complexas normas sucessórias, reflexo da convulsiva história dos nibiruanos, dava esse privilégio ao meio-irmão de Enki, Enlil. Em um esforço por resolver este azedo conflito, Enki e Enlil terminaram em uma missão em um planeta estranho – a Terra-, cujo ouro necessitavam para criar um escudo que preservasse a, cada vez mais, tênue atmosfera de Nibiru. Foi neste marco, complicado ainda mais com a presença na Terra de sua meio-irmã Ninharsag (a oficial médica-chefe dos Anunnaki), onde Enki decidiu desafiar os planos de Enlil em fazer com que a Humanidade perecesse no Dilúvio.

O conflito seguiu adiante entre os meio-irmãos, e inclusive entre seus netos; e o fato de que todos eles, e especialmente os nascidos na Terra, enfrentassem à perda de longevidade que o amplo período orbital de Nibiru (n.T. De 3.600 anos de 365 dias da Terra orbitando dois sistemas solares, o de Sírius e o nosso sol) lhes proporcionava, que incrementou ainda mais as angústias pessoais e aguçou as ambições. E tudo isto culminou no último século do terceiro milênio a.C. quando Marduk, primogênito de Enki, com sua esposa oficial proclamou que ele, e não o primogênito de Enlil, Ninurta, devia herdar a Terra. O amargo conflito, que supôs o desenvolvimento de uma série de guerras levou, afinal, à utilização de armas nucleares; embora não intencionado, o resultado de tudo isso foi o afundamento da civilização suméria.

A iniciação de indivíduos escolhidos nos “segredos dos deuses” marcou o início do Sacerdócio, as linhagens de mediadores entre os deuses e o povo, os transmissores da Palavra Divina aos mortais terrestres. Os oráculos (interpretações dos pronunciamentos divinos) mesclaram-se com a observação dos céus em busca de augúrios. E à medida que a Humanidade se viu arrastada a tomar parte nos conflitos dos deuses, a Profecia começou a jogar seu papel. De fato, a palavra para designar a estes porta-vozes dos deuses que proclamavam o que ia passar, Nabih, era o epíteto do filho primogênito de Marduk, Nabu, que em nome de seu pai exilado, tentou convencer à Humanidade de que os signos celestes indicavam a iminente supremacia de Marduk. Este estado de coisas levou a necessidade de diferenciar entre Sorte e Destino.

As promulgações de Enlil, e às vezes inclusive de Anu, que sempre tinham sido indisputáveis, viam-se sujeitas agora ao exame da diferença entre o NAM (o Destino, como as órbitas planetárias, cujo curso está determinado e não se pode modificar) e NAM.TAR, literalmente, o destino que pode ser torcido, quebrado, trocado (que era a Sorte ou o Fado). Revisando e rememorando a sequência dos acontecimentos, e o paralelismo aparente entre o que tinha acontecido em Nibiru e o que tinha ocorrido na Terra, Enki e Enlil começaram a ponderar filosoficamente o que, certamente, estava destinado e não se podia evitar, e o destino-carma que vinha como consequência de decisões acertadas ou equivocadas e do uso do livre arbítrio.

Estas não se podiam predizer, enquanto que as primeiras se podiam antecipar (especialmente, se eram cíclicas, como as órbitas planetárias; se o que foi voltaria a ser, se o Primeiro também seria o Último). As consequências climáticas da desolação nuclear aguçaram o exame de consciência entre os líderes dos Anunnaki e levaram à necessidade de explicar às devastadas massas humanas por que tinha ocorrido aquilo. Tinha sido coisa do destino, ou tinha sido o resultado de um engano dos Anunnaki? Havia alguém responsável, alguém que tivesse que prestar contas? Nas reuniões dos Anunnaki nas vésperas da calamidade, foi Enki o único que se opôs à utilização das armas proibidas. Desde aí a importância que teve para Enki explicar aos sobreviventes o que tinha acontecido na saga dos extraterrestres que, apesar de suas boas intenções, tinham terminado sendo tão destruidores.

E quem, a não ser Ea/Enki, que tinha sido o primeiro a chegar e presenciar tudo, e que criou o homem de barro, era o mais qualificado para relatar o Passado, com o fim de poder adivinhar o Futuro? E a melhor forma de relatar tudo era em um relatório, escrito em primeira pessoa pelo mesmo Enki. É certo que se fez com em uma autobiografia, por isso se deduz de um comprido texto (pois se estende ao menos em doze tabuletas) descoberto na biblioteca de Nippur, onde se cita a Enki dizendo:

"Quando cheguei à Terra, havia muito alagado. Quando cheguei a suas verdes pradarias, montículos e colinas se levantaram às minhas ordens. Em um lugar puro construí meu lar, um nome adequado lhe dava."

Este comprido texto continua dizendo que Ea/Enki atribuiu tarefas a seus lugar-tenentes, pondo em sua marcha a Missão na Terra. Outros muitos textos, que relatam diversos aspectos do papel de Enki nos acontecimentos que seguiram servem para completar o relato de Enki; entre eles há uma cosmogonia, uma Epopéia da Criação na TERRA, em cujo núcleo se acha o próprio texto de Enki, que os peritos chamam A Gênese do Eridú. Neles, incluem-se descrições detalhadas do desenho de Adão, e contam como outros Anunnaki, varão e fêmea, chegaram até Enki em sua cidade de Eridú para obter dele o ME, uma espécie de disco de dados onde se achavam codificados todos os aspectos da civilização; e também há textos da vida privada e dos problemas pessoais de Enki, como o relato de suas intenções para conseguir ter um filho com sua meio-irmã Ninhursag, suas promíscuas relações tanto com deusas como com as Filhas do Homem e as imprevistas conseqüências que se derivaram de tudo isso.

O texto do Atra Hasis joga luz sobre os esforços de Anu por acautelar um estado das rivalidades entre Enki-Enlil ao dividir os domínios da Terra entre eles; e os textos que registram os acontecimentos que precederam ao Dilúvio refletem quase palavra por palavra os debates do Conselho dos Deuses sobre a sorte da Humanidade e o subterfúgio de Enki conhecido como o relato de Noé e a arca, relato conhecido só pela Bíblia, até que se encontrou uma de suas versões originais mesopotâmicas nas tabuletas da Epopéia de Gilgamesh. As tabuletas de argila sumérias e acádias, as bibliotecas dos templos babilônicos e assírios, os “mitos” egípcios, hititas e cananeus, e as narrações bíblicas formam o corpo principal de memórias escritas dos assuntos de deuses e homens.

