30 de setembro de 2015

O EGO E O SELF


Você pensa e cria a realidade.

Falando em terminologia de Mecânica Quântica, você colapsa a função de onda Schrödinger, que significa que há infinitas possibilidades vagando pelo Universo o tempo todo e quando você escolhe o que deseja, transforma uma possibilidade em probabilidade.

Assim que você faz uma escolha, colapsa a função de onda, surge uma probabilidade que se transforma em realidade, se você estiver colocando energia nela com emoção coerente.

O processo criativo está vinculado diretamente com a qualidade dos sentimentos envolvidos.

Sentimentos positivos, como alegria, amor, felicidade e gratidão, nos aproximam rapidamente do que desejamos. Sentimentos negativos, por sua vez, como medo, raiva, ciúme, inveja e tristeza, além de nos afastarem daquilo que desejamos, nos aproximam do que não queremos ou do que tememos.

Esta é a Lei.

Portanto, se quisermos ser melhores co-criadores, devemos permanecer vibrando, o tempo todo, nas altas frequências dos sentimentos positivos.

Infelizmente, pouquíssimas pessoas sentem-se felizes, simplesmente porque não tem casa, não tem automóvel, não tem barco, não tem namorado, etc. As necessidades humanas, na maioria dos casos, são sempre as mesmas: dinheiro ou relacionamento.

Que tal começar o dia sentindo gratidão por tudo o que já tem, pelas bençãos que recebeu em vida? A GRATIDÃO tem o poder de aumentar muito a frequência vibratória.

Por que você não consegue o que deseja, mesmo quando coloca toda a frequência positiva numa onda de informação? É simples: porque não entende como funciona o Universo. Como você pode ter bons resultados se está inserido num sistema que desconhece totalmente?

De tudo que nos foi passado durante nossa existência, 99% é sobre o que não funciona, sobre o que não é real. São as estórias que nos contam, todo o sistema de crenças, transmitido de geração a geração.

O planeta inteiro está organizado em cima de interesses econômicos, políticos, sociais, militares e religiosos. Qual a possibilidade de haver uma mudança real e de se explicar, quando todo mundo está vivendo sobre bases falsas? Qual o problema em se aceitar a realidade?

Quando se desconhece e se aceita a realidade, os problemas se eternizam. Ou cada ser humano do planeta resolve fazer uma busca interna visando a evolução ou os Arquétipos que estão vivenciando seguirão seu ritmo natural.

Disse Jung: ‘’

Dentro do ser humano existem dois centros: o ego e o Self. O Self seria o queivalente a nossa essência divina, a centelha de Deus em cada um. Imagine a força que o ego faz para ignorar de todas as formasa existência do outro centro! Essas duas forças vivem dentro de cada um e isso pode ser notado e sentido nas oscilações que são apresentadas na vontade de ora fazer uma coisa e ora não querer mais. Você oscila o tempo todo! E há aqueles que não oscilam mais porque já penderam totalmente para o lado do ego e ignoram completamente que existe o Self.’’

Isto é, quando você entre num processo de individuação – e isso tem de ser consciente através do poder do livre-arbítrio, de boa vontade, sem reclamar – seus problemas desaparecerão rapidamente, deixarão de existir as necessidades humanas ‘normais’. Todavia, se você resiste à individuação, permanecerá inflando o ego indefinidamente, com todas as consequências advindas disto.

Aí está o problema! A pessoa só raciocina com o ego e ele se apodera dela. Então, a pessoa ignora que possui o outro centro, o Self, que é seu guia ou mestre, o divino nela.

A pessoa não percebe que é uma essência, uma energia, uma consciência. Ela usa uma quantidade imensa de átomos para criar um envoltório para sua essência, apesar de não ser proprietária desse corpo criado. Porém, como funciona com o ego apenas, passa achar que é a dona e faz com ele o que bem entende, abusa deste veículo de todas as formas.

Ignorando o Self, o indivíduo passa a arcar com as consequências, porque atrairá o que se chama ‘anti-matéria’. A anti-matéria une-se à matéria natural do corpo e a anula, causando danos a sua estrutura energética e física, o que gera doenças somáticas. Essa negligência, com a própria evolução, custa muito caro.

Por sorte, o Self não tem pressa. Ele permanece intacto, espera que você cresça, isto é, que faça uma ligação mínima que seja entre o ego e Ele. Mas este mínimo que seja é o ‘X’ da questão, não é? Pois, a partir do momento em que você descobre isso, sente isso, não há mais retorno. Toda problemática humana encontra-se sob esta questão.

Sendo assim, concluímos que todo o problema que existe na sua vida foi criado por você mesmo. Conhecer, aceitar e cuidar do Self é a chave para a vitória.

É preciso escolher o caminho da individuação – é claro que é um caminho infinito – mas a partir do momento que você dá o primeiro passo, muda absolutamente tudo.

Travar uma luta com o ego é um trabalho constante. Elevaro o Self, o centro divino em você, sem resistência, é entrar no caminho da iluminação, é ser tocado pela onda de informação e de positividade para suas criações.

Texto: Hélio Couto (www.heliocouto.com)


8 de setembro de 2015

SIMBOLOGIA III


O SÍMBOLO DO CORAÇÃO

O órgão fisiológico do coração não é, como se crê de ordinário, a sede do sentimento e do sentimentalismo mais pacato, senão que ele foi tomado em todas as tradições como um dos símbolos mais patentes e claros da ideia de centro.

No cristianismo isto é óbvio, pois quando se fala do "Sagrado Coração" de Cristo se está fazendo referência à parte mais central dessa tradição, à própria fonte de onde emana a essência de sua doutrina e seus mais profundos mistérios.

Sua representação iconográfica em forma de triângulo invertido faz dele um recipiente onde descem, e se depositam, os eflúvios celestes que vivificam a totalidade do ser individual, fazendo possível que este tome verdadeira consciência de seu Ser arquetípico.

Por isso se fala do coração como o lugar onde reside simbolicamente o Princípio Divino no homem, o Espírito Universal que, com respeito à manifestação, aparece como o menor, sutil e invisível, como bem assinala a conhecida parábola evangélica quando fala do "Reino dos Céus", assemelhando-o ao grão de mostarda, equivalente na tradição hindu ao "germe contido no grão de milho", idênticos ao éter ou "quintessência", que é também o centro ou coração da cruz elementar, tomada neste caso como um símbolo de todo o mundo manifestado.  

É desse Princípio de onde, efetivamente, o homem recebe o hálito vital, ao mesmo tempo em que a luz da Inteligência, ou autêntica intuição intelectual, permite-lhe conhecer de maneira direta, simultânea e sem reflexos (ou seja, não dual, racional ou cerebral) a Unidade em todas as coisas.

Neste sentido, lembraremos que na Cabala a sefirah Tifereth (que na simbólica construtiva corresponde ao altar do templo) é chamada o coração da Árvore da Vida, pois ao estar situada no próprio centro do pilar do equilíbrio faz possível que nela se unifiquem e sintetizem as restantes sefiroth.

Por isso, esta sefirah também é chamada “Beleza e Harmonia", entendida como a autêntica expressão da "concórdia" universal, palavra que precisamente significa "união dos corações".


O SIMBOLISMO DO TEMPLO

O templo reúne dentro de si o espaço e o tempo sagrados. Apenas traspassamos sua porta, faz-se evidente a diferença entre o mundo exterior e profano onde o tempo decorre linearmente e em forma indefinida e amorfa, e o recinto sacro, onde se percebe um tempo mítico e significativo: o "tempo" das origens do ser humano, a eternidade e a simultaneidade, conhecidas e compreendidas na interioridade do homem que estabelece esta comunicação ritual desde as profundezas do templo.

Por outra parte, o templo é um modelo do Universo, ao qual imita em suas formas e "proporções" e, como ele, tem por objeto albergar e ser o meio da realização total e efetiva do ser humano.

Nas tribos mais primitivas, encontramos a choupana ritual (ou a casa familiar) como lugar de intermediação entre o alto e o baixo. Efetivamente, nela o teto simboliza o céu e o chão, a terra; os quatro postes onde se assenta são as colunas onde se apóia o macrocosmo.

É muito importante assinalar que sempre nessas construções há um ponto zenital que está aberto a outro espaço.

Exemplo: a pedra caput ou cimeira, que não se colocava na construção das catedrais, ou o orifício de saída da choça cerimonial (na casa familiar esta saída é simbolizada pela chaminé, o lar).

Esta construção, imagem e modelo do Cosmo, tem, pois, uma porta de entrada que se abre ao percurso horizontal do templo (transposição da porta, passagem pelas águas do batistério, perda no labirinto cuja saída desemboca no altar, coração do templo), e posteriormente um orifício de saída sobre o eixo vertical, desta vez localizado na sumidade, simbolizando o Coroamento da Obra e o rendimento a outro espaço, ou mundo, inteiramente diferente, que está "mais além" do Cosmo, ao qual o templo simboliza.

É também o templo uma imagem viva do microcosmo e representa o corpo do homem, criado à imagem e semelhança de seu criador; inversamente, o corpo do homem é seu templo.

O centro de comunicação vertical é o coração, o chacra cardíaco, e ali, nesse lugar, acende-se o fogo sagrado capaz de gerar a Aventura Real da transmutação, após as provas e experiências de Conhecimento que levam até lá.

Em nosso diagrama Sefirótico, a porta horizontal se abre de Malkhuth a Yesod, enquanto a vertical de Tifereth a Kether. Ou seja, que todo o trabalho prévio, encaminhado ao Conhecimento, tem que ter por objetivo imediato a chegada ao coração do templo, o fogo perene do altar sobre o qual se assenta o tabernáculo, espaço vazio construído com as réguas e proporções harmônicas do próprio templo, e do qual é sua síntese.

Terá então terminado com a primeira parte dos Mistérios Menores (mistérios da terra) e começará sua ascensão simultânea pela segunda parte (os mistérios do céu), ficando para além do templo, ou seja, para o supracósmico, os Mistérios Maiores, que por serem inefáveis não podem ter aqui análise e nem comentário.