E pela primeira vez na história, este material disperso e fragmentado foi reunido e utilizado, na mão de Zecharia Sitchin, para recriar o relato presencial de Enki, as lembranças autobiográficas e as penetrantes profecias de um deus extraterrestre. Apresentado como um texto que Enki tivesse ditado a um escriba escolhido, um Livro Testemunho, para ser descoberto no momento apropriado, traz para a mente as instruções de Yahveh ao profeta Isaías (século VII a.C):

“Agora vêem, escreve-o em uma tabuleta selada, grava-o como um livro; para que seja um testemunho até o último dia, um testemunho para sempre”. Isaías 30,8

As semelhanças narrativas encontradas entre Epopéia de Gilgamesh e o Livro do Gênesis iniciam-se logo nos primeiros versículos da bíblia, ou seja, na criação do homem.

O deus Anu, ouvindo o lamento da população, ordenou a Aruru, deusa da criação, que fizesse Enkidu:

“A deusa então concebeu em sua mente uma imagem cuja essência era a mesma de Anu, o deus do firmamento (rei de Nibiru). Ela mergulhou as mãos na água e tomou um pedaço de barro; ela o deixou cair na selva, e assim foi criado o nobre Enkidu”.(SANDARS, 1992, p. 94).

“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”.(GENESIS, cap. 1, ver. 26).

“Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.(GENESIS, cap. 2, ver. 7).

Ao tratar do passado, o mesmo Enki percebeu o futuro. A ideia de que os Anunnaki, exercitando o livre arbítrio, eram senhores de sua sorte (assim como da sorte da Humanidade) desembocou, em última instância, na constatação de que se tratava de um Destino que, depois de todo o dito e feito, determinava o curso dos acontecimentos; e, portanto, como reconheceram os profetas hebreus, o Primeiro será o Último. O registro dos acontecimentos ditado por Enki se converte, assim, no fundamento da Profecia, e o Passado se converte em Futuro e AMBOS se encontram no AGORA, neste exato momento em que voce esta lendo estas palavras…

“Ele era inocente a respeito do homem e nada conhecia do cultivo da terra. Enkidu comia grama nas colinas junto com as gazelas e rondava os poços de água com os animais da floresta; junto com os rebanhos de animais de caça, ele se alegrava com a água”.(SANDARS, 1992, p. 94).

Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra e a todas as aves dos céus e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento”. (GENESIS, cap. 1, ver. 29-30).

Enkidu deixou-se seduzir pela rameira e perdeu sua inocência, além de seu poder selvagem, tornando-se conhecedor da malícia do homem. Arrependido, lamenta-se, mas a rameira consola-o enfatizando as vantagens desta nova vida que está por vir:

“Enkidu perdera sua força pois agora tinha o conhecimento dentro de si, e os pensamentos do homem ocupavam seu coração”.(SANDARS, 1992, p. 96).

“Olho para ti e vejo que agora és como um deus. Por que anseias por voltar a correr pelos campos como as feras do mato?” (SANDARS, 1992, p. 99).

“Porque Deus sabe que no dia em que comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.” (GENESIS, cap. 2, ver. 5).

Enkidu, já na cidade de Uruk, enfrenta o rei Gilgamesh em combate. Vencendo-o, é reconhecido pelo rei como irmão, pois este jamais havia enfrentado alguém com tamanha força. Gilgamesh e Enkidu partiram então para a floresta de cedros (provavelmente, o atual Líbano), onde enfrentaram o monstro Humbaba, a sentinela da floresta.

Este se irrita com Enkidu, por profanar a floresta sagrada dos cedros inferiorizando-o e humilhando-o com palavras semelhantes às palavras de Deus, ao condenar o homem por comer do fruto proibido. Novamente não vemos relação direta entre os fatos, mas uma linha comum de pensamento é verificada entre os textos onde, a profanação e a desobediência são punidas com a servidão:

“… tu, um mercenário, que depende do trabalho para obter teu pão!” (SANDARS, 1992, p. 119).

“… maldita é a terra por tua causa: em fadigas obterás dela o sustento durante os dias da tua vida”.(GENESIS, cap. 3, ver. 16).

“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado”.(GENESIS, cap. 3, ver. 19).

A imagem ao lado retrata Ut'napishtim, o Noé da Suméria, resgatando Gilgamesh do meio dos oceanos durante o Dilúvio provocado pelos Anunnaki.

Na epopeia, Gilgamesh parte em busca da imortalidade, e para isso, precisa obter este segredo dos deuses com o imortal Utnapishtim (Noé do Gênesis). Para encontrar o imortal, Gilgamesh enfrentou uma longa jornada, cheia de perigos e provações. Ao encontrar Utnapishtim, ouve que este não poderá lhe tornar imortal, mas poderá revelar ao herói como se tornara um e conta do dia em que os deuses, desgostosos com a sua criação (a humanidade), resolveram eliminá-la da terra:

“Naqueles dias a terra fervilhava, os homens multiplicavam-se e o mundo bramia como um touro selvagem. Este tumulto despertou o grande deus. Enlil ouviu o alvoroço e disse aos deuses reunidos em conselho: ‘O alvoroço dos humanos é intolerável, e o sono já não é mais possível por causa da balbúrdia.’ Os deuses então concordaram em exterminar a raça humana”.(SANDARS, 1992, p. 149).

“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra, e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”.(GENESIS, cap. 6, ver. 5).

“A terra estava corrompida à vista de Deus, e cheia de violência”.(GENESIS, cap. 6, ver 11).

“Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis, e as aves do céu; porque me arrependo de havê-los feito”.(GENESIS, cap. 6, ver 7).

“… põe abaixo tua casa e constrói um barco. Abandona tuas posses e busca tua vida preservar; despreza os bens materiais e busca tua alma salvar. Põe abaixo tua casa, eu te digo, e constrói um barco. Eis as medidas da embarcação que deverás construir: que a boca extrema da nave tenha o mesmo tamanho que seu comprimento, que seu convés seja coberto, tal como a abóbada celeste cobre o abismo; leva então para o barco a semente de todas as criaturas vivas. (…) Eu carreguei o interior da nave com tudo o que eu tinha de ouro e de coisas vivas: minha família, meus parentes, os animais do campo – os domesticados e os selvagens – e todos os artesãos”.(SANDARS, 1992, p. 149-151).

“Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos, e a calafetarás com betume por dentro e por fora. Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento, de cinqüenta a largura, e a altura de trinta. Farás ao seu redor uma abertura de um côvado de alto; a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimentos na arca: um em baixo, um segundo e um terceiro”.(GENESIS, cap. 6, ver 14-16).

“… entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos. De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares contigo”.(GENESIS, cap. 6, ver. 18).

“Caiu a noite e o cavaleiro da tempestade mandou a chuva.(…) Por seis dias e seis noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e torrentes assolaram o mundo; a tempestade e o dilúvio explodiam em fúria como dois exércitos em guerra.” (SANDARS, 1992, p. 151-153).

“… nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as portas do céu se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites”.(GENESIS, cap. 7, ver. 11-12). E toda a humanidade foi exterminada:

“… agora eles (humanos) flutuam no oceano como ovas de peixe”. (SANDARS, 1992, p. 152).

“Assim foram exterminados todos os serem que havia sobre a face da terra …” (GENESIS, cap. 7, ver. 23).

Com o passar dos dias, a tempestade ameniza-se e o dilúvio começa a serenar:

“Na alvorada do sétimo dia o temporal vindo do sul amainou; os mares se acalmaram, o dilúvio serenou”.(SANDARS, 1992, p. 153).

“Deus fez soprar um vento sobre a terra e baixaram as águas. Fecharam-se as fontes do abismo e também as comportas dos céus, e a copiosa chuva do céu se deteve”. (GENESIS, cap. 8, ver. 1-2).

“Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma pomba e deixei que se fosse. Ela voou para longe; mas, não encontrando lugar para pousar, retornou. Então soltei uma andorinha, que voou para longe; mas, não encontrando lugar para pousar, retornou. Então soltei um corvo. A ave viu que as águas haviam abaixado; ela comeu, voou de uma lado para outro, grasnou e não mais voltou para o barco”.(SANDARS, 1992, p. 153).

“Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que fizera na arca, e soltou um corvo, o qual, tendo saído, ia e voltava, até que se secaram as águas sobre a terra. Depois soltou uma pomba para ver se as águas teriam já minguado da superfície da terra; mas a pomba, não achando onde pousar o pé, tornou a ele para a arca; porque as águas cobriam ainda a terra. Noé, estendendo a mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca. Esperou ainda outros sete dias, e de novo soltou a pomba for a da arca. A tarde ela voltou a ele; trazia no bico uma folha nova de oliveira; assim entendeu Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra. Então esperou ainda mais sete dias, e soltou a pomba; ela, porém, já não tornou a ele”.(GENESIS, cap. 8, ver. 6-12).

“Eu então abri todas as portas e janelas, expondo a nave aos quatro ventos. Preparei um sacrifício e derramei vinho sobre o topo da montanha em oferenda aos deuses”.(SANDARS, 1992, p. 153).

“Então Noé removeu a cobertura da arca, e olhou, e eis que o solo estava enxuto”.(GENESIS, cap. 8, ver 13).

“Levantou Noé um altar ao Senhor, e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar”.(GENESIS, cap 9, ver 20).

Enlil, furioso com Ea/ENKI por ter permitido que um humano sobrevivesse e conhecendo o segredo dos deuses, viu-se sem alternativa que não a de transformar Utnapishtim em um imortal, para que sua maldição de que nenhum mortal sobrevivesse se completasse. Gilgamesh desapontado por não ter tido sucesso em busca da imortalidade, prepara seu retorno para Uruk, mas é abordado pela esposa de Utnapishtim que, compadecida com o fracasso do herói, revela-lhe o segredo da imortalidade em que, nas profundezas do mar, havia uma planta maravilhosa, e quem a comesse, seria eternamente jovem. O herói então mergulha no mar profundo, ferindo-se, mas obtendo a tão desejado segredo.

Tomado de rara compaixão, Gilgamesh decide não comer sozinho o maravilhoso fruto, mas sim dividi-lo com os anciãos da cidade de Uruk. No retorno para casa, Gilgamesh é surpreendido por uma serpente marinha que lhe rouba a flor, perdendo para sempre o segredo da imortalidade:

“Se conseguires pegá-la (a planta sagrada), terás então em teu poder aquilo que restaura ao homem sua juventude perdida. (…) Vem ver esta maravilhosa planta. Suas virtudes podem devolver ao homem toda a sua força perdida. (…) mas nas profundezas do poço havia uma serpente, e aserpente sentiu o doce cheiro que emanava da flor. Ela saiu da água e a arrebatou”.(SANDARS, 1992, p. 160).

Apesar dos fins da ação de comer o fruto sejam diferentes (a morte e a imortalidade), podemos fazer uma analogia da função da serpente em roubar a imortalidade do homem: sendo tirando-lhe a oportunidade da vida eterna pela sua obtenção, como na Epopéia de Gilgamesh; sendo condenando-lhe a morte pela cessão do fruto ao homem, como no livro do Gênesis. Gilgamesh então ficou desolado e abatido, pois além de fracassar em sua missão, perdera para sempre o irmão Enkidu, restando-lhe apenas, melancolicamente esperar o dia de sua morte chegar.

No livro do Gênesis, não encontramos somente semelhanças com a Epopéia de Gilgamesh, mas com outros textos antigos, como o sumeriano Mito de Dilmum onde o deus Enki, o senhor das águas profundas e do abismo que suporta a terra; e Nintu, a virgem pura, deusa que presidia aos partos; habitavam sozinhos num mundo cheio de delícias sem que nada existisse além do par divino, caracterizando uma descrição muito semelhante do que seria e onde seria o jardim Éden:

“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. (…) E saía um rio do Éden para regar o jardim, e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços. (…) O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates”. (GENESIS, cap. 2, ver. 8-14).

Inúmeras outras semelhanças podem ser demonstradas, e, ao se estudar o contexto em que o Gênesis é idealizado e escrito, tomando aqui, palavras de Finkelstein e Silberman, observa-se que “a saga histórica contida na Bíblia (…) não foi uma revelação miraculosa, mas um brilhante produto da imaginação humana”.

(Parte do texto extraído de thoth3126.com.br)

O LIVRO PERDIDO DE ENKI XIX

A DÉCIMA TABULETA

No Sippar, reuniram-se todos os Anunnaki, esperavam o Dia do Dilúvio. Foi então, quando ia crescendo a tensão da espera, quando o senhor Enki, enquanto dormia em sua residência, teve uma visão-sonho. Na visão-sonho aparecia a imagem de um homem, brilhante e resplandecente como os céus; e quando o homem se aproximou de Enki, Enki viu que era Galzu, o do cabelo branco!

Na mão direita sustentava um estilete-gravador, e na esquerda levava uma tabuleta de lápis lázuli, lisa e brilhante. E quando se aproximou o suficiente do leito de Enki, Galzu falou e disse:

Suas acusações contra Enlil foram injustificadas, pois só dizia a verdade; e a decisão que como Decisão de Enlil será conhecida, não a decretou ele, a não ser o Destino. Agora, toma o Fado em suas mãos para que os Terrestres herdem a Terra; chama a seu filho Ziusudra, lhe revele a iminente calamidade sem romper o juramento. Diga-lhe que construa uma embarcação que possa suportar a avalanche de água, uma embarcação submersível, semelhante a que te mostro nesta tabuleta; que se ele salvem e sua família nela, e que leve também a semente de tudo o que seja valioso, seja planta ou animal. Essa é a vontade do Criador de Tudo!