Na realidade, este processo é prototípico e válido para qualquer mudança de plano ou estado, onde se manifesta à sua maneira.


O SÍMBOLO DO LABIRINTO

O símbolo do Labirinto exemplifica perfeitamente o processo do Conhecimento, ao menos em suas primeiras etapas, naquelas em que o ser tem de se enfrentar com a densidade de seu próprio psiquismo (reflexo do meio profano em que nasceu e vive), isto é, com seus estados inferiores, separando alquimicamente o espesso do sutil, que a alma experimenta como sucessivas mortes e nascimentos –solve et coagula–, destinando ao mesmo tempo numerosas provas e perigos que somente fazem traduzir o próprio conflito ou psico-drama interior.

Esse desassossego é próprio daquele que, tendo abandonado suas seguranças e identificações egóticas, descobre ante si um mundo completamente novo e, portanto, desconhecido, mas para o qual se sente atraído, porque na verdade intui que ao atravessá-lo é que poderá se reencontrar com sua verdadeira pátria e destino.

Essa impressão indelével de estarmos totalmente perdidos tem que nos levar imperiosamente a encontrar a saída, ajudados sempre pela Tradição (e seus mensageiros: os símbolos), tal como um guia ou eixo, tem de nos conduzir (desde que nossa atitude seja reta e sincera) a um estado de virgindade, a um espaço vazio imprescindível, apto para a fecundação do Espírito, o que se vive no mais interno e secreto do coração.

Devemos assinalar que muitos labirintos representados na arte de todos os povos são autênticas mandalas ou esquemas do Cosmo, ou seja, da própria vida, com suas luzes e sombras, o que nos permitirá compreender que esse processo labiríntico é na realidade uma viagem arquetípica, uma gesta, em suma, que todos os heróis mitológicos e homens de conhecimento têm realizado, e que nos servirá de modelo exemplar a imitar.

Na verdade, a viagem pelo labirinto é uma peregrinação ligada à busca do centro, e neste sentido é importante destacar que em muitas igrejas medievais figurava um labirinto (como em Chartres, em meio do qual aparecia antigamente o combate entre Teseu e o Minotauro) que percorriam de forma ritual todos aqueles que, por uma ou outra razão, não podiam cumprir sua peregrinação ao centro sagrado de sua tradição (por exemplo, Santiago de Compostela, ou Jerusalém), o que era considerado um substituto ou reflexo da verdadeira "Terra Santa", onde os conflitos e lutas se finalizam, possibilitando assim a ascensão pelos estados superiores até conseguir a saída definitiva da Roda do Mundo.

Como dissemos anteriormente, falando da simbólica do Templo, esses labirintos se encontravam justo após a pia batismal (Yesod), e antes de chegar ao altar (Tifereth, o coração, o chacra cardíaco), ou seja, entre o batismo de água –relacionado com a regeneração psicológica e as viagens terrestres– e o batismo de fogo, vinculado por sua vez com o sacrifício pelo espírito e as viagens celestes, horizontais uns e verticais os outros.

Na Árvore Sefirótica, o labirinto corresponde, pois, a Yetsirah, ou plano das formações, ou das "Águas inferiores", que o aprendiz tem de atravessar em sua viagem pelos estados e mundos da Árvore da Vida.

Adicionaremos, para finalizar, que no Adam Kadmon microcósmico, ou seja, o homem, este labirinto tem de ser localizado na zona ventral, área que se destaca tanto por suas combustões e revoluções, como pela analogia que apresentam seus órgãos internos com a representação geral do labirinto.


(Texto: Federico Gonzalez - Continua)




O LIVRO PERDIDO DE ENKI XVIII

A NONA TABULETA

Nos dias do Lu-Mach, Marduk e os Igigi se casavam com as Terrestres. Naqueles dias, as tribulações eram crescentes na Terra, naqueles dias, Lahmu estava envolto em pó e aridez. Os Anunnaki que decretam os fados, Enlil, Enki e Ninmah, consultaram entre si.

Perguntavam-se o que é que estava se alterando na Terra e no Lahmu. Tinham observado estalos no Sol, havia alterações nas forças da rede da Terra e do Lahmu. No Abzu, na ponta, em frente à Terra Branca, instalaram instrumentos de observação; os instrumentos ficaram a cargo do Nergal, o filho de Enki, e de sua esposa reshkigal.

Ninurta foi atribuído à Terra além dos Mares para estabelecer um Enlace Céu-Terra nas montanhas. No Lahmu, os Igigi estavam inquietos; a Marduk lhe deu a tarefa de pacificá-los.

Até que saibamos o que está causando as tribulações, deve manter a estação de passagem do Lahmu! Assim disseram os líderes a Marduk. Os três que decretam os destinos consultaram entre si; olharam-se uns aos outros. Que velhos estão! Pensou cada um sobre o outro. Enki, que chorava a morte de Adapa, foi o primeiro em falar. Passaram mais de cem Shars desde que cheguei!, disse a seu irmão e a sua irmã.

Eu era então um galhardo líder; agora, com barba, cansado e velho! Eu era um herói entusiasta, disposto à chefia e a aventura!, disse depois Enlil. Agora tenho filhos que têm filhos, todos nascidos na Terra. Temo-nos feito velhos na Terra, mas os que nasceram na Terra serão ainda mais velhos dentro de pouco! Assim, lamentando-se, disse Enlil a seu irmão e a sua irmã. Quanto a mim, chamam-me velha ovelha!, disse Ninmah tristemente.

Enquanto que o resto esteve indo e vindo, tem estado fazendo turnos de serviço, nós, os líderes, ficamo-nos! Possivelmente chegou o momento de partir! Assim disse Enlil. Disto me estou acostumado a perguntar, disse-lhes Enki. Cada vez que um de nós três deseja visitar Nibiru, sempre nos chegam palavras de Nibiru
para impedir que vamos! Disso eu também me pergunto, disse Enlil: É um pouco do Nibiru, algo da Terra? Possivelmente tem que ver com as diferenças nos ciclos vitais, disse Ninmah.

Os três líderes decidiram observar e ver o que ocorre. Naquele momento, o assunto estava em mãos do Fado, ou seria do Destino? Por isso, deveu acontecer que, pouco depois, Marduk veio até seu pai Enki, desejava discutir com seu pai, Enki, uma questão de suma gravidade. Na Terra, os três filhos de Enlil tinham se casado:

Ninurta tinha se casado com Bau, uma jovem filha de Anu; Nannar tinha eleito a Ningal, Ishkur tinha tomado Shala. Nergal, seu filho, tomou por casamento a Ereshkigal, neta de Enlil, ameaçando matá-la, arrancou dela seu consentimento. Por esperar meus esponsais, sendo seu primogênito, Nergal não esperou, os outros quatro, por deferência, estão esperando meus esponsais. Desejo escolher noiva, ter uma esposa é meu desejo! Assim lhe disse Marduk a seu pai, Enki. Suas palavras me fazem feliz!, disse Enki a Marduk. Sua mãe também se alegrará!

Marduk levantou a mão para que seu pai guardasse estas palavras ante a Ninki. É acaso uma das jovens que curam e dão socorro?, foi perguntar Enki. É uma descendente de Adapa, da Terra, não do Nibiru!, disse em um suave sussurro Marduk. Enki ficou sem palavras, com o desconcerto no olhar; depois, pronunciou palavras incontroladas:

Um príncipe do Nibiru, um Primogênito titulado para a sucessão, casar-se com uma Terrestre?! Não uma Terrestre, a não ser teu descendente!, disse-lhe Marduk.
É uma filha de Enkime, que fora arrebatado ao céu, seu nome é Sarpanit!

Enki chamou a sua esposa Ninki, lhe contou o que ocorria com Marduk. Marduk repetiu a Ninki, sua mãe, o desejo de seu coração, e disse:
Quando Enkime veio comigo de viagem, e eu lhe estava ensinando do céu e a Terra, presenciei com meus próprios olhos o que meu pai uma vez me tinha contado.
Passo a passo, neste planeta, a partir de um ser Primitivo, criamos a um como nós, a nossa imagem e semelhança é o Terrestre Civilizado, exceto pela larga vida, é como nós! Uma filha do Enki me cativou meu capricho, desejo me casar com ela!

Ninki ponderou as palavras de seu filho. E a donzela, aprecia seu olhar?, perguntou a Marduk. Na verdade que sim, disse-lhe Marduk a sua mãe. Esse não é um assunto para considerar!, disse Enki levantando a voz. Se nosso filho fizesse isto, nunca poderia ir ao Nibiru com sua esposa, perderia para sempre seus direitos principescos sobre o Nibiru!

A isto respondeu Marduk com um sorriso amargo: Meus direitos sobre o Nibiru são inexistentes, inclusive na Terra, meus direitos como Primogênito foram pisoteados. Esta é minha decisão: De príncipe a rei na Terra me converter, senhor deste planeta!
Assim seja!, disse Ninki. Assim seja!, disse também Enki. Chamaram a Matushal, o irmão da noiva; falaram-lhe do desejo de Marduk.

Matushal se viu afligido, com humildade mas com alegria. Assim seja!, disse. Quando contou a Enlil a decisão, encheu-se de fúria. Uma coisa é que o pai tenha relações sexuais com as Terrestres, mas outra muito distinta é que o filho se case com uma Terrestre, lhe concedendo o senhorio!

Quando contou o assunto a Ninmah, ficou enormemente decepcionada. Marduk poderia casar-se com qualquer donzela das nossas, inclusive poderia escolher a qualquer de minhas próprias filhas, das que tive com Enki, poderia casar-se com suas meio-irmãs, como é o costume real!. Assim disse Ninmah. Com fúria, Enlil lhe transmitiu palavras sobre o assunto a Anu no Nibiru: Este comportamento foi muito longe, não se pode consentir!, disse Enlil a Anu, o rei. No Nibiru, Anu convocou aos conselheiros para discutir urgentemente o assunto. Não encontraram nenhuma norma sobre isso nos livros de normas. Anu convocou também aos sábios para discutir as consequências do assunto.