E, na visão-sonho, Galzu desenhou uma imagem na tabuleta com o estilete, e deixou a tabuleta gravada junto ao leito de Enki; e quando se desvaneceu a imagem, a visão-sonho terminou, e Enki despertou com um estremecimento. Enki ficou durante um momento em seu leito, refletindo com assombro sobre a visão-sonho.

Qual é o significado disto, que presságio augura? Depois, quando se levantou do leito, eis que estava a tabuleta; o que em uma simples visão-sonho tinha visto estava agora materialmente junto à cama! Com mãos trementes, o senhor Enki tomou a tabuleta, sobre a tabuleta viu o desenho de uma embarcação de forma curiosa, no canto da tabuleta havia marcas de medidas, indicavam as medidas da embarcação!

Sobressaltado e esperançado, o senhor Enki enviou rapidamente a seus emissários ao amanhecer. Encontrem ao chamado Galzu, tenho que falar com ele! Assim lhes disse. Todos voltaram ao entardecer, informaram-lhe assim ao Enki: Ninguém pôde encontrar a nenhum Galzu. Faz tempo que Galzu voltou para o Nibiru!, disseram-lhe.

Enki estava muito desconcertado, esforçava-se por compreender o mistério e seu presságio. Não pôde desentranhar o mistério, mas a mensagem para ele estava clara! Aquela noite, Enki foi sigilosamente até a cabana de juncos onde dormia Ziusudra; para não romper o juramento, o senhor Enki lhe disse à parede da cabana, não a Ziusudra: Acorde! Acorde!, disse Enki à parede de juncos, detrás da tela de juncos falava. Quando Ziusudra despertou, Enki lhe disse detrás da tela de juncos: Cabana de juncos, cabana de juncos! Dê atenção as minhas palavras, faz caso de minhas instruções!

Uma calamitosa tormenta cairá sobre todas as moradas, todas as cidades, será a destruição da Humanidade e de sua descendência. Esta é a decisão final, a palavra da assembléia convocada por Enlil, esta é a decisão pronunciada por Anu, Enlil e Ninmah. Agora, preste atenção às minhas palavras, observa a mensagem que te estou dizendo:

Abandona sua casa, constrói uma embarcação; renuncia às suas posses, salva a vida! A embarcação que tem que construir, seu desenho e suas medidas se encontram em uma tabuleta, deixarei a tabuleta junto à parede da cabana de juncos. Assegure-se de que a embarcação esteja coberta em toda sua extensão, do interior não deve ver-se o sol.

O arranjo tem que ser muito forte, o breu forte e espesso, para que não entre a água. Que seja uma embarcação que possa dar volta e cair, para sobreviver à avalanche de água! Constrói a embarcação em sete dias, reúne nela a sua família e a seus parentes, acumula na embarcação comida e água para beber, leve também animais domésticos. Depois, no dia marcado, te darei um sinal; um guia de embarcação que conhece as águas, designado por mim, chegará nesse dia; nesse dia, terão que entrar na embarcação, terão que trancar bem a portinhola.

Um entristecedor Dilúvio, procedente do sul, devastará terras e vida; sua embarcação se elevará sobre suas amarras, dará a volta e cairá. Não tenham medo: o guia da embarcação lhes levará a um refúgio seguro. A semente da Humanidade Civilizada sobreviverá por vós!

Quando a voz de Enki se calou, Ziusudra estava ansioso, sobre seus joelhos caiu prostrado.

Meu senhor! Meu senhor!, gritou. Sua voz escutei, deixa que veja seu rosto! Não falei a ti, Ziusudra, à parede de juncos falei! Assim disse Enki.

Por decisão de Enlil, por um juramento estou ligado ao que juraram todos os Anunnaki. Em meu rosto verá que, sem dúvida, como todos os terrestres, morrerá! Agora, cabana de juncos, preste atenção às minhas palavras: O propósito da embarcação, deverá guardá-lo como um segredo dos Anunnaki!

Quando a gente da cidade perguntar, lhes dirá: O senhor Enlil esteve zangado com meu senhor Enki, navegarei para a morada de Enki no Abzu, possivelmente assim Enlil se apazigúe! Durante um momento, seguiu um silêncio.

(Crop circle onde o nome de ENKI-EA aparece em destaque)

Ziusudra saiu detrás da parede de juncos, uma tabuleta de lápis lázuli, brilhando à luz da lua, viu e tomou; sobre ela estava desenhada a imagem de uma embarcação, os entalhes davam suas medidas; Ziusudra era o mais sábio dos Homens Civilizados, compreendeu o que tinha escutado.

À manhã seguinte, anunciou às pessoas da cidade: O senhor Enlil esteve zangado com o Senhor Enki, meu senhor, por isso o senhor Enlil me é hostil. Não posso seguir vivendo nesta cidade, nem posso pôr já meu pé no Edin; ao Abzu, aos domínios do senhor Enki irei navegando. Em uma embarcação que devo construir com rapidez, partirei daqui; assim remeterá a ira do senhor Enlil, as penúrias terminarão, a partir de então, o senhor Enlil fará chover sobre vós a abundância! Ainda não se tinha ido a manhã quando a gente se reuniu ao redor de Ziusudra, animaram-se entre si para construir com rapidez sua embarcação. Os maiores transportavam tábuas de madeira de embarcação, os pequenos levavam betume dos pântanos.

Enquanto os madeireiros cravavam as tábuas, Ziusudra fundia o betume em um caldeirão. Com o betume, impermeabilizou a embarcação por dentro e por fora, ao quinto dia estava terminada a embarcação, igual a do desenho da tabuleta.

Ansiosos por ver partir a Ziusudra, as pessoas da cidade levou comida e água à embarcação, de suas próprias bocas tomaram o sustento; para apaziguar a Enlil, apressaram-se!

Também se introduziram na embarcação animais quadrúpedes, os pássaros do campo entraram voando por si mesmos. Ziusudra fez embarcar a sua esposa e a seus filhos, as esposas destes e seus filhos também vieram. Que suba à bordo também qualquer que deseje ir à morada do senhor Enki! Assim se pronunciou Ziusudra ante às pessoas reunidas.

Prevendo a abundância de Enlil, só alguns dos artesãos escutaram a chamada. Ao sexto dia, Ninagal, Senhor das Grandes Águas, chegou à embarcação, era filho de Enki, tinha sido eleito para ser o navegante da embarcação. Sustentava em suas mãos uma caixa de madeira de cedro, manteve-a a seu lado na embarcação. Contém as essências vitais e os ovos de vida das criaturas vivas, reunidas pelo senhor Enki e por Ninmah, para ocultá-los da ira de Enlil, para ressuscitar a vida se for vontade da Terra!

Isso explicou Ninagal a Ziusudra; assim se ocultaram na embarcação todas as bestas por seus casais. Então, Ninagal e Ziusudra esperaram na embarcação a chegada do sétimo dia.

No vigésimo centésimo Shar se esperava o Dilúvio, no décimo Shar da vida de Ziusudra se aproximou o Dilúvio, na estação da Constelação do Leão se fez iminente a avalanche.

Vem agora o relato do Dilúvio que cobriu a Terra e de como escaparam os Anunnaki, e como Ziusudra sobreviveu na embarcação.

Durante dias antes do Dia do Dilúvio, a Terra esteve retumbando, como se gemesse de dor; durante noites antes de chegar a calamidade, esteve-se vendo nos céus a Nibiru como uma estrela resplandecente; depois, fez-se a escuridão durante o dia, e na noite, a Lua era como se a tivesse tragado um monstro.

A Terra começou a tremer, viu-se agitada por uma força de rede desconhecida até então. Com o resplendor do amanhecer, uma nuvem negra se levantou pelo horizonte, a luz da manhã se converteu em escuridão, como se a sombra da morte a velasse. Depois, ouviu-se como um estrondo de trovões, os céus se acenderam com os raios.

Partam! Partam!, deu o sinal Utu aos Anunnaki. Escondidos nos navios do céu, os Anunnaki se elevaram nas alturas. No Shurubak, a dezoito léguas de distância, Ninagal viu as brilhantes erupções: Tranca! Tranca a portinhola!, gritou Ninagal a Ziusudra. Juntos fecharam a tramela que ocultava a portinhola; hermética, completamente fechada, ficou a embarcação; dentro não penetrava nem um raio de luz.

Naquele dia, naquele inesquecível dia, o Dilúvio começou com um estrondo; na Terra Branca, no fundo da Terra, sacudiram-se os alicerces da Terra; logo, com um estrondo igual a mil trovões, a capa de gelo se deslizou de seus alicerces, separada pela invisível força da rede de Nibiru, se derramou contra o mar do sul.

Uma capa de gelo golpeou contra outra capa de gelo, a superfície da Terra Branca se vinha abaixo como a quebra de um ovo. De repente se levantou uma grande onda, a muralha de águas chegava até mesmo o céu. Uma tormenta de uma ferocidade nunca vista ficou a bramar no fundo da Terra, a muralha de água impulsionava seus ventos, a onda se desdobrou para o norte; a muralha de águas se encaminhava para o norte, alcançou as terras do Abzu. Dali, viajou até as terras habitadas, chegou a Edin.

Quando a onda, a muralha de águas, chegou ao Shurubak, a onda soltou de suas amarras à embarcação de Ziusudra, sacudindo-a, tragou-se à embarcação como um abismo de água. Embora completamente inundada, a embarcação se manteve firme, não entrou sequer uma gota de água.

No exterior, a onda da tormenta pegou despreparada às pessoas como uma batalha mortal, ninguém podia ver seus semelhantes, o chão se desvaneceu, só havia água. De repente, as poderosas águas haviam coberto a terra firme; antes que terminasse o dia, a muralha de água,ganhando velocidade, chegou às montanhas.

Em suas embarcações celestiais, os Anunnaki circundavam a Terra. Abarrotando os compartimentos, escondiam-se contra as paredesexteriores, contemplavam angustiados o que estava ocorrendo ali abaixo, na Terra. Do navio celestial no qual estava, Ninmah ficou a gritar como uma mulher de parto. As águas cobrem a meus criados como libélulas afogadas em um lago, a onda cobriu e levou toda a vida! Assim chorava e gemia Ninmah.

Inanna, que estava com ela, também chorava e se lamentava. Tudo ali abaixo, tudo o que vivia, converteu-se em barro! Assim choravam Ninmah e Inanna; choraram e aliviaram seus sentimentos.

Em outros navios celestiais, os Anunnaki estavam aniquilados ante a visão daquela desenfreada fúria, naqueles dias presenciaram com temor um poder maior que o seu. Desejaram os frutos da Terra, tiveram sede do elixir fermentado.

Os dias de antigamente, ai, converteram-se em barro! Assim se diziam uns aos outros. Depois de que a imensa onda varresse a Terra, reabriram as comportas do céu, e se desatou um aguaceiro dos céus à Terra.

Durante sete dias se mesclaram as águas de acima com as águas do Grande Abaixo; depois, a muralha de água, alcançando seus limites, cessou em sua investida, mas as chuvas dos céus continuaram durante quarenta dias e noites.

De suas posições elevadas, os Anunnaki olhavam para baixo: onde uma vez houve terra firme, agora havia muito água, e onde uma vez houve montanhas que elevavam seus picos até os céus, seus topos eram agora como ilhas nas águas; e tudo o que vivia na terra firme havia perecido na avalanche das águas.

Depois, como no Princípio, as águas se reuniram em suas conchas, agitando-se acima e abaixo, dia a dia foi baixando o nível da água. Mais tarde, quarenta dias depois de que o Dilúvio cobrisse a Terra, as chuvas também se detiveram.

Depois dos quarenta dias, Ziusudra abriu a portinhola da embarcação para inspecionar os arredores. Era um dia luminoso, soprava uma suave brisa; completamente sozinha, sem nenhum outro signo de vida, a embarcação cabeceava sobre um vasto mar. A Humanidade, tudo o que vivia, foi varrido da face da Terra, ninguém, salvo nós, sobreviveu, mas não há terra firme sobre a que pôr o pé!

Assim disse Ziusudra a seus parentes, enquanto se sentava e se lamentava. Então, Ninagal, nomeado por Enki, dirigiu a embarcação para os picos gêmeos da Arrata, fez uma vela para ela, para o Monte da Salvação levou a embarcação.

Ziusudra estava impaciente; liberou as aves que havia à bordo para que procurassem terra firme, enviou-as para que comprovassem se havia sobrevivido um pouco de vegetação. Deixou sair uma andorinha, deixou sair um corvo; ambos voltaram para a embarcação. Deixou sair a uma pomba; e voltou para a embarcação com um ramo de um árvore!

Agora sabia Ziusudra que a terra firme tinha aparecido de debaixo das águas. Uns quantos dias mais e a embarcação se deteve em umas rochas.
O Dilúvio passou, estamos no Monte da Salvação! Assim lhe disse Ninagal a Ziusudra. Abrindo a portinhola hermética, Ziusudra saiu da embarcação; o céu era claro, o Sol brilhava, soprava um suave vento. Apressadamente, chamou a sua esposa e a seus filhos para que saíssem. Elogiemos ao senhor Enki, a ele demos obrigado!, disse-lhes Ziusudra.