Adapa, o progenitor da donzela, não pôde ficar no Nibiru!, disseram a Anu. Portanto, a Marduk terei que impedir de nunca mais retornar a Nibiru com ela! Inclusive havendo-se acostumado aos ciclos da Terra, a Marduk poderia lhe resultar impossível voltar, ainda sem ela!

Assim disseram os sábios ao Anu; com isto coincidiram também os conselheiros. Transmita a decisão à Terra!, disse Anu: Marduk pode casar-se, mas já não será príncipe em Nibiru! A decisão foi aceita por Enki e por Marduk, Enlil também acatou a palavra de Nibiru.
Celebre as bodas, e que seja no Eridú!, disse-lhes Ninki.

No Edin, Marduk e sua esposa não podem ficar!, anunciou Enlil, o comandante. Façamos um presente de bodas a Marduk e a sua noiva, uns domínios para eles, longe do Edin, em outra terra! Assim disse Enki a Enlil. Enlil estava pensando se consentia que Marduk fosse enviado para longe.
De que terra, de que domínios está falando?, disse-lhe Enlil a seu irmão Enki.

Uns domínios por cima do Abzu, na terra que chega até o Mar Superior, uma que está separada do Edin pelas águas, a que se pode chegar com embarcações!
Assim disse Enki a Enlil. Assim seja!, disse Enlil.

Ninki dispôs uma celebração de bodas no Eridú para Marduk e Sarpanit. Seus habitantes anunciaram a cerimônia a golpe de tambor de cobre, com sete pandeiros, as irmãs da noiva apresentaram à esposa.

Uma grande multidão de Terrestres Civilizados se reuniu no Eridú, as bodas eram para eles como uma coroação. Também assistiram os jovens Anunnaki. Igigi do Lahmu vieram em grande número. Vamos para celebrar as bodas de nosso líder, para presenciar uma união de Nibiru e da Terra! Assim explicaram os Igigi sua numerosa presença.

Vem agora o relato de como os Igigi raptaram às filhas dos Terrestres, e das aflições que se seguiram e do estranho nascimento de Ziusudra.

Grande número de Igigi vieram do Lahmu à Terra, só um terço deles ficaram no Lahmu, à Terra vieram duzentos. Para estar com seu líder Marduk, para assistir à celebração de suas bodas, foi sua explicação. Desconhecido para Enki e para Enlil era seu segredo: raptar e ter união era seu plano. Desconhecido para os líderes na Terra, uma multidão de Igigi se reuniram no Lahmu, O que permite a Marduk não nos deveria impedir a nós!, diziam-se entre si. Basta de sofrimento e de solidão, de não ter tido descendentes!, era seu slogan.

Durante suas idas e vindas entre o Lahmu e a Terra, às filhas dos Terrestres, as Mulheres Adapitas como lhes chamavam eles, viam e cobiçavam; e os conspiradores se diziam entre eles: Venham, escolhamos esposas de entre as Mulheres Adapitas, e engendremos filhos! Um deles, Shamgaz era seu nome, converteu-se em líder. Mesmo que nenhum de vós me siga, eu só farei a ação!, eles dizia a outros. Se impor um castigo por este pecado, eu sozinho o assumirei por todos vós! Um a um, outros se uniram à trama, emprestaram juramento de fazê-lo juntos.

Para as bodas de Marduk, duzentos deles descenderam no Lugar de Aterrissagem, baixaram sobre a grande plataforma na Montanha dos Cedros. Dali viajaram ao Eridú, passaram entre os Terrestres que trabalhavam, junto com a multidão de Terrestres chegaram ao Eridú. depois de que tivesse tido lugar a cerimônia de bodas de Marduk e Sarpanit, por um sinal combinado previamente, Shamgaz deu o sinal a outros.

Cada um dos Igigi tomou a uma donzela Terrestre, pela força as raptaram, os Igigi foram com as mulheres até o Lugar de Aterrissagem nas Montanhas dos Cedros, em uma fortaleza se reuniram, aos líderes formularam um desafio: Basta de privações e de não ter descendentes!

Queremos nos casar com as filhas dos Adapitas. Têm que lhe dar a bênção a isto, ou do contrário destruiremos tudo na Terra pelo fogo! Os líderes estavam alarmados, exigiram a Marduk, comandante dos Igigi, que se fizesse cargo da situação. Se tiver que procurar uma solução ao assunto, meu coração está de acordo com os Igigi! Assim lhes disse Marduk a outros. O que eu tenho feito não lhes pode impedir !

Enki e Ninmah sacudiram a cabeça, a contra gosto mostraram seu acordo. Só Enlil se enfureceu em lugar de apaziguar-se. Uma má ação foi seguida por outra, os Igigi adotaram de Enki e de Marduk a fornicação, nosso orgulho e nossa sagrada missão ficaram abandonados aos ventos, por nossas próprias mãos, este planeta se
verá invadido por multidões de Terrestres! Enlil falava muito aborrecido. Que os Igigi e suas mulheres partam da Terra!

No Lahmu, a situação se fez insuportável, não é possível a sobrevivência! Assim disse Marduk a Enlil e a Enki.

Não podem ficar no Edin!, gritou irado Enlil. Deixou a reunião muito aborrecido; em seu coração, Enlil tramava coisas contra Marduk e seus Terrestres. Na Plataforma de Aterrissagem, nas Montanhas dos Cedros, ficaram encerrados os Igigi com suas mulheres, ali lhes nasceram filhos, Filhos das Naves Espaciais lhes chamaram.

Marduk e Sarpanit, sua esposa, também tiveram filhos, Assar e Satu se chamaram os dois primeiros filhos. A Marduk e a Sarpanit concederam os domínios de acima do Abzu, Marduk convidou aos Igigi, Marduk chamou os Igigi para que vivessem em duas cidades que para seus filhos tinha construído. Alguns dos Igigi e seus descendentes chegaram aos domínios na terra de cor escura.

Shamgaz e outros ficaram na Plataforma de Aterrissagem nas Montanhas dos Cedros, até as longínquas terras do este, terras de altas montanhas, foram alguns de seus descendentes. Ninurta observava com atenção de que modo Marduk incrementava sua própria força com Terrestres.

O que estão tramando Enki e Marduk?, perguntou-lhe Ninurta a seu pai Enlil. A Terra será herdada pelos Terrestres!, disse Enlil a Ninurta. Vá, encontra aos descendentes de K-in, prepara com eles seus próprios domínios!

Ninurta foi ao outro lado da Terra; encontrou aos descendentes de K-in. Ensinou-lhes como fazer ferramentas e interpretar música, mostrou-lhes as técnicas da mineração e a fundir e refinar, mostrou-lhes como construir embarcações de madeira de balsa, guiou-lhes para que cruzassem um grande mar. Em uma nova terra estabeleceram seus domínios, construíram uma cidade com torres.

Era um domínio além dos mares, não era a terra montanhosa do novo Enlace Céu-Terra. No Edin, Lu-Mach era o capataz, seu dever consistia em fazer cumprir as cotas, reduzir as rações dos Terrestres era sua tarefa. Sua esposa foi Batanash, ela era filha do irmão do pai do Lu-Mach. Era de uma beleza deslumbrante, Enki ficou assanhado com sua beleza. Enki enviou uma palavra a seu filho Marduk: Chama o Lu-Mach a seus domínios, para que aprenda como podem construir uma cidade os Terrestres! E quando foi chamado Lu-Mach aos domínios de Marduk, levaram a sua esposa Batanash à casa de Ninmah, no Shurubak, a Cidade Refúgio, para protegê-la e resguardá-la das enfurecidas massas de Terrestres. Pouco depois, Enki foi ao Shurubak visitar sua irmã Ninmah. No teto de uma morada, quando Batanash se estava banhando, Enki a tomou pelas coxas, beijou-a, derramou seu sêmen em sua matriz.

Batanash ficou grávida, o ventre lhe estava inchando; enviou palavra a Lu-Mach desde o Shurubak: Volta para o Edin, vais ter um filho! A Edin, de Shurubak, retornou Lu-Mach, Batanash lhe mostrou o menino. Tinha a pele branca como a neve, da cor da lã era seu cabelo, seus olhos eram como os céus, seus olhos brilhavam com um resplendor. Assombrado e assustado estava Lu-Mach; foi correndo até seu pai Matushal.

Batanash teve um filho que não parece Terrestre, estou muito confuso com esta iluminação! Matushal foi até o Batanash, viu o recém nascido, ficou surpreso por seu aspecto. O pai do menino é um dos Igigi? Matushal exigiu a verdade de Batanash.

Revele a Lu-Mach, seu marido, se este menino for filho dele! Nenhum dos Igigi é o pai do menino, disto juro por minha vida! Assim respondeu Batanash. Então, Mathusal se voltou para seu filho Lu-Mach, pô-lhe a mão tranquilizadoramente sobre o ombro. O menino é um mistério, mas em sua mesma estranheza te revelou um augúrio, é único, para uma tarefa única foi eleito pelo destino.

Que trabalho é, não sei; quando chegar o momento se saberá! Assim lhe disse Matushal a seu filho Lu-Mach; referia-se ao que na Terra estava acontecendo: naqueles dias, os sofrimentos foram aumentando na Terra, os dias se foram fazendo mais frios, os céus retinham suas chuvas, as colheitas diminuíam nos campos, nos redis havia poucos cordeiros. Que o filho que te nasceu, estranho como é, seja um augúrio de que nos chega uma pausa!

Assim lhe disse Matushal a seu filho Lu-Mach. Seja seu nome Respiro! Batanash não revelou o segredo de seu filho a Matushal nem ao Lu- Mach; chamou-lhe Ziusudra, o de Compridos e Brilhantes Dias de Vida; cresceu em Shurubak. Ninmah lhe concedeu ao menino seu amparo e seu afeto. dotado de muita compreensão, lhe proporcionou conhecimentos. Enki adorava enormemente ao menino, ensinou-lhe a ler os escritos de Adapa, o menino, como um jovem, aprendeu como observar e realizar os ritos sacerdotais.