Juntou pedras com seus filhos, com elas construiu um altar, depois acendeu fogo sobre o altar, fez um fogo com incenso aromático. Uma ovelha, uma sem mancha, escolheu para o sacrifício, e sobre o altar, ofereceu a ovelha a Enki como sacrifício.

Naquele momento, Enlil transmitiu palavras a Enki desde seu navio celestial: Descendamos em Torvelinhos dos navios celestiais sobre o pico da Arrata, para revisar a situação, para determinar o que fazer!

Enquanto outros seguiam circundando a Terra em seus navios celestiais, Enlil e Enki descenderam em Torvelinhos sobre o pico Arrata. Os dois irmãos se sorriram ao encontrar-se, com alegria estreitaram os braços. Depois, Enlil ficou desconcertado com o aroma do fogo e da carne assada. O que é isso?, gritou a seu irmão. Sobreviveu alguém ao Dilúvio?

Vamos ver!, respondeu-lhe Enki docilmente. Em seus Torvelinhos foram voando até o outro pico da Arrata, viram a embarcação de Ziusudra, aterrissaram junto ao altar que este tinha construído.

Quando Enlil viu os sobreviventes, Ninagal entre eles, sua fúria não teve limites. Todo Terrestre tinha que perecer!, gritou com fúria; partiu para cima de Enki irado, estava disposto a matar a seu irmão com as mãos nuas. Ele não é um simples mortal, é meu filho!, gritou Enki apontando Ziusudra.

Por um momento, Enlil duvidou. Rompeu seu juramento!, gritou a Enki. Falei-lhe com uma parede de juncos, não a Ziusudra!, disse Enki, depois relatou a Enlil a visão-sonho. Então, alertados por Ninagal, também tinham baixado Ninurta e Ninmah em seus Torvelinhos; quando escutaram o relato dos acontecimentos, Ninurta e Ninmah não encolerizaram-se pelo relato. Deve ser a vontade do Criador de Todo que sobreviva a Humanidade! Assim lhe disse Ninurta a seu pai.

Ninmah tocou seu colar de cristais, presente de Anu, e jurou: Juro que nunca se repetirá a aniquilação da Humanidade! Abrandando-se, Enlil pegou pelas mãos a Ziusudra e a Emzara, sua esposa, e os benzeu assim: Frutifiquem e lhes multiplique, e povoem a Terra! Assim terminaram os Tempos de Antigamente.

Vem agora o relato de como se restabeleceu a sobrevivência na Terra, e de como se encontrou uma nova fonte de ouro, assim como a outros Terrestres além dos oceanos.

Depois do encontro em Arrata, as águas do Dilúvio seguiram retirando-se, e se mostrou pouco a pouco a face da Terra desde debaixo das águas. As terras montanhosas saíram ilesas em sua maior parte, mas nos vales ficaram buracos de lodo e lama.

Dos navios celestiais e dos Torvelinhos, os Anunnaki inspecionaram as paisagens: Tudo o que tinha existido nos Tempos de Antigamente no Edin e no Abzu estava enterrado sob o barro! Eridú, Nibru-ki, Shurubak, Sippar, todas tinham desaparecido, se haviam desvanecido por completo; mas nas Montanhas dos Cedros a grande plataforma de pedra reluzia sob a luz do Sol, o Lugar de Aterrissagem, feito nos Tempos de Antigamente, seguia em pé. Um após o outro, aterrissavam os Torvelinhos sobre a plataforma; a plataforma estava intacta; na quina de lançamento, os gigantescos blocos de pedra se mantinham firmes.

Apartando escombros e ramos de árvores, os primeiros em aterrissar fizeram sinais aos carros; um após o outro chegaram os carros celestiais, baixaram sobre a plataforma. Depois se enviaram palavras a Marduk no Lahmu e a Nannar na Lua, e eles também voltaram para a Terra, sobre o Lugar de Aterrissagem pousaram. Então, os Anunnaki e os Igigi que se reuniram junto a Enlil foram convocados em assembleia.

Sobrevivemos ao Dilúvio, mas a Terra está devastada! Assim lhes disse Enlil. Temos que avaliar todas as formas de recuperação, seja na Terra, seja onde seja!

Lahmu ficou devastado com o passo do Nibiru! Assim o relatou Marduk: Sua atmosfera foi absorvida para o exterior, suas águas se evaporaram,
é um lugar de tormentas de pó!

Por si mesmo, a Lua não pode sustentar vida, só se pode permanecer ali com máscaras de Águia! Assim deu conta Nannar a outros, e depois acrescentou com paixão. Uma vez ali, alguém deve recordar que foi o líder do exército do Tiamat, companheira da Terra é, o destino da Terra está conectado com ela!

Enlil pôs seu braço carinhosamente sobre os ombros de seu filho. Estamos preocupados agora com a sobrevivência! Assim, brandamente, replicou Enlil a Nannar; Agora, o sustento é nossa maior preocupação!

Examinemos a Câmara da Criação selada; possivelmente ainda encontremos as sementes de Nibiru! Assim disse Enlil a Enki, lhe recordando os grãos uma vez criados.

Ao lado da plataforma, apartando um pouco de lodo, encontraram o poço de tempos remotos, tiraram a pedra que o bloqueava, entraram no santuário. As arcas de diorita estavam seladas, fizeram abrir os selos com uma chave de cobre. Dentro das arcas, em vasilhas de cristal, estavam as sementes dos cereais de Nibiru! Uma vez fora, Enlil deu as sementes a Ninurta, lhe disse assim:

Vá ao terraço da ladeira, que os cereais de Nibiru provejam de pão uma vez mais!

Nas Montanhas dos Cedros, também em outras montanhas, Ninurta represou as quebradas, construiu terraços, ensinou-lhe a cultivar ao filho maior da Ziusudra. Ao Ishkur, seu filho mais jovem, Enlil lhe atribuiu outra tarefa: Ali onde se retiraram as águas, vê e encontra as árvores frutíferas que ficaram!

Para ele, atribuiu-se ao filho mais jovem de Ziusudra como cultivador de frutas: o primeiro frutífero que encontraram foi a videira, que havia trazido Ninmah; de seu suco, como o célebre elixir dos Anunnaki, Ziusudra tomou um sorvo. Por um sorvo, depois outro e outro, Ziusudra foi vencido, ficou dormindo como bêbado! Então, Enki ofereceu um presente aos Anunnaki e aos Terrestres: descobriu o arca que Ninagal tinha levado, anunciou a todos seu surpreendente conteúdo:

As essências vitais e os ovos de vida se podem combinar nas matrizes dos animais quadrúpedes da embarcação de Ziusudra, as ovelhas se multiplicarão, por sua lã e sua carne; todos terão ganho vacino, por seu leite e por suas peles, depois, com outras criaturas vivas povoaremos a Terra! Enki deu a Dumuzi as tarefas de pastoreio, nestas tarefas lhe ajudava o filho médio de Ziusudra. Depois, Enki pôs sua atenção na massa de terra de tom escuro, onde ele e seus filhos tinham tido seus domínios.