No décimo centésimo Shar nasceu Ziusudra, no Shurubak cresceu e se casou com Emzara, e lhe deu três filhos. Em seus dias, os sofrimentos se intensificaram na Terra; pragas e fome afligiam à Terra.

Vem agora o relato das tribulações da Terra antes do Dilúvio, e de como as misteriosas decisões de Galzu de vida e morte dirigiram em segredo.

Enlil estava muito incomodado com a união dos Igigi e as filhas dos Terrestres, Enlil estava muito turbado com os esponsais de Marduk com uma mulher Terrestre.
A seus olhos, a missão dos Anunnaki na Terra se perverteu, para ele, as ruidosas e estridentes massas dos Terrestres se converteram em anátema; as declarações dos Terrestres lhe cansavam. As uniões me tiram o sonho!. Assim disse Enlil aos outros líderes. Nos dias de Ziusudra, pragas e pestes assolavam a Terra, dores, enjôos, calafrios e febres afligiam aos Terrestres. Ensinemos aos Terrestres a curar-se, que aprendam a dar-se remédios por si mesmos! Assim disse Ninmah.

Proíbo-o por decreto!, replicou Enlil a suas súplicas. Nas terras onde se estenderam os Terrestres não emanam as águas de suas fontes, a terra fechou sua matriz, não brota vegetação. Ensinemos aos Terrestres a fazer lagos e canais, que obtenham pescado e sustento dos mares! Assim disse Enki aos outros líderes. Proíbo-o por decreto!, disse-lhe Enlil a Enki. Que pereçam os Terrestres de fome e de enfermidades!

Durante todo um Shar, os Terrestres comeram as ervas dos campos; durante o segundo Shar, o terceiro Shar, sofreram a vingança de Enlil. No Shurubak, a cidade de Ziusudra, o sofrimento se estava fazendo insuportável.

Ziusudra, porta-voz dos Terrestres, foi até o Eridú, dirigiu-se à casa do senhor Enki, invocou o nome de seu senhor, suplicou-lhe ajuda e salvação; Enki estava impedido pelos decretos de Enlil. Naqueles dias, os Anunnaki estavam preocupados com sua própria sobrevivência; suas próprias rações diminuíam, eles mesmos se estavam vendo afetados pelas mudanças na Terra. Tanto na Terra como no Lahmu, as estações tinham perdido sua regularidade.

Durante um Shar, durante dois Shars, estiveram-se estudando as voltas celestes desde o Nibiru. Desde o Nibiru se observaram coisas estranhas nos destinos planetários. Estavam aparecendo manchas negras no Sol, disparavam-se chamas dele. Kishar também se comportava mal, sua hoste tinha perdido o equilíbrio, instáveis eram suas voltas.

O Bracelete Esculpido se via estirado e empurrado por invisíveis forças de rede, por motivos incompreensíveis, o Sol estava perturbando a sua família; os destinos dos celestiais se viam afligidos por fados desagradáveis!

No Nibiru, os sábios deram a voz de alarme, a gente se reunia nos lugares públicos; o Criador de Tudo, está devolvendo os céus aos dias primitivos, irado está o Criador de Tudo! Gritavam algumas vozes entre o povo. Na Terra, as tribulações aumentavam, o medo e a fome elevavam suas cabeças.

Durante três Shars, durante quatro Shars, estiveram observando os instrumentos frente à Terra Branca, Nergal e Ereshkigal tinham registrado estranhos estrondos nas neves da Terra Branca. O gelo de neve que cobre a Terra Branca começou a deslizar-se!, informaram da ponta do Abzu.

Na Terra além dos Mares, Ninurta pôs instrumentos de predição em seu refúgio, terremotos e tremores no fundo da Terra descobriu com os instrumentos. Algo estranho está passando!, enviou Enlil palavras de alarme ao Anu no Nibiru.

Durante o quinto Shar, durante o sexto Shar, os fenômenos ganharam força, no Nibiru, os sábios deram o alarme, de calamidades fizeram advertência ao rei. A próxima vez que Nibiru se aproximar do Sol, a Terra ficará exposta à força da rede de Nibiru, Lahmu, em suas voltas, situará-se do outro lado do Sol.

A Terra não terá amparo nos céus ante a força da rede de Nibiru, Kishar e sua hoste se agitarão, Lahamu também se sacudirá e tremerá; no grande abaixo da Terra, o gelo de neve da Terra Branca está perdendo base; a próxima vez que Nibiru se aproximar da Terra, o gelo de neve da superfície da Terra Branca se deslizará. Provocará uma calamidade de água: A Terra será enrolada por uma gigantesca onda, um Dilúvio!

Em Nibiru foi grande a consternação, inseguros ante o próprio fado de Nibiru, o rei, os sábios e os conselheiros estavam também muito preocupados com a Terra e pelo Lahmu. O rei e os conselheiros tomaram uma decisão: preparar-se para evacuar a Terra e Lahmu! No Abzu, fecharam-se as minas de ouro, dali foram os Anunnaki até o Edin; no Bad-Tibira, cessou-se a fundição e a refinação, todo o ouro se enviou a Nibiru.

Vazia, disposta para a evacuação, uma frota de rápidos carros celestes retornou à Terra; No Nibiru se vigiavam os sinais dos céus, na Terra se tomava nota dos tremores. Foi então quando de um dos carros celestiais saiu um Anunnaki de cabelo branco, Galzu, Grande Conhecedor, era seu nome. Com passo majestoso se dirigiu até Enlil, lhe apresentou um mensagem selada de Anu. Sou Galzu, emissário plenipotenciário do Rei e do Conselho, disse a Enlil. Enlil se surpreendeu por sua chegada: Não me tinha chegado palavra alguma de Anu sobre isto. Enlil examinou o selo de Anu; estava intacto, e era autêntico.

No Nibru-ki se leu a mensagem da tabuleta, a codificação era de toda confiança. Galzu fala em nome do Rei e do Conselho, suas palavras são minhas ordens! Isso afirmava a mensagem de Anu. Que se chamasse também a Enki e a Ninmah foi a petição de Galzu. Quando chegaram, Galzu sorriu agradavelmente a Ninmah. Somos da mesma escola e idade!, disse a ela.

Ninmah não podia recordar aquilo; o emissário era tão jovem como um filho, ela era como sua anciã mãe! A explicação é singela!, disse-lhe Galzu: A causa se acha em nossos ciclos vitais de sonho invernal! De fato, este assunto é parte de minha missão; há um segredo a respeito da evacuação. Desde que Dumuzi esteve no Nibiru, esteve-se examinando aos Anunnaki que voltavam para o Nibiru; aqueles que mais tempo tinham estado na Terra eram os mais afetados ao voltar: seus corpos já não se habituaram aos ciclos do Nibiru, seu sonho estava alterado, sua visão falhava, a força da rede do Nibiru pesava em seus passos.

Suas mentes também se viram afetadas, dado que os filhos eram mais velhos que os pais aos que haviam deixado!
A morte, meus camaradas, chegou com rapidez aos retornados; por isso estou aqui, para lhes advertir!
Os três líderes, os que mais tempo tinham estado na Terra, guardaram silêncio ante as palavras. Ninmah foi a primeira em falar: Era de esperar!, disse.

Enki, o sábio, mostrou-se de acordo com suas palavras: Era evidente!,disse. Enlil foi às nuvens: Antes, os Terrestres se estavam fazendo como nós, agora, nós nos temos feito como os Terrestres, para ficar prisioneiros deste planeta! Toda a missão se converteu em um pesadelo, com Enki e seus Terrestres como senhores, acabaremos sendo escravos! Galzu escutou com compaixão a explosão de Enlil.

De fato, muito há que refletir, disse, no Nibiru se esteve pensando muito, e profundas questões se hão estado expondo ao exame de consciência: deveria-se ter deixado ao Nibiru a sua sorte, fora o que fora o que o Criador de Tudo pretendesse, para deixar que ocorresse, ou foi a chegada à Terra concebida pelo Criador de Tudo, e nós não fomos mais que emissários inconscientes? Sobre isto, meus camaradas, o debate continua! Assim lhes disse Galzu. E eis aqui a ordem secreta do Nibiru: Vós três permanecerão na Terra; só voltarão para o Nibiru para morrer! Em carros celestiais, circundarão a Terra, esperarão a calamidade no exterior; ao resto dos Anunnaki, lhes deve dar a opção de ir-se ou de esperar a calamidade no exterior. Os Igigi que se casaram com Terrestres devem escolher entre a partida ou aos casamentos. A nenhum Terrestre, nem sequer Sarpanit, a de Marduk, lhe permitirá viajar a Nibiru! Todos os que queiram ficar e ver o que acontece, deverão proteger-se nos carros celestes! E quanto a todos os outros, devem estar preparados para partir para Nibiru imediatamente! Assim, em segredo, revelou Galzu as ordens do Nibiru aos líderes.

Vem agora o relato de como os Annunaki decidiram abandonar a Terra, e de como prestaram juramento para deixar perecer à Humanidade no Dilúvio.

Enlil convocou um conselho de comandantes Anunnaki e Igigi no Nibruki, também estavam presentes os filhos dos líderes e seus filhos. Enlil lhes revelou o segredo da iminente calamidade.

A Missão à Terra chegou a um amargo final!, disse-lhes solenemente. Todos os que queiram partir em navios celestiais, que se preparem para serem evacuados ao Nibiru, mas se tiverem casamentos Terrestres, terão que ir-se sem as esposas. Os Igigi que peguem suas esposas e descendentes e escapem aos picos mais altos da Terra!

Quanto aos poucos Anunnaki que decidam ficar, em Navios do Céu permaneceremos sobre os céus da Terra, para esperar a calamidade no exterior, para presenciar a sorte da Terra! Como comandante, serei o primeiro em ficar !Assim falou Enlil. Outros, que decidam por si mesmos! Vou ficar com meu pai, confrontarei a calamidade!, anunciou Ninurta. Depois do Dilúvio, voltarei para as Terras de além dos Oceanos!

Nannar, o primogênito de Enlil na Terra, anunciou um estranho desejo: esperar o Dilúvio não nos céus da Terra, a não ser na Lua; esse foi seu desejo.

Enki levantou uma sobrancelha; Enlil, embora desconcertado, aceitou. Ishkur, o mais jovem de Enlil, tomou a decisão de ficar na Terra com seu pai. Utu e Inanna, os filhos de Nannar que tinham nascido na Terra, declararam ficar. Enki e Ninki, optaram por ficar e não abandonar a Terra; anunciaram com orgulho. Não abandonarei aos Igigi nem ao Sarpanit!, afirmou Marduk com ira.

Um a um, outros filhos de Enki anunciaram sua decisão de ficar. Nergal e Gibil, Ninagal e Ningishzidda, e Dumuzi também. Todos os olhos se voltaram então para Ninmah. Declarou com orgulho a decisão de ficar: O trabalho de toda minha vida está aqui! Aos Terrestres, meus criados, não os abandonarei! Ante suas palavras, removeu-se um clamor entre os Anunnaki e os Igigi perguntaram pela sorte dos Terrestres.

Que os Terrestres pelas abominações pereçam; assim o proclamou Enlil. Um assombroso ser foi criado por nós, por nós deve ser salvo, gritou Enki a Enlil.

Ante isto, replicou Enlil também com gritos: Do mesmo princípio, em cada ocasião, você modificou as decisões! Você lhes deu a procriação aos Trabalhadores Primitivos, os dotou de Conhecimento! Tomou em suas mãos os poderes do Criador de Tudo, para depois cair nas abominações. Concebeu a Adapa com fornicação, deu-lhe Entendimento à sua linhagem! À sua descendência levaste aos céus, compartilhaste com eles nossa Sabedoria! Tem quebrado todas as normas, ignoraste decisões e ordens, por tua culpa, um irmão Terrestre Civilizado matou a outro irmão, por culpa de Marduk, seu filho, os Igigi, imitando a ele, casaram-se com as Terrestres. Ninguém sabe mais quem é o representante de Nibiru, o único ao que lhe pertence a Terra! Basta! Basta!, é tudo o que digo. A abominação não pode continuar!

Agora que uma calamidade foi ordenada por um destino desconhecido, que aconteça o que tenha que acontecer! Assim proclamou Enlil, enfurecido; que todos os líderes jurem solenemente que não interferirão nos acontecimentos, exigiu Enlil a todos.

O primeiro em prestar juramento de silêncio foi Ninurta; outros do lado de Enlil lhe seguiram. Acato suas ordens!, disse Marduk a Enlil. Mas, do que serve o juramento? Se os Igigi abandonassem a suas esposas, não se difundiria o medo entre os Terrestres? Ninmah estava alagada em lágrimas; sussurrou fracamente as palavras do juramento. Enlil olhou fixamente seu irmão Enki. É a vontade do rei e do conselho!, disse-lhe.

Por que quer me atar com um juramento?, perguntou Enki a seu irmão Enlil. Você tomaste a decisão, na Terra é um mandato! Não posso deter a inundação, não posso salvar às multidões de Terrestres, assim, para que quer me atar com um juramento? Assim lhe perguntou Enki a seu irmão.

Para que tudo ocorra como se tivesse sido decretado por fado, que se conheça como Decisão do Enlil, que fique sobre Enlil a responsabilidade para sempre! Assim disse Enki a todos. Depois, Enki se foi da assembléia; Marduk também se foi com ele. Com ágeis palavras de mandato, Enlil chamou ordem à assembléia. Atribuiu tarefas para o que terei que fazer com firmes decisões, fez grupos entre os que foram partir e os que foram ficar, para designar lugares para a assembléia, para recolher equipes, para atribuir carros. Os primeiros em partir foram os que tinham que voltar para o Nibiru, com muitos abraços e estreitar de braços, a alegria mesclada com o pesar, embarcaram nas naves celestiais; um após o outro, os veículos rugiram e se elevaram desde o Sippar.

A princípio, os que ficavam atrás gritavam Viajem sem novidade!; logo, os gritos emudeciam. Depois de completar os lançamentos para o Nibiru, chegou o turno de Marduk e dos Igigi com esposas Terrestres.

Marduk reuniu a todos no Lugar de Aterrissagem, ofereceu-lhes uma eleição: com ele e com o Sarpanit, e com os dois filhos e as filhas, ir ao Lahmu e esperar ali que passasse a calamidade, ou dispersar-se nas distantes terras montanhosas da Terra, para encontrar um refúgio ante o Dilúvio. Depois, Enlil teve em conta aos que ficaram, por grupos lhes atribuiu carros.

Enlil mandou Ninurta às terras montanhosas além dos oceanos para que informasse do retumbar da Terra; também atribuiu ao Nergal e ao Ereshkigal a tarefa de vigiar a Terra Branca; ao Ishkur deu a tarefa de vigiar contra qualquer avalanche de Terrestres, para que proibisse acessos, para que levantasse e reforçasse barreiras e ferrolhos.

Sippar, o Lugar dos Carros Celestiais, foi o centro de todos os preparativos; desde o Nibru-ki, Enlil levou ao Sippar as Tabuletas dos Destinos, ali estabeleceu um Enlace Céu-Terra temporária. Depois, Enlil se dirigiu a seu irmão Enki, lhe disse assim: Para o caso de que se pudesse sobreviver à calamidade, que se recorde tudo o que aconteceu. Que se enterrem e resguardem as tabuletas dos registros no Sippar, nas profundidades da Terra, para que nos dias por vir tire o véu o que de um planeta se fez em outro! Enki aceitou de bom grau as palavras de seu irmão. Armazenaram os ME e outras tabuletas em profundidades da Terra.

Assim disposto tudo, os líderes esperaram o sinal de partir, vigiaram com apreensão a aproximação do Nibiru em sua grande volta. Foi naqueles momentos de ansiosa espera quando Enki se dirigiu a sua irmã Ninmah, a ela, disse-lhe assim Enki: Em sua preocupação pelos Terrestres, Enlil não prestou atenção a todas as demais criaturas vivas!

Quando a avalanche de águas tomar as terras, outras criaturas vivas, algumas do Nibiru originadas por nós, a maior parte evoluída na mesma Terra, ficarão condenadas em um golpe repentino à extinção. Preservemos você e eu sua semente de vida, extraiamos suas essências vitais para as proteger!

Ninmah, a que dá a vida, às palavras de Enki deu seu favor: Farei-o no Shurubak, você fá-lo com as criaturas vivas do Abzu! Assim lhe disse ao Enki. Enquanto outros esperaram sentados e ociosos, Enki e Ninmah empreenderam um desafiante trabalho; a Ninmah ajudaram algumas de suas assistentes no Shurubak, a Enki ajudou Ningishzidda no Abzu, na antiga Casa da Vida. Reuniram essências masculinas e femininas, e ovos de vida, de cada espécie, de dois em dois, de dois em dois os preservaram no Shurubak e no Abzu, para proteger, enquanto na Terra se dava a volta para recombinar depois as espécies vivas.

Então, chegaram as palavras de Ninurta: Os estrondos da Terra são sinistros!

Então, chegaram as palavras de Nergal e de Ereshkigal: A Terra Branca se estremece!

No Sippar, reuniram-se todos os Anunnaki, esperavam o Dia do Dilúvio.


( Livro de Zecharia Sitchin - Continua)











O LIVRO PERDIDO DE ENKI XVII

A OITAVA TABULETA

Traga-se para o Nibiru a Adapa, o Terrestre! Assim pronunciou sua decisão Anu. Ao Enlil não agradava a decisão: Quem ia pensar isto, que forjado por um Trabalhador Primitivo, o ser se faria como nós, dotado de conhecimento, que entre o Céu e a Terra viajaria! No Nibiru, beberá das águas da larga vida, comerá o alimento da larga vida, como um de nós, os Anunnaki, o da Terra se converterá! Assim dizia Enlil ao Enki e a outros líderes.

Enki tampouco estava agradado com a decisão do Anu; depois de que falasse Anu, seu rosto ficou sombrio. depois de que falasse Enlil, Enki se mostrou de acordo com seu irmão Enlil. É certo, quem o ia pensar! Assim disse Enki a outros. Os irmãos se sentaram e refletiram; Ninmah também se sentou com eles para deliberar. O mandato de Anu não se pode evitar!, disse-lhes ela. Que nossos jovens acompanhem a Adapa ao Nibiru, seu medo a diminuir, explique ao Anu! Assim disse Enki a outros.

Que Ningishzidda e Dumuzi sejam seus acompanhantes, e que, de passagem, vejam com seus próprios olhos Nibiru pela primeira vez!

Ninmah apoiou a sugestão: Nossos jovens, nascidos na Terra, estão se esquecendo de Nibiru, seus ciclos vitais se estão vendo superados pelos da Terra; viajem os dois filhos do Enki, sem casar ainda, ao Nibiru, Possivelmente encontrem noivas ali para si mesmos!

Quando chegou ao Sippar a seguinte câmara celestial procedente do Nibiru, Ilabrat, um vizir do Anu, saiu da câmara. Venho em busca do Terrestre Adapa! Assim disse aos líderes.

Os líderes apresentaram a Adapa ao Ilabrat; também mostraram ao Titi e a seus filhos. Certamente, têm nossa imagem e semelhança! Assim disse Ilabrat.

Apresentaram ao Ilabrat a Ningishzidda e ao Dumuzi, filhos do Enki. Lhes escolheu para que acompanhem a Adapa em sua viagem!, disselhe Enki. Anu estará agradado de ver seus netos! Assim disse Ilabrat.

Enki convocou ante ele a Adapa para lhe dar instruções. A Adapa lhe disse assim: Adapa, ao Nibiru, o planeta de onde viemos, vai, ante o Anu, nosso rei, chegará, ante sua majestade te apresentará; ante ele te inclinará. Fala só quando te perguntar, dá breves respostas às perguntas! Te dará roupa nova; ponha objetos novos. Darão um pão que não se encontra na Terra; o pão é mortal, não o coma! Darão-lhe um elixir em um cálice para que o beba; o elixir é mortal, não bebes dele! Contigo irão meus filhos, Ningishzidda e Dumuzi, atende a suas palavras, e viverá! Assim instruiu Enki a Adapa. Recordarei-o!, disse Adapa.