Com o Ninagal, represou as montanhas na confluência das águas poderosas, canalizou as ferozes cascatas até um lago, para que se acumulassem as águas como um lago. Depois, inspecionou com Marduk as terras entre o Abzu e o Grande Mar: onde uma vez teve moradas, considerou como drenar o vale do rio. Em metade da corrente, onde as águas do rio caíam em cascata, levantou uma ilha das águas , em suas vísceras escavou cavernas, por cima delas forjou comportas a partir de pedras. Dali, esculpiu dois canais nas rochas, para as águas elaborou dois estreitos, assim podia diminuir ou acelerar as águas que vinham das terras altas; com represas e comportas, e com os dois estreitos, regulou as águas.

Da Ilha da Caverna, a ilha de Abu, levantou desde debaixo das águas o sinuoso vale do rio: na Terra dos Dois Estreitos, Enki criou um assentamento para Dumuzi e os pastores.

Com satisfação, Enlil enviou palavras de tudo isto a Nibiru; Nibiru respondeu com palavras de preocupação: o próximo trânsito que tinha afetado à Terra e ao Lahmu tinha provocado também muitos danos em Nibiru; o escudo de pó de ouro se rasgou, a atmosfera estava diminuindo de novo, era peremptória a chegada de novos fornecimentos de ouro!

Enki foi ao Abzu rapidamente, viajou com seu filho Gibil para inspecionar e procurar. Todas as minas de ouro tinham desaparecido, tinham ficado enterradas com a avalanche de água! No Edin, Bad-Tibira tampouco existia! No Sippar, já não havia um lugar para carros!

As centenas de Anunnaki que tinham trabalhado duro nas minas e no Bad-Tibira se foram da Terra, a multidão de Terrestres que serviam como trabalhadores Primitivos se converteram em gradeio com o Dilúvio.

Já não se pode prover ouro da Terra!, anunciaram Enlil e Enki a Nibiru.

Na Terra e em Nibiru houve desespero. Então, terminou Ninurta seus trabalhos nas montanhas dos cedros e uma vez mais se foi à terra montanhosa além dos oceanos. Dali, ao outro lado da Terra, enviou palavras assombrosas: A avalanche de águas produziu profundos cortes nas ladeiras, das ladeiras, ouro incontável, em sementes grandes e pequenas, caem rios abaixo, pode-se recolher ouro sem ter que extraí-lo! Enlil e Enki foram apressadamente à distante terra montanhosa, com surpresa viram o descobrimento.

Ouro, ouro puro havia por toda parte, sem necessidade de refinação nem de fundição! É um milagre! Assim lhe disse Enki a Enlil. O que forjou Nibiru, Nibiru o emendou! A mão invisível do Criador de Tudo é permitir a vida em Nibiru! Assim disse Enlil. Agora, quem recolherá as sementes, como as enviarão a Nibiru?, perguntaram-se entre si os líderes. Para a primeira pergunta, Ninurta tinha uma resposta: Nas altas terras montanhosas, neste lado da Terra, sobreviveram alguns Terrestres!

São descendentes de K-in, sabem como manipular os metais; quatro irmãos e quatro irmãs são seus líderes, salvaram-se por si mesmos em balsas, agora o topo de sua montanha é uma ilha em metade de um grande lago. Recordam-me como protetor de seus antepassados, chamam-me o Grande Protetor!

Ao saber que tinham sobrevivido outros Terrestres, os líderes se esperançaram, nem sequer se enfureceu Enlil, que tinha planejado o fim de toda carne. É a vontade do Criador de Tudo!, se disseram uns aos outros. Estabeleçamos agora um novo Lugar dos Carros Celestiais, enviemos dali o ouro a Nibiru!

Procuraram uma nova planície que estivesse seca e endurecida, nas proximidades do Lugar de Aterrissagem, em uma península desolada, encontraram essa planície. Era lisa como um lago em calma, rodeada de montanhas brancas.

Vem agora o relato do novo Lugar dos Carros Celestiais, e dos Montes gêmeos artificiais e de como Marduk usurpou a imagem do leão. Na península escolhida pelos Anunnaki, refletiram-se os celestiais Caminhos de Anu e de Enlil na Terra; Localize-se-me com exatidão nesses limites o novo Lugar dos Carros, que o coração da planície reflita os céus! Assim sugeriu Enlil a Enki. Quando Enki esteve de acordo com isto, Enlil tomou medidas de distâncias dos céus; fez um grande desenho sobre uma tabuleta para que todos o vissem. Que o Lugar de Aterrissagem nas Montanhas dos Cedros forme parte das instalações!, disse.

Mediu a distância entre o Lugar de Aterrissagem e o Lugar dos Carros, em sua metade, concebeu um lugar para um novo Centro de Controle de Missões: ali escolheu um monte adequado, chamou-o o Monte de Mostrar o Caminho. Ali ordenou construir uma plataforma de pedras, parecidas mas menores que as do Lugar de Aterrissagem; em seu centro, esculpiu-se uma rocha por dentro e por fora, fez-separa albergar um novo Enlace Céu-Terra. Um novo Umbigo da Terra, para fazer o papel de Nibru-ki antes do Dilúvio.

Acima: a imensa plataforma em Jerusalém foi construída pelos Annunaki, depois do Dilúvio, como seu novo centro de controle da missão foi estabelecida neste lugar especial porque ficava equidistante do espaçoporto, Tilmum que ficava na Península do Sinai e da plataforma de pouso de Baalbek que existia desde os tempos pré-dilúvio (e ainda existe) no Líbano. E eles desenvolveram em uma linha reta que ligava tudo aos picos gêmeos das montanhas do Ararat com as grandes pirâmides do Egito. É por isso que o controle da missão foi estabelecida precisamente naquele ponto, em Jerusalém.

O Atalho de Aterrissagem se ancorou no norte, nos picos gêmeos de Arrata; para demarcar o Corredor de Aterrissagem, Enlil necessitava outras duas séries de picos gêmeos, para delimitar os limites do Corredor de Aterrissagem, para assegurar o ascensão e a descida.