Enki convocou a Ningishzidda e ao Dumuzi e lhes deu uma bênção e conselho. Vão ante o Anu, o rei, meu pai; ante ele lhes inclinarão e lhe renderão homenagem; não lhes encolham ante príncipes nem ante nobres, deles são seus iguais.

Sua missão é trazer Adapa de volta à Terra, não lhes deixem enfeitiçar pelas delícias do Nibiru! Recordaremo-lo!, disseram Ningishzidda e Dumuzi. Enki abraçou ao mais jovem, Dumuzi, beijou-lhe na face; Enki abraçou ao sábio, a Ningishzidda, beijou-lhe na face. Às escondidas, pôs uma tabuleta selada na mão da Ningishzidda, A meu pai, Anu, entregará esta tabuleta em segredo! Assim disse Enki a Ningishzidda.

Depois, partiram para o Sippar os dois junto com a Adapa, ao Lugar dos Carros Celestiais foram, ante o Ilabrat, o vizir do Anu, apresentaram-se os três. A Ningishzidda e ao Dumuzi lhes deu o traje do Igigi, vestiram-se como águias celestiais. Quanto a Adapa, cortou seu cabelo solto, lhe deu um capacete como o de uma águia, em lugar de sua tanga, fizeram-lhe ficar uma vestimenta ajustada, lhe pôs entre a Ningishzidda e Dumuzi no interior de O Que Ascende.

Quando se deu o sinal, o Carro Celestial rugiu e se estremeceu; Adapa se encolheu de medo e gritou:
A águia sem asas se está elevando! Ningishzidda e Dumuzi lhe puseram os braços nos ombros, com palavras tranquilas o acalmaram. Quando se elevaram no alto uma légua, jogaram uma olhada sobre a Terra; viram suas terras, separadas em partes por mares e oceanos. Quando estiveram a duas léguas de altura, o oceano se tinha feito pequeno como uma banheira, a terra era do tamanho de uma cesta. Quando estiveram a três léguas de altura, novamente jogaram uma olhada ao lugar de que tinham partido; a Terra era agora uma bola pequena, tragada por muito escuridão na vastidão.

De novo, Adapa se agitou; encolheu-se e gritou: me levem de volta!, gritou. Ningishzidda pôs a mão na nuca da Adapa; em um instante, Adapa se tranquilizou. Quando aterrissaram no Nibiru, havia muita curiosidade, por ver os filhos do Enki, nascidos na Terra, mas inclusive mais por encontrarem com um Terrestre: chegou ao Nibiru um ser de outro mundo! Assim diziam as massas.

Foram levados com o Ilabrat ao palácio, para serem lavados e perfumados com ungüentos. Lhes deram vestimentas frescas e adequadas. Tendo em conta as palavras do Enki, Adapa ficou com as novas roupas.

No palácio, nobres e heróis formavam grupos; no salão do trono, reuniam-se os príncipes e os conselheiros. Ilabrat lhes levou até o salão do trono, Adapa atrás dele; logo, os dois filhos do Enki. No salão do trono, ante o Anu, o rei, inclinaram-se; Anu se adiantou desde seu trono. Meus netos! Meus netos!, exclamava.

Abraçou ao Dumuzi, abraçou ao Ningishzidda, com lágrimas nos olhos os abraçou, beijou-os. Ofereceu ao Dumuzi que se sentasse a sua direita, Ningishzidda se sentou a sua esquerda. Depois, Ilabrat apresentou ao Anu a Adapa, o Terrestre.

Entende o que falamos?, perguntou-lhe o rei a Ilabrat. É obvio, ensinou-lhe o senhor Enki!, respondeu Ilabrat. Vêem aqui!, disse Anu a Adapa. Como lhe chamas e qual é sua ocupação?

Adapa se adiantou, de novo se inclinou: Meu nome é Adapa, servo do senhor Enki! Assim falou Adapa; suas palavras causaram grande assombro. Maravilha das maravilhas conseguida na Terra!, declarou Anu. Maravilha das maravilhas conseguida na Terra!, exclamaram os reunidos.

Que se celebre, damos as boas-vindas a nossos convidados!, disse Anu. Anu levou a todos os que se haviam reunido até o salão de banquetes, indicando alegremente para as mesas. Nas mesas ofereceram a Adapa pão do Nibiru; Adapa não comeu. Nas mesas ofereceram a Adapa elixir do Nibiru; Adapa não bebeu. Anu, o rei, ficou confuso com isto, estava ofendido: por que enviou Enki ao Nibiru a este mal educado Terrestre, para lhe revelar os caminhos celestes?

Venha, Adapa!, disse Anu a Adapa. Por que não come nem bebe, por que rechaça nossa hospitalidade? Meu professor, o senhor Enki, ordenou-me: Não coma pão, não beba elixir! Assim respondeu Adapa ao rei Anu.

Que estranho é isto!, disse Anu. Para que lhe ia proibir Enki de nossa comida e nosso elixir a um Terrestre? Perguntou ao Ilabrat, perguntou ao Dumuzi; Ilabrat não sabia a resposta, Dumuzi não pôde explicar-lhe. Perguntou a Ningishzidda.

Possivelmente se encontre aqui a resposta!, disse Ningishzidda ao Anu. E então deu a Anu, o rei, a tabuleta secreta que tinha sido escondida. Anu estava confuso, Anu estava preocupado; foi a sua câmara privada para decifrar a tabuleta.

Vem agora o relato de Adapa, o progenitor da Humanidade Civilizada, e de como por seus filhos, K-in e Abael, deu-se início à saciedade na Terra. Em sua câmara privada, Anu rompeu o selo da tabuleta, inseriu a tabuleta no explorador para decifrar o mensagem de Enki.

Adapa nasceu por minha semente de uma mulher Terrestre! Assim dizia a mensagem de Enki. Do mesmo modo, Titi foi concebida por minha semente em outra mulher Terrestre. Estão dotados de sabedoria e de palavra; mas não da larga vida de Nibiru.

Adapa não deveria comer do pão da larga vida, tampouco deveria beber do elixir da larga vida. Adapa deve voltar para viver e morrer na Terra, a mortalidade deve ser sua sorte, com a semeia e o pastoreio de seus descendentes, haverá saciedade na Terra! Assim revelou Enki o segredo de Adapa a seu pai, Anu.

Anu ficou surpreso com a mensagem secreta de Enki; não sabia se ficava zangado ou se ria. Chamou o Ilabrat, seu vizir, à sua câmara privada, lhe disse: Este meu filho, Ea, nem sequer como Enki emendou sua libertinagem com as mulheres!

Ao Ilabrat, seu vizir, mostrou-lhe a mensagem da tabuleta. Quais são as normas, o que deve fazer o rei?, Perguntou Anu a seu vizir. Nossas normas permitem as concubinas; mas não existem normas de coabitação interplanetária! Assim lhe respondeu Ilabrat ao rei. Se houver algum prejuízo, que se restrinja, que Adapa volte imediatamente para a Terra, que Ningishzidda e Dumuzi fiquem mais tempo!

Depois, Anu chamou a Ningishzidda à sua câmara privada; Sabe o que dizia a mensagem de seu pai?, Perguntou a Ningishzidda. Ningishzidda baixou a cabeça, com um sussurro disse: Não sei, mas posso adivinhá- lo. Hei submetido a prova a essência vital de Adapa, é da semente de Enki! Essa é na verdade a mensagem!, disse-lhe Anu.

Adapa deve voltar para a Terra imediatamente, seu destino será converter-se no progenitor do Homem Civilizado! Quanto a ti, Ningishzidda, voltará para a Terra com Adapa, da Humanidade Civilizada, ao lado de seu pai, será o professor! Essa foi a decisão de Anu, o rei; ele determinou o destino de Adapa e o de Ningishzidda.

Anu e os outros dois voltaram junto aos sábios e nobres reunidos, junto aos príncipes e os conselheiros, Anu anunciou palavras de decisão ante os da assembléia:
Não se deve estender em demasia as boas-vindas ao Terrestre, em nosso planeta não pode comer nem beber; todos vimos suas assombrosas capacidades, deixemos que volte para a Terra, lavrem os campos na Terra seus descendentes, e pastoreiem nas pradarias! Para cuidar de sua segurança e evitar sua agitação, Ningishzidda voltará com ele, com ele se enviarão as sementes de cereais do Nibiru, que se multiplicarão na Terra. Dumuzi, o mais jovem, permanecerá conosco durante um Shar, Depois voltará com ovelhas e a essência das ovelhas! Esta foi a decisão de Anu.

Ante as palavras do rei todos inclinaram a cabeça em sinal de acordo. No momento certo, Ningishzidda e Adapa foram levados até o Lugar dos Carros Celestiais, Anu e Dumuzi, Ilabrat e os conselheiros, nobres e heróis foram se despedir. Houve estrondo e estremecimento, e o carro se elevou; viram como o planeta Nibiru se fazia menor, depois viram os céus do horizonte até o cenit. Na viagem, Ningishzidda falou com Adapa dos deuses planetas. Do Sol, a Terra e a Lua lhe deu lições, ensinou-lhe como se seguem os meses e como se conta o ano da Terra.

Quando retornaram à Terra, Ningishzidda relatou a seu pai, Enki, tudo o que tinha acontecido. Enki riu e deu palmadas em suas coxas: Tudo foi como eu esperava!, disse com regozijo; Exceto a retenção do Dumuzi, que é desconcertante para mim! Assim disse Enki.

Enlil ficou muito desconcertado pela rápida volta da Ningishzidda e de Adapa. O que ocorre, o que acontece em Nibiru? Perguntou a Enki e a Ningishzidda. Chamemos também a Ninmah, que quer saber também o que aconteceu!, disse-lhe Enki.

Depois que Ninmah chegou, Ningishzidda contou tudo a Enlil e a ela. Enki também contou o de sua coabitação com as duas fêmeas Terrestres. Não tenho quebrado nenhuma norma, assegurei nossa saciedade! Assim lhes disse Enki.

Não tem quebrado nenhuma norma, mas com uma ação precipitada determinaste os fados dos Anunnaki e dos Terrestres! Assim disse Enlil, enfurecido. Agora, a sorte está arremessada, o fado se há imposto ao destino! Enlil se deixou levar pela fúria, com ira deu a volta e os deixou plantados.

Marduk chegou ao Eridú, havia-lhe chamado sua mãe Damkina. Ele queria verificar os estranhos acontecimentos de seu pai e seu irmão. Pai e irmão decidiram ocultar o segredo de Marduk; Anu estava cativado com o Homem Civilizado, deu a ordem de que todos na Terra se saciassem imediatamente! Assim, só revelaram parte da verdade a Marduk.

Marduk ficou impressionado com Adapa e Titi, tomou carinho aos meninos. Enquanto Ningishzidda instrui a Adapa, deixem que eu seja o professor dos meninos! Assim disse Marduk a seu pai Enki e a Enlil.

Que Marduk ensine a um, que Ninurta ensine ao outro!, respondeulhes Enlil. Ningishzidda ficou no Eridú com Adapa e com Titi, ensinou a Adapa os números e a escritura.

Ninurta levou o gêmeo que nasceu primeiro à sua cidade, ao Bad-Tibira, K-in, Aquele Que no Campo Faz Crescer Mantimentos, chamou-lhe. Ensinou-lhe a cavar canais de irrigação, a semear e a colher lhe ensinou. Ninurta fez para K-in um arado com madeira das árvores, para que com ele lavrasse a terra. Ao outro irmão, filho de Adapa, o levou Marduk às pradarias, Abael, o das Pradarias Molhadas, chamou-lhe a partir de então.

Marduk lhe ensinou como construir redis; para começar com o pastoreio, esperaram a volta de Dumuzi. Quando se cumpriu o Shar, Dumuzi retornou à Terra, a semente essencial da ovelha e ovelhas para a cria trouxe com ele, transportou animais quadrúpedes do Nibiru até outro planeta, a Terra!
Sua volta com semente essencial e ovelhas foi causa de muitas celebrações, aos cuidados de seu pai, Enki, Dumuzi retornou com sua preciosa carga. Então, os líderes se reuniram, refletiram sobre como proceder com a nova espécie: Nunca antes tinha havido uma ovelha na Terra, nunca se tinha deixado cair um cordeiro dos céus à Terra, nunca antes uma cabra tinha iluminado a seu cabrito, nunca antes se tinha tecido lã de ovelha!

Os líderes Anunnaki, Enki e Enlil, Ninmah e Ningishzidda, que foram os criadores, decidiram estabelecer uma Câmara de Criação, uma Casa de Elaboração. Sobre o puro montículo do Lugar de Aterrissagem, nas Montanhas dos Cedros, estabeleceu-se, a Câmara de Criação se estabeleceu perto de onde se plantaram as 55 sementes de elixir que havia trazido Ninmah, ali começou a multiplicação de cereais e de ovelhas na Terra. Ninurta era o mentor de K-in para a semeia e a colheita, Marduk era o mentor de Abael nas artes de cria e pastoreio de ovelhas e cordeiros.

Quando se recolherem as primeiras colheitas, quando maturar a primeira ovelha, fará-se a Celebração das Primícias! Proclamou Enlil como decreto. Ante os Anunnaki reunidos se apresentaram os primeiros grãos, os primeiros cordeiros, aos pés de Enlil e Enki, K-in pôs sua oferenda, dirigido por Ninurta; aos pés de Enlil e Enki, Abael pôs sua oferenda, dirigido por Marduk.
Enlil deu aos irmãos uma alegre bênção, elogiou seus trabalhos. Enki abraçou a seu filho Marduk, levantou o cordeiro para que todos o vissem. Carne para comer, lã para vestir chegou à Terra!, disse Enki.

Vem agora o relato das gerações de Adapa, e o do assassinato de Abael por K-in, e o que aconteceu depois. Quanto terminou a Celebração das Primícias, o rosto de K-in estava sombrio; sentia-se muito ferido porque Enki não lhe tinha abençoado. Quando os irmãos voltaram para seus trabalhos, Abael alardeou diante de seu irmão: Eu sou o que traz a abundância, que sacia aos Anunnaki, que dá força aos heróis, que proporciona lã para suas roupas!

K-in se sentiu ofendido com as palavras de seu irmão, objetou contundentemente seu alarde:
Sou eu o que enche de abundância as planícies, que faz pesados de grão os sulcos, em cujos campos se multiplicam os pássaros, em cujos canais se fazem abundantes os peixes, o pão sustentador produzo eu, com pescado e caça variei a dieta dos Anunnaki! Uma e outra vez, os gêmeos discutiam entre si, com o passar do inverno discutiram.

Quando chegou o verão, não houve chuva; as pradarias estavam secas, os pastos diminuíam. Abael levou seus rebanhos aos campos de seu irmão, para que bebessem água dos sulcos e dos canais. K-in se enfureceu por isso; ordenou a seu irmão que se levasse os rebanhos. Agricultor e pastor, irmão e irmão, palavras de acusação pronunciaram. Cuspiram-se um a outro, com os punhos brigaram.

Extremamente enfurecido, K-in tomou uma pedra e golpeou na cabeça de Abael. Uma e outra vez lhe golpeou, até que Abael caiu, emanando sangue dele. Abael ficou no chão imóvel, sua alma havia partido. K-in ficou junto ao irmão que tinha morto, durante muito tempo esteve sentado, chorando. Foi Titi a primeira em saber, por uma premonição, do assassinato.

Em uma visão-sonho, enquanto dormia, viu o sangue de Abael, estava na mão de K-in. Ela despertou Adapa de seu sonho, lhe contou sua visão-sonho.

Um grande pesar enche meu coração, haverá acontecido algo terrível? Assim disse Titi a Adapa; estava muito agitada.
À manhã seguinte, partiram os dois do Eridú; foram até onde estavam acostumados a encontrar-se K-in e Abael. Encontraram no campo a K-in, ainda estava sentado junto ao morto Abael. Titi soltou um grande grito de angústia, Adapa jogou barro sobre a cabeça. O que tem feito? O que tem feito? Gritaram a K-in. Silêncio foi a resposta de K-in; caiu no chão e chorou.

Adapa voltou para a cidade do Eridú, contou-lhe ao senhor Enki o que havia acontecido. Enki enfrentou a K-in com fúria. Maldito seja!, disse-lhe. Tem que ir do Edin, não te vais ficar entre os Anunnaki e os Terrestres Civilizados! Quanto ao Abael, seu corpo não pode ficar nos campos devido às aves selvagens; como é costume entre os Anunnaki, será enterrado em uma tumba, debaixo de um montão de pedras.

Enki mostrou a Adapa e a Titi como enterrar Abael, pois o costume lhes era desconhecido. Durante trinta dias e trinta noites, foi Abael chorado por seus pais. K-in foi levado ao Eridú para ser julgado, Enki desejava que se pronunciasse uma sentença de exílio.

Por sua ação, K-in deve ser morto! Assim, com ira, disse Marduk. Que se reúnam os Sete Que Julgam! Assim disse Ninurta, o mentor de K-in. Quem ouviu falar alguma vez de uma reunião assim?, gritou Marduk, Que para um que não é do Nibiru terei que chamar os líderes Anunnaki para que julguem?

Não é suficiente que o apadrinhado por Ninurta tenha assassinado àquele a que eu favorecia? Não é assim como Ninurta venceu ao Anzu, assim se levantou K-in contra seu irmão? A sorte de K-in deve ser como a sorte de Anzu, tem que lhe extinguir o fôlego vital! Assim lhe disse Marduk, cheio de ira, a Enki, Enlil e Ninurta. Ninurta se entristeceu com as palavras de Marduk; silêncio, não palavras, foi sua resposta. Deixem que eu fale em privado com meu filho Marduk!, disse-lhes Enki.

Quando nas câmaras privadas de Enki estiveram ele e Marduk, meu filho! meu filho! Enki lhe falou brandamente com Marduk. Sua angústia é grande. Não agravemos a angústia com mais angústia! Deixa que te conte um segredo que muito me pesa no coração!

(Escavações arqueológicas - ruínas de Nippur)

Em certa ocasião, enquanto passeava pelo rio, duas donzelas Terrestres cativaram meu capricho, por elas, de minha semente, foram concebidos Adapa e Titi, uma nova classe de Terrestres, um Homem Civilizado, trouxe-se deste modo à Terra; nosso rei, Anu, tinha dúvidas se seriam capazes de procriar, com o nascimento de K-in e de Abael, Anu e o conselho no Nibiru se convenceram.

Uma nova fase da presença Anunnaki neste planeta foi bem-vinda e passada; agora que Abael foi assassinado, e se a K-in lhe extingue também, a saciedade chegará a seu final, os motins se repetirão, tudo o que se há conseguido se desmoronará! Não é de surpreender que tomasse carinho ao Abael, era o filho de seu meio-irmão! Agora, tenha piedade do outro, deixa que sobreviva a linhagem de Adapa!

Este segredo revelou Enki a Marduk com tristeza. A princípio, Marduk se surpreendeu com a revelação, depois se viu vencido pela risada: De suas proezas fazendo o amor muito se há rumores, agora estou convencido disso! Perdoe-a vida de K-in, que desterre aos limites da Terra! Assim lhe disse Marduk a seu pai, trocando da ira à risada.

No Eridú, Enki pronunciou a sentença sobre K-in: K-in deve partir para o este, a uma terra pela que errará por sua má ação, mas sua vida deve ser perdoada, a ele e a suas gerações lhes distinguirá!

Ningishzidda alterou a essência vital de K-in. Ninghishzidda trocou a essência vital de K-in para que em sua face não crescesse a barba. Com sua irmã Awan como esposa, K-in partiu do Edin, à Terra de Errar se encaminhou. Então, os Anunnaki se sentaram e se perguntaram entre si: Sem o Abael, sem K-in, quem fará crescer o cereal e fará pão para nós, quem será o pastor, as ovelhas multiplicará, de lã para roupa proverá? Que por Adapa e Titi haja mais proliferação! Assim disseram os Anunnaki.