Na parte meridional da desolada península, um lugar de montanhas, Enlil escolheu dois picos contíguos, sobre eles ancorou o limite meridional. Mas onde se necessitava a segunda série de picos gêmeos não havia montanhas, só sobressaía do chão uma planície, por cima do vale encharcado. Podemos levantar ali uns picos artificiais! Assim disse Ningishzidda aos líderes.

Sobre uma tabuleta desenhou para eles a imagem de uns picos de lados lisos elevando-se para os céus. Se se pode fazer, seja!, disse Enlil com aprovação. Que sirvam também de balizas! Sobre a planície, por cima do vale do rio, Ningishzidda construiu um modelo. A escala, com ele aperfeiçoou os ângulos de elevação e os quatro lados lisos. Junto a ele, situou um pico maior, estabeleceu seus lados às quatro esquinas da Terra; os Anunnaki cortaram e levantaram as pedras com suas ferramentas de poder.

Junto a ele, em uma localização precisa, colocou-se o pico que era seu gêmeo; desenhou-se com galerias e câmaras para cristais pulsantes. Quando este pico artificial se elevou para os céus, convidou-se aos líderes para que pusessem o arremate sobre ele, de elétron, uma mescla que elaborasse Gibil, fez-se a Pedra Ápice. Refletia a luz do sol até o horizonte, era como um pilar de fogo na noite, concentrava em um raio para os céus o poder de todos os cristais.

Quando as obras desenhadas por Ningishzidda terminaram e estiveram listas, os líderes Anunnaki entraram no Grande Pico Gêmeo, maravilharam-se com o que viram; Ekur, Casa Que Como uma Montanha É, chamaram-no, era uma baliza para os céus. Proclamava que os Anunnaki tinham sobrevivido ao Dilúvio e venceriam sempre. Agora, o novo Lugar dos Carros Celestiais pode receber ouro de além dos mares, dali, os carros levarão o ouro da
sobrevivência a Nibiru; dali para o este, onde o Sol se eleva no dia designado, ascenderão, até ali ao sudoeste, onde o Sol fica no dia designado, descenderão. Então, Enlil ativou com sua própria mão os cristais de Nibiru. Dentro, luzes horripilantes começaram a piscar, um zumbido mágico rompeu o silêncio.

Fora, o arremate ficou a brilhar de repente, era mais brilhante que o Sol. A multidão dos Anunnaki reunidos elevou um grande grito de alvoroço; Ninmah, que tinha vindo para a ocasião, recitou um poema e cantou:

Casa que é como uma montanha, casa com um pico bicudo, está equipada para Céu-Terra, é a obra dos Anunnaki. Casa brilhante e escura, casa do céu e a Terra, para os navios celestiais se ensamblou, a construíram os Anunnaki. Casa cujo interior resplandece com uma avermelhada luz do céu, emite um raio que pulsa que chega longe e alto; nobre montanha de montanhas, criada grande e nobre, está além da compreensão dos Terrestres. Casa de equipamento, nobre casa de eternidade, as pedras de seus alicerces tocam as águas, sua grande circunferência se fixa na argila. Casa cujas partes estão habilmente entretecidas, faz descender a quão grandes nos céus circulam para descansar; casa que é um ponto de referência para as naves espaciais, o Ekur está bento pelo mesmo Anu.

Assim recitou e cantou Ninmah na celebração. Enquanto os Anunnaki celebravam sua notável obra, Enki disse a Enlil palavras de sugestão: Quando em dias futuros se pergunte, quando e quem fez esta maravilha?

Acreditam junto aos picos gêmeos um monumento; que anuncie a Era do Leão. A imagem de Ningishzidda, o desenhista dos picos, seja sua cara, que olhe exatamente para o Lugar dos Carros Celestiais. Quando, quem e o propósito revele-se a gerações futuras! Esta foi a sugestão de Enki a Enlil. Ante suas palavras, Enlil consentiu, e disse a Enki:

Do lugar dos Carros Celestiais, Utu deve ser novamente o comandante; que o leão de olhar fixo, exatamente orientado ao este, tenha a imagemda Ningishzidda!

Quando se iniciaram os trabalhos de talha e modelagem do leão feito de rocha, Marduk disse a seu pai Enki palavras de ofensa: Prometeu-me que dominaria a Terra toda, agora concedem a outros mandato e glória, sem tarefa nem domínios me deixa. Em meus antigos domínios se situaram os Montes artificiais, sobre o leão deve estar minha imagem! Ningishzidda se enfureceu com estas palavras de Marduk, o resto dos filhos também se sentiram molestados, Ninurta e seus irmãos também se levantaram em um clamor por domínios, todos exigiam terras para si mesmos, e Terrestres devotos!

Não se converta em disputa a celebração!, gritou Ninmah em meio das vozes alteradas. A Terra ainda está desolada, somos poucos Anunnaki, dos Terrestres só há sobreviventes! Que a Marduk Ningishzidda da honranão prevê, tenhamos em conta também as palavras de Marduk! Assim disse Ninmah, a pacificadora, aos líderes enfrentados.

Para que prevaleça a paz, devemos repartir as terras habitáveis entre nós!, disse Enlil a Enki. Estiveram de acordo em fazer da península um separador incontestável, atribuiu à pacificadora Ninmah. Tilmun, Terra dos Projéteis, chamaram-na; estava fora dos limites dos Terrestres.

As terras habitáveis ao leste da península se apartaram para Enlil e seu descendência, para os descendentes de dois filhos de Ziusudra, Sem e Jafet, para que vivessem ali. A massa de terra de tom escuro que incluía o Abzu lhe concedeu por domínio a Enki e a seu clã, para
habitá-la se escolheu ao povo do filho médio de Ziusudra, CAM. Enki, para apaziguar a seu filho, sugeriu fazer a Marduk senhor deles, senhor de suas terras. Seja como você deseja!, disse Enlil a Enki a respeito disto.

No Tilmun, em seu montanhoso sul, Ninurta construiu uma morada para sua mãe, Ninmah; perto de um manancial com palmeiras datileras, localizou-se um fresco vale, o pico da montanha aterrou Ninurta, plantou um fragrante jardim para Ninmah.

Quando se terminou tudo, deu-se um sinal a todos os postos avançados na Terra: das terras montanhosas mais à frente do oceano, os Torvelinhos trouxeram as sementes de ouro, do Lugar dos Carros Celestiais, levou-se o ouro até o Nibiru.

Naquele memorável dia, Enlil e Enki se disseram um a outro e coincidiram: Honremos a Ninmah, apacificadora, com um novo nome-epíteto: seja seu nome Ninharsag,Senhora do Topo da Montanha!

Por aclamação deu esta honra a Ninmah, a partir de então lhe chamou Ninharsag. Elogiem a Ninharsag, a pacificadora na Terra!, proclamaram em uníssono os Anunnaki.


( Livro de Zecharia Sitchin - continua)