Com a bênção de Enki, Adapa conheceu uma e outra vez a sua esposa Titi; uma filha, outra filha, cada vez, uma e outra vez nasciam. No nonagésimo quinto Shar, Adapa e Titi tiveram finalmente um filho; Sati, Que Ata a Vida de novo, chamou-lhe Titi; por ele se contaram as gerações de Adapa. Em total, trinta filhos e trinta filhas tiveram Adapa e Titi, deles, houve lavradores da terra e pastores que trabalharam para os Anunnaki, por eles voltou a saciedade aos Anunnaki e aos Terrestres Civilizados.

No nonagésimo sétimo Shar, ao Sati nasceu um filho de sua esposa Azura. Lhe anotou nos anais com o nome do Enshi; Professor da Humanidade significava seu nome. Adapa, seu pai, fez-lhe compreender a escritura e os números, e Adapa contou ao Enshi os quais eram os Anunnaki e tudo sobre o Nibiru. Os filhos de Enlil lhe levaram ao Nibru-ki; ensinaram-lhe os segredos dos Anunnaki. Nannar, o major na Terra de Enlil, mostrou-lhe o modo dos ungüentos perfumados, Ishkur, o mais jovem de Enlil, ensinou-lhe a preparar o elixir dos frutos Inbu. Foi a partir de então que os Anunnaki foram chamados senhores pelo Homem Civilizado. E foi o começo dos ritos de culto dos Anunnaki.

Depois, Enshi teve um filho com sua irmã Noam; Kunin, o dos Fornos, significava seu nome. Seu tutor foi Ninurta, no Bad-Tibira aprendeu de fogos e de fornos, lhe ensinou como fazer fogos com betumes, como fundir e refinar; na fundição e a refinação do ouro para o Nibiru trabalharam ele e seus descendentes. No nonagésimo-oitavo Shar ocorreu tudo isto. Vem agora o relato das gerações de Adapa depois de que fora exilado K-in, e das viagens celestiais do Enkime e da morte de Adapa. No nonagésimo-nono Shar lhe nasceu um filho ao Kunin, pelo Mualit, meioirmã do Kunin, foi concebido.

Malalu, Que Interpreta, nomeou-lhe ela; sobressaía-me em música e em canto. Para ele fez Ninurta uma harpa com cordas, conformou uma flauta para ele. Malalu interpretava hinos a Ninurta; junto com suas filhas, cantava-os ante a Ninurta. A esposa do Malalu era a filha do irmão de seu pai, Dunna era seu nome.

No centésimo Shar desde que começasse a conta na Terra, nasceu-lhes um filho ao Malalu e a Dunna, era seu primogênito. Irid, o das Águas Doces, chamou-lhe sua mãe Dunna. Dumuzi lhe ensinou como escavar poços, como prover de água aos rebanhos em distantes pradarias. Foi ali, junto aos poços nas pradarias, que pastores e donzelas se reuniram, onde os esponsais e a proliferação da Humanidade Civilizada abundou sobremaneira. Em seus dias, os Igigi vinham com mais frequência à Terra.

Para observar e ver, os céus pouco a pouco abandonaram, vigiar e ver o que ocorria na Terra desejavam cada vez mais; Enki suplicou ao Marduk que estivesse com eles no Lahmu, vigiar e ver o que ocorria na Terra desejava Marduk ardentemente. Em um poço, nas pradarias, encontrouse Irid com sua esposa; Baraka era seu nome, era a filha do irmão de seu mãe.

À conclusão do segundo centésimo Shar, nasceu-lhes um filho, com o nome de Enki-Me, pelo Enki ME Compreensão, lhe chamou nos anais. Era sábio e inteligente, compreendeu com rapidez os números. Tinha muita curiosidade pelos céus e por todas as matérias celestiais. O senhor Enki tomou carinho, lhe contou todos os segredos que uma vez revelou a Adapa.

Da família do Sol e dos doze deuses celestiais lhe ensinou Enki, e de como os meses se contavam pela Lua e os anos pelo Sol, e de como se contavam os Shars pelo Nibiru, e de como Enki combinava as contas, de como o senhor Enki tinha dividido o círculo dos céus em doze partes, de como tinha atribuído Enki uma constelação a cada uma, doze estações em um grande círculo tinha disposto, de como, para honrar aos doze grandes líderes Anunnaki, tinha posto nomes às estações. Enkime ansiava explorar os céus; fez duas viagens celestiais. E este é o relato das viagens do Enkime aos céus, e de como deu começo Marduk aos matrimônios mistos e aos problemas com os Igigi.

Enviou-se Enkime para que estivesse com Marduk no Lugar de Aterrissagem, dali, Marduk o levou em uma espaçonave até a Lua. Ali, Marduk ensinou a Enkime o que tinha aprendido de seu pai, Enki.

Quando Enkime voltou para a Terra, lhe enviou para que estivesse com o Utu no Sippar, o Lugar dos Carros. Ali, Utu deu ao Enkime uma tabuleta para escrever o que estava aprendendo, Utu o instalou em sua brilhante morada como um Príncipe dos Terrestres. Ensinou-lhe os ritos para começar com as funções do sacerdócio.
Enkime residia no Sippar, com sua esposa Edinni, uma meio-irmã, a eles lhes nasceu um filho no quarto centésimo Shar, Matushal lhe chamou sua mãe, Que se Elevou pelas Brilhantes Águas significava seu nome. Foi depois disso que Enkime fez sua segunda viagem aos céus, esta vez também foi Marduk, seu mentor e companheiro.

Em um carro celestial se remontaram para o céu, para o Sol e além dele fizeram um círculo. Marduk o levou para visitar os Igigi, no Lahmu, os Igigi tomaram carinho, dele aprenderam sobre os Terrestres Civilizados. Dele se diz nos Anais que partiu para os céus, que nos céus ficou até o final dos dias.

Antes que Enkime partisse para os céus, de tudo o que nos céus lhe tinha ensinado, fez um registro por escrito Enkime, para que seus filhos soubessem o escreveu; tomou nota de tudo o que há nos céus na família do Sol, e das regiões da Terra e suas terras e seus rios também. Confiou seus escritos em mãos de Matushal, seu primogênito, para que, junto com seus irmãos Ragim e Gaidad, estudasse-os e seguissem a eles.
No quarto centésimo Shar tinha nascido Matushal, ele foi testemunha dos problemas dos Igigi e do que Marduk fazia. Ao Matushal nasceu um filho de sua esposa Ednat, Lu-Mach, Homem Poderoso, foi seu nome. Em seus dias, as condições sobre a Terra se fizeram mais difíceis; nos campos e nas pradarias, os trabalhadores se queixavam.

Os Anunnaki designaram ao Lu-Mach como capataz, para fazer cumprir as cotas, para reduzir as rações. Em seus dias foi quando a Adapa chegou a hora de morrer; e quando Adapa soube que seus dias tinham chegado a seu fim, Que todos meus filhos e os filhos de meus filhos se reúnam ante mim!, disse. Para que antes que eu morra possa lhes benzer, e lhes fale antes de morrer. E quando Sati e os filhos dos filhos se reuniram, Onde está K-in, meu primogênito? Perguntou-lhes Adapa.
Vão lhe buscar!, disse a todos eles. Sati apresentou o desejo de seu pai ante o senhor Enki, perguntou-lhe ao senhor o que fazer. Então, Enki chamou a Ninurta:

Que o banido, de quem você foi mentor, seja trazido ante o leito de morte da Adapa! Ninurta subiu em seu Pássaro do Céu, até a Terra de Errar voou; sobre as terras perambulou, procurou dos céus a K-in. E quando o encontrou, levou a K-in até a Adapa como sobre as asas de uma Águia.

Quando informou a Adapa da chegada de seu filho, que venham ante mim K-in e Sati!, disse Adapa. Os dois foram ante seu pai; K-in, o primogênito, a sua direita. Sati, a sua esquerda. E falhando a visão a Adapa, para reconhecer a seus filhos tocou seus rostos; e o rosto de K-in, à direita, era imberbe, e o rosto de Sati, à esquerda, tinha barba.

E Adapa pôs sua mão direita sobre a cabeça de Sati, o da esquerda, e lhe benzeu e disse: De sua semente se encherá a Terra, e de sua semente, como uma árvore com três ramos, a Humanidade sobreviverá a uma Grande Calamidade. E pôs sua mão esquerda sobre a cabeça de K-in, a sua direita, e lhe disse: Por seu pecado, de seu direito de nascimento está privado, mas de você sementes virão. Sete nações, em um reino à parte crescerão, terras distantes habitarão; mas por ter assassinado a seu irmão com uma pedra, por uma pedra chegará seu fim. E quando Adapa terminou de dizer estas palavras deixou cair as mãos e disse:

Chamem agora a minha esposa Titi, e a todos os filhos e a todas as filhas, e depois de que meu espírito me deixe, me levem ao lugar em que nasci, junto ao rio, e me enterrem com o rosto para o Sol nascente. Titi gritou como uma besta ferida, caiu sobre seus joelhos ao lado de Adapa. E os dois filhos da Adapa, K-in e Sati, envolveram seu corpo em um tecido, em uma cova que lhes mostrou Titi, junto às bordas do rio, enterraram a Adapa.

Em metade do nonagésimo-terceiro Shar tinha nascido, ao final do oitavo centésimo morreu. Uma larga vida para um Terrestre; mas não tinha o ciclo vital de Enki. E depois que Adapa fora enterrado, K-in se despediu de sua mãe e de seu irmão.

Ninurta o levou de volta em seu Pássaro do Céu à terra de errar. E em um distante reino, K-in teve filhos e filhas, e para eles construiu uma cidade, e enquanto a construía, a queda de uma pedra lhe matou. No Edin, Lu-Mach serve aos Anunnaki como capataz, nos dias de LuMach, Marduk e os Igigi se casavam com as Terrestres.

(Livro de Zecharia Sitchin - Continua